Quarta, 18 de dezembro de 2019
Por muitos anos existiu um claro padrão no Exame de Ordem: quando a prova objetiva vinha fácil a segunda fase era complicada, e vice-versa.
Mas isso faz parte do passado! Há pelo menos uns 7 anos essa lógica deixou de ser aplicada como um padrão do Exame.
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E, desde sempre, o Exame NUNCA guardou um padrão estatístico linear e estável. NUNCA a prova apresentou mais de duas edições simulares em termos de dificuldade. Sempre, quando se esperava a estabilização de um grau de dificuldade, a FGV vinha e subvertia as estatísticas.
A regra era não ter um padrão.
Mas isso até o XXV Exame de Ordem.
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XXXI Exame de Ordem
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Pela primeira vez na história do Exame, unificado ou não, a FGV apresentou um padrão linear e estável quando a prova em si.
Desde o XXV Exame nós temos provas muito parecidas. Mas muito mesmo!
É bem verdade que o XXVIII aprovou mais que as três edições anteriores, mas em termos de formatação e, mesmo em termos de dificuldade, foi muito parecida com suas antecessoras. Eu diria que os candidatos foram melhor preparados para a última edição.
A partir desta observação podemos pensar no futuro XXXI Exame de Ordem.
O Exame de Ordem, efetivamente, superou um período de transição, iniciado no XXI Exame, e, agora, podemos falar em uma estabilidade da prova. Ou, melhor ainda, em uma elevação de patamar do seu grau de dificuldade.
Tudo começou, seguramente, no XXI Exame, uma prova terrível. Depois, no XXIII, a pior das provas objetivas, com as alterações na quantidade de questões de Ética, Processo Penal, Direitos Humanos e Tributário, a sensação se consolidou.
E isso é algo que venho alertanto tem anos:
OAB impõe um forte reposicionamento no Exame de Ordem
BOMBA! FGV reduz as questões de Ética de 10 para 8!
A prova da OAB mudou, e a Ordem também
E o que esperar da próxima prova? Vamos primeiro categorizar, de acordo com a minha percepção, as provas objetivas dos Exames passados da seguinte maneira:
XIX - Prova mediana.
XX ? Prova mediana.
XXI ? Terceira pior prova de todos os tempos.
XXII ? Prova considerada boa, com alta aprovação.
XXIII ? Pior prova de todos os tempos. Prova paradigmática, pois trouxe várias alterações.
XXIV ? Prova boa, com boa aprovação, mas não tão boa quanto a do XXII Exame.
XXV ? Prova difícil, especialmente em razão do grau de dificuldade nas questões de Ética.
XXVI ? Prova difícil, no mesmo padrão da prova do XXV Exame.
XXVII - Quarta pior prova de todos os tempos.
XXVIII - Prova difícil, mas com aprovação razoável.
XXIX - Prova difícil, emulando o padrão do XXV e XXVI Exames.
XXX - Prova também difícil, seguindo o padrão visto no XXIX Exame.
As provas do XX e XIX Exames foram difíceis, mas consideradas racionais. Essas provas foram bem elaboradas e não geraram controvérsias entre os candidatos.
Aí veio o XXI Exame, o prenúncio de que as coisas iriam piorar!
A primeira fase do XXI foi só terceira pior prova de todos os tempos, com 17,09% de aprovação (estatísticas exclusivas do Blog), contando com 2 anuladas de ofício. Se não fossem as anuladas, teria sido pior inclusive do que a do XXIII.
Na sequência, veio o XXII Exame, e tudo foi uma "maravilha", ao menos dentro da lógica da prova.
Já a primeira fase do XXIII foi a pior de todos os tempos, com uma aprovação pífia de 13,35%, ou seja, 86,65% de reprovação. E isso ainda na 1ª fase. Tivemos uma alteração de alto impacto na prova: a redução das questões de Ética Profissional, de 10 para 8.
Direitos Humanos também perdeu uma questão. Com isso Processo Penal, Processo Civil e Tributário ganharam, cada, mais uma questão.
Depois foram várias questões interdisciplinares, mais complexas do que o habitual e que também prejudicou muita gente.
Na prova do XXIV tivemos 47.693 candidatos aprovados na primeira fase, aproximadamente 37% de aprovação.
Na prova do XXV Exame, foram 26.783 aprovados, representanto, mais ou menos, 21,25% de aprovação.
No XXVI tivemos vários problemas como o gabarito errado em uma das provas, que o Blog denunciou, como também as duas questões repetidas de Filosofia do Direito, também identificadas aqui pelo Blog.
Gabarito da prova verde tem 4 divergências em relação aos demais gabaritos
FGV repete questão de Exame anterior no XXVI Exame. Anulação deve ocorrer
Está faltando criatividade para a FGV: Outra questão de Filosofia copiada
O gabarito foi retificado de ofício, como se esperava, mas as questões repetidas não foram anuladas. Aliás, nenhuma questão foi anulada, mais uma vez.
