Vocês estão revisando o conteúdo da OAB? É hora de fazer isso!

Segunda, 24 de setembro de 2018

Vocês estão revisando o conteúdo da OAB? É hