Estratégia para a prova subjetiva do XXIII Exame de Ordem

Sábado, 16 de setembro de 2017

Estratégia para a prova subjetiva do XXIII Exame de Ordem

Agora é o momento certo de delinear com clareza a estratégia para a prova subjetiva do XXIII Exame de Ordem, um tema que eu deixo para a véspera da prova dada a sua importância.

E vocês,necessariamente, precisam parar para pensar com seriedade sobre este tema, fundamental para a hora da prova.

Adotar uma estratégia para a prova subjetiva tem um valor imenso para vocês: o treino, a adoção prévia de estratégias e a certeza do que fazer ANTES de chegar na prova poupará tempo e afastará dúvidas.

Sigam o Guru da OAB!

E a hora para isto é agora!

Como traçar a estratégia para a prova subjetiva?

Vejam um e-mail que recebi uma vez:

"Boa tarde Maurício

Esta é a terceira segunda fase seguida que vou realizar. Quase passei nas outras oportunidades. Fui freado pelas correções da banca. Ocorre que de outras vezes realizei a peça primeiro tirando 4, mas pequei nas questões. Você postou em fazer primeiro as questões.

Seria no meu caso, agora a hora de inverter a ordem de realização da prova ou mantenho?

Qual sua opinião? Fico no aguardo. Abraço"

Sim, sempre escrevi que resolver as questões primeiro era melhor, desde que obedecidos certos parâmetros. Vou explicar o porquê disto.

Antes, precisamos definir alguns elementos úteis para pensarmos com clareza:

1 - A identificação da peça prático-profissional correta é o ponto mais importante da prova.

Se o candidato errar, estará irremediavelmente reprovado. Aí não tem estratégia para a prova subjetiva que resolva a vida do candidato.

Exemplo bem contundente: a prova de Direito Tributário do VIII Exame. A banca exigiu como resposta um inédito recurso de agravo de instrumento e a maioria dos candidatos sequer sabiam fazê-lo, pois tal peça nunca antes havia sido exigida.

Moral da história: a maioria reprovou, pois apresentaram um monte de peças, menos o agravo de instrumento.

Curiosamente, no XVIII Exame, a banca em Tributário cobrou um inédito agravo interno, e a maioria fez agravo de instrumento: foi uma confusão só!

A construção da peça prática da OAB e os cuidados com a narrativa

Constitucional e Administrativo também cobraram um alto tributo de quem errou as respectivas peças (RE e Agravo de instrumento).

Algo bem parecido aconteceu na prova do XV Exame, de Direito Civil, que caiu um recurso especial e muitos candidatos tiveram imensa dificuldade em acertar a peça.

Estudo analítico de uma peça prático-profissional nota máxima

Ou no XIX Exame em Penal, em que cobraram uma contrarrazões de apelação, e muitos reprovaram porque nunca haviam visto a peça na vida.

E agora, no XXI Exame, a FGV cobrou uma inédita Ação Civil Pública em Direito Constitucional, sendo que muitos candidatos fizeram uma ação ordinária, vindo também a reprovar.

Não adianta acertar todas as questões ou desenvolver uma ótima petição. Se errar na identificação da peça, um abraço, tchau, até a próxima.

2 - A peça é determinante para não reprovado de plano, mas acertá-la sem desenvolver direito as 4 questões subjetivas pode ser desastroso.

O e-mail do nosso amigo acima é emblemático: tirou 4 na peça, desempenho formidável, mas foi tão mal nas questões que sequer dois míseros pontos foram obtidos. Resultado: reprovado em 3 oportunidades.

Lembro-me de uma prova do VII Exame que uma candidata pediu para dar uma olhada. Ela teve um desempenho excepcional na peça prática, mas, tal como seu colega do e-mail, o desempenho nas questões foi pífio. Acabou reprovando também.

7 pecados capitais da prova subjetiva da OAB

Isso, na essência, decorre de uma visão equivocada do candidato: a de achar que a peça prática é tudo.

Não é!

Uma coisa é não poder errar o tipo da peça, outra, a de dedicar todo o foco em resolvê-la.

O correto é ver prova HOLISTICAMENTE!

E o que é holístico? Nada mais é do que se ter a compreensão integral de um determinado fenômeno e não apenas das suas partes separadas. Isso impacta fortemente na definição sobre como fazer a prova prática da OAB.

A prova é um todo. Vocês não podem priorizar uma parte em detrimento de outras. Tudo tem de ser abarcado para produzir o melhor resultado. Emprestar o foco somente uma parte pode prejudicar as demais, pois o tempo é LIMITADO!

Partindo deste princípio, o candidato tem de ter uma visão prévia do todo EXATAMENTE para poder balizar a equação do TEMPO.

Aí ele não se complica!

Qual é o caminho a ser seguido?

Estratégia para a prova subjetiva ponto-a-ponto:
estratégia para a prova subjetiva
1 - Leiam primeiro a prova inteira

Leiam tudo! Entendam o que é a prova e estabeleçam de plano a compreensão dela e o grau de compreensão de sua dificuldade.

2 - Foco na identificação da peça prática.

Terminaram de ler a prova toda, partam para a identificação da peça prática. Muito provavelmente isso correrá já na primeira leitura, o que será muito bom.

Se não, leiam o enunciado da peça prática e determinem qual é a peça correta para o problema apresentado.

Controle do tempo durante a prova da OAB

Identificar a peça de plano é FUNDAMENTAL para suas pretensões. Ao identificar a peça vocês terão a certeza de que não vão reprovar logo de cara e, consequentemente, vão tirar um ENORME peso das costas.

Falo sério! É como tomar Doril: dá alívio imediato!

Identificou a peça? Hora de pensar o esqueleto da prova!

3 - Estruturando o esqueleto da prova

Desde quando surgiu a necessidade de se fazer o esqueleto?

Desde o Exame 2010.3.

Isso porque, no tempo do CESPE, dava para fazer um rascunho, pois os enunciados eram muito menores. Veio a FGV, e logo na 1ª prova a peça de Direito do Trabalho foi uma bomba, colossal.

Esqueleto da peça prático-profissional: modo de estruturação

A partir daí passei a sugerir aqui no Blog estruturação de um esqueleto, e tal ideia passou a ser adotada por professores e examinandos.

Tenham em mente uma coisa: o esqueleto exige do candidato TODO o esforço intelectual. É nele que o examinando declinará os fundamentos e o sentido das respostas, de forma sintética, concisa.

Após estruturar o esqueleto direitinho, o trabalho daí em diante será braçal. O caminho já foi delimitado.

Muito bem!

O que escrevi aqui é uma sugestão baseada na experiência e na compressão da gestão do tempo.

Não descartem a possibilidade de outra estratégia para a prova subjetiva, mas sempre tenham em mente de que a prova é um todo.

Compreendam primeiro o todo (tenham a tal da visão holística da prova) e depois escolham o que fazer.

O inimigo de cada examinando é o tempo, e se o tempo certo não for empregado em cada parte da prova, o todo pode ser comprometido.

Pegar a prova e ir resolvendo ela como se fosse um trator até pode funcionar, mas o risco de dar algum problema é bem maior.

Vamos conferir se as remissões nos vade mecuns estão corretas?

E não se apavorem com a prova. Certamente tudo o que vocês precisam estará lá. Ela pode surpreender de início pela dificuldade e extensão mas, com frieza e calma, é quase certo que vocês acharão todas as respostas necessárias para resolver os problemas apresentados.

O desespero oblitera a percepção, e vocês precisarão ter sangue frio: será exatamente a hora de mostrá-lo.

E aqui outra dica importante: Pode ser que a prova impressione por sua amplitude.

Sejam pragmáticos nessa hora.

Muita gente perde tempo se impressionando com o tamanho da prova e escolhendo o que vai fazer primeiro. Leiam a prova para saberem onde vão pisar, escolham por onde começar e façam!

É uma questão de determinação. Perder 20 minutos pensando demais nas ações a serem tomadas poderá custar caro ao final. Sigam um roteiro, seja ele qual for, ou o apresentado aqui ou um bolado por vocês mesmos, mas não percam tempo pensando em estratégias na hora da prova. Comecem a prova já sabendo o que fazer.

Vão com a estratégia pronta, o roteiro já na cabeça!

É extremamente improvável que a prova exija uma resposta que não possa ser encontrada nos códigos e na jurisprudência sumulada. As respostas estarão lá. Tenham calma e usem a abusem dos índices para localizar as informações necessárias hábeis a solucionar os problemas apresentados.

Lembrem-se: a grande tacada na prova é fazer pelo menos três e meio ou quatro pontos na peça prática. Com isso vocês só precisarão acertar no mínimo duas questões inteiras para lograr a aprovação.

Dica final: aqui vocês encontraram um modelo de estratégia. Outras estratégias sobre como fazer a prova prática da OAB podem perfeitamente serem adotadas. Não existe uma estratégia que seja a MELHOR, mas sim aquela que mais se adapta a cada um de vocês. Sentem e pensem sobre isto.

Planejem a estratégia para a prova subjetiva!

Compreendam as partes, triunfem no todo!