Com a publicação da lista de aprovados do XXVI tivemos 30.884 aprovados, o que deu um percentual de 24,90% de sucesso na 1ª fase, emulando, praticamente, o que foi visto no XXV.
Na prova do XXVII tivemos o problema da questão de Ética que foi retificada. Criaram um abaixo-assinado para tentar anular essa questão, o que não deu certo pelo simples fato da questão não estar errada.
Fui o único que defendeu a retificação, ainda no dia da prova, e de fato foi o que aconteceu:
Ética Profissional: Questão do MS e do HC tem de ser RETIFICADA!
ATENÇÃO: FGV retifica a questão de Ética Profissional
Considerando que foram 125 mil candidatos, com apenas 15.236 aprovados finais, isso significa que o XXVII Exame teve um percentual de aprovação de apenas 12,18%, o PIOR da história considerando as duas fases.
A prova do XXVIII Exame de Ordem teve uma boa aprovação. Foram 45.200 examinandos aprovados na 1ª fase, com 5.568 candidatos entraram no jogo do XXVIII Exame de Ordem após a única anulada, com o recurso publicado e defendido pelo Blog (o Blog defendeu a anulação de apenas dois recursos):
XXVIII Exame: Recurso Civil - Questão do matrimônio
Isso sem considerar a polêmica da questão que sofreu uma errata, também, ao meu ver, merecedora de anulação:
XXVIII Exame de Ordem: A manifesta falha da banca na questão da errata em prova!
XXVIII Exame de Ordem: Recurso para a questão da errata em prova
O total de reprovados na 2ª fase do XXVII Exame habilitados para a 2ª fase do XXVIII Exame de Ordem foi de 12.388 candidatos. Logo, o total de candidatos esperando o resultado na próxima sexta (24/05) é de 57.588 examinados.
No XXIX tivemos uma prova difícil, com duas anulações, sendo que o Blog fez apenas 3 recursos, envolvendo, claro, as duas anuladas:
XXIX Exame de Ordem: Questões efetivamente passíveis de anulação
BOMBA! OAB anula duas questões de ofício!
Com 105 mil inscritos, o percentual de aprovação na 1ª fase do XXIX Exame foi de 32,96%.
E finalmente tivemos o XXX Exame de Ordem, uma das piores provas da 1ª fase de todos os tempos.
Nível de dificuldade algo e péssima condução da prova, com questões plagiadas, erros escancarados e 3 anulações de ofício, sendo que o blog fez todos esses recursos:
FGV plagia pela 2ª vez consecutiva questão da CESGRANRIO no Exame de Ordem
Teve crime no Exame de Ordem e a OAB não vai fazer nada?
URGENTE: OAB anula de ofício questão plagiada do XXX Exame de Ordem
Tristes constatações do duplo plágio consecutivo no Exame de Ordem
Blog Exame de Ordem: 4 recursos e 3 anulações!
O que a OAB está esperando para romper o contrato com a FGV?
Com 122 mil inscritos, o percentual de aprovação na 1ª fase do XXX Exame foi de 29,04%.
Foram 35.439 candidatos aprovados, já com as três anulações de ofício desta 1ª edição, conquistada na marra e após muita briga nas redes sociais.
A partir daqui, temos que considerar os seguintes elementos.
Primeiro
As três grandes balizas para vocês avaliarem se estarão prontos para o XXXI Exame são as provas do XXX, XXIX e XXVII. Em termos de complexidade, e também sob a ótica da contemporaneidade, são as melhores referências para vocês entenderem a próxima prova.
Segundo:
A interdisciplinariedade, que prometia vir com tudo no XXIV, mal apareceu, quebrando as expectativas.
Terceiro:
Interpretar bem os enunciados passou a ser vital no Exame, especialmente porque a FGV já definiu que todas as questões agora são problematizadoras, ou seja, questões com o relato de uma situação-problema para o candidato apresentar a solução jurídica cabível à hipótese.
Como será, enfim, a prova do XXXI Exame de Ordem?
Eu diria que a prova será um espelho das últimas 4 edições, e seguramente estamos diante de um novo padrão para o Exame de Ordem.
Ou seja: ou estuda sério, considerando o contexto, ou vai ter dificuldades!
Isso não é, contudo, nada de muito surpreendente. Na realidade é uma pedra cantada desde antes do XXVIII em função das 3 edições anteriores.
Para passar, evidentemente, tem de estar bem preparado, e estudos facilitados e outras panacéias devem necessariamente serem afastados.
Ou estuda sério, com tempo e qualidade, ou a coisa fica complicada.