Terça, 4 de agosto de 2020
O pior cenário está se desenhando: o governo do Estado do Acre resolveu adiar o retorno das aulas presenciais, tanto da rede privada como pública, para o ano de 2021.
O secretário de Educação do Estado, Mauro Sérgio, explicou que as equipes acreditavam que em setembro a pandemia estaria perdendo força no Acre, mas percebeu-se os casos da doença continuam em crescimento, inviabilizando o retorno presencial para as salas de aula.
Cadastre-se no Telegram do Blog.
Cadastre-se no Whatsapp do Blog
O gestor falou também que é impossível reiniciar o ano letivo no mês de novembro devido às prestações de contas, analises de contratos e convênios para serem finalizados.
?Não podemos mais pensar em retornar as atividades em setembro porque o cenário não é propício e o mês de outubro também acreditamos que não vai ser propício e a partir de novembro, para quem trabalha na rede pública de ensino,iniciar o ano letivo é quase impossível."
Com mais de 20 mil casos de Covid-19, Educação adia para 2021 volta de aulas presenciais no Acre
E o Acre não é o único problema: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, já se manifestou ao menos duas vezes de forma favorável ao retorno das aulas somente após a vacina.
A última manifestação ocorreu ontem, no próprio Instagram do governador:
A questão é complicada, pois pelo o que tenho observado os estados meio que se copiam em suas ações.
Acho difícil o Estado de Goiás também não adiar o retorno às aulas, considerando o posicionamento do governador.
Na cidade do Rio de Janeiro os professores da rede particular de ensino entraram em greve. Eles acham inviável o retorno às aulas neste momento.
?Decidimos manter a greve por ainda não visualizarmos segurança para esse retorno?, disse o vice-presidente do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), Afonso Celso Teixeira. ?Nenhum órgão de saúde que temos consultado nos assegura que o momento de retorno é esse. O número de casos de covid-19 tem aumentado. No Rio está estabilizado, mas estabilizado em uma alta?.
A assembleia, que ocorreu na última segunda, teve a presença, segundo o Sinpro-Rio, de mais de 500 professores. A maioria, 98%, foi favorável a manutenção da greve.
RJ: professores mantêm greve diante da possibilidade de volta às aulas
A situação no Rio, inclusive, está um pouco complexa:
Prefeitura permite, mas estado proíbe de novo volta às aulas presenciais no Rio
Já em Teresina/PI, o prefeito, Firmino Filho (PSDB), assinou um novo decreto ontem suspendendo as aulas presenciais no município por tempo indeterminado. O prazo inicialmente previsto para o retorno das aulas seria setembro.
?As aulas da Rede Municipal só recomeçarão com total segurança. Por isso, não temos data para voltar ainda. Estamos discutindo os protocolos para oferecer o melhor para toda a comunidade escolar?, frisou o gestor.
Firmino suspende retorno de aulas presenciais por tempo indeterminado
Em São Paulo, capital, as aulas só irão retornar depois que a prefeitura fizer um levantamento epidemiológico detalhado. Essa informação foi divulgada agora pela manhã:
Volta às aulas em SP ainda está indefinida
Segundo a matéria acima, quatro prefeituras da região metropolitana de São Paulo já decidiram que as aulas não retornam neste ano.
O fato é que a situação geral ainda é ruim e a realização da prova, marcada para 04/10 vai ficando cada vez mais complicada.
Eu já havia dito isso logo após o último adiamento:
Marcar a prova da OAB no início de outubro não foi arriscado demais?
Para mim, essa prova de outubro não vai acontecer. Não consigo ver a situação melhorando de forma uniforme pelo país daqui até lá.
O problema é que o próprio ano de 2020 começa a ficar inviabilizado com tantas incertezas.
A OAB é refém dos estados e municípios. Não é possível aplicar a prova com essas restrições.
E se levarmos em consideração que o Exame é unificado e a Ordem não quer aplicar a prova de forma isolada nos estados, a situação do Acre já joga terra sobre o Exame neste ano.
E mesmo que a OAB resolva separar a prova (o que acho altamente improvável), ainda assim a quantidade de restrições em vários estados e cidades tornaria o processo altamente complicado.
Hoje, nas cidades com restrições, teríamos uma baixa imensa de candidatos impossibilitados de fazer a prova. A OAB não aplicaria a prova de qualquer jeito.
O jeito é esperar e ver se essa doença miserável começa a recuar.
Mas analisando hoje, bem friamente, a situação não está nada boa para o Exame de Ordem neste ano.