Terça, 14 de junho de 2022
Como saber que se está pronto para a prova da OAB? Como avaliar que a preparação está efetivamente te levando para o caminho certo, ou seja, qualquer pontuação entre 40 e 80 na prova?
A reposta a essa pergunta envolve inexoravelmente a autopercepção sobre o desempenho nos simulados e em provas anteriores. Um conjunto de simulados e resolução de qustões expõe a verdade de forma muito nítida para quem está se preparando.
Recebi certa vez uma pergunta sobre o desempenho no simulado e seu impacto na preparação. Ela é bem interessante porque suscita
"Boa noite, tudo bom? O que me faz vir até aqui foi o seguinte: Sou formado em Direito, me formei final do ano passado e estou indo para meu 3º exame de ordem, o qual estou bastante inseguro.
Preciso, se possível, que você me dizer se estou ou não no caminho correto. Nas duas oportunidades em que fiz o exame fiquei perto de passar. Em um exame faltaram duas questões, e em outro fui pior, faltando 4 questões. Em ambos nunca tinha feito simulados. Agora, para esse exame, resolvi mudar um pouco a tática, pois os meus resumos, já foram lidos muitíssimas vezes, resumos os quais eu mesmo anotei.
Maurício, fiz o primeiro simulado e acertei 41 questões, e pensei: será que esse resultado me serve como uma luz, será que estou razoavelmente, ou ainda, será que esse simulado serve como um bom teste, para o dia da prova?
Eis a questao!! Não satisfeito, e prestes a enfim sair com o braço levantado dessa batalha, fiz um 2º simulado e, acredite, fiz novamente 41 pontos! A pergunta que gostaria de fazer é a seguinte: Posso tomar como parâmetro tal simulado ? Pelo meu desempenho em ambos, qual a conclusão que devo tirar Maurício, pois sou meio inseguro, confesso, e tenho medo de não conseguir passar novamente, pois e muito dolorido não ser aprovado.
Grande abraço e desculpe pelo incômodo."
Essa pergunta me lembra muito uma historinha que acontece nas campanhas eleitorais.
O candidato está liderando as pesquisas e "relaxa" na campanha, pois a confiança excessiva geralmente cria esse estado emocional. Quando vão apurar os votos, ele perde por uma margem bem pequena par ao seu adversário, e fica com cara de tacho, lamentando a derrota.
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Achar que está indo bem nos simulados, na prática, não serve de muita coisa, EXCETO, se você adota uma postura ativa em função do resultado, tanto positivo como negativo.
Tudo não passa de uma questão de postura mental.
Quando um candidato está bem em uma campanha ele não diz que está bem, mas sim que existe um grande número de indecisos a serem conquistados e que as intenções de voto estão equivalentes. Assim ele estimula seu comitê a trabalhar mais. Se ele fala a verdade (os políticos têm dessa coisa de mentir) a equipe relaxa, pois fica confiante.
"Mas se eu fizer uns 60 pontos em um simulado, não devo ficar confiante?"
Eu não usaria exatamente o termo "confiante." É claro que triste o candidato não vai ficar, mas o importante mesmo é, mesmo com um desempenho bom (55 pontos é bom), a busca pelo aprimoramento não pode parar.
Quer dizer então que fazer 55 pontos em um simulado é considerado bom?
Mais ou menos!
O "mais" porque 55 pontos realmente dá uma margem grande de tranquilidade.
O "menos" porque um desempenho deste em apenas um simulado não quer dizer grandes coisas.
Se fossem 55 pontos em 3 simulados poderíamos passar a acreditar em uma excelente perspectiva de aprovação. Isso significaria então que fazer 41 pontos coloca o candidato em uma faixa de risco?
Não!
Se ele, tanto em simulados como em simulações usando questões de provas passadas, fica na faixa dos 40 pontos, muito provavelmente esse padrão será mantido na prova. A diferença reside em variáveis que nós não conseguimos prever. O candidato pode ficar nervoso, pode não estar em um bom dia ou mesmo a prova pode vir pior do que o imaginado.
Com 55 pontos essas variáveis são grandemente mitigadas. A probabilidade de ficar abaixo dos 40 pontos na prova, com essa pontuação média em simulados, é muito, mas muito baixa.
Como planejar o aumento de nota realizando simulados?
Com uma pontuação menor, a mitigação é reduzida. E com 41 pontos, a necessidade de buscar mais pontos é plena e manifesta.
Vocês têm de adotar também como balizas as provas do XXXIV, XXXI e XXX Exames. Provas muito recentes e com um grau de dificuldade mais elevado.
Eu descartaria como baliza a prova do XXXII e XXXIII, pois foram provas em tempo de pandemia e tiveram, portanto, uma aprovação mais elevada se comparada com as outras.
Uma baliza sempre deve ser construída sobre provas difíceis, e nunca sobre provas medianas ou fáceis. Isso vale também para os simulados.
Uma verdade: o desempenho na prova tende a ser parecido com o desempenho dos simulados e das provas mais difíceis, mas parecido não significa ser igual. O desempenho, evidentemente, pode oscilar.
Logo, os 41 pontos devem ser vistos como algo positivo, é claro, mas o candidato está na chamada "zona limítrofe", e o perigo é bem grande ao ficar nesta zona de pontuação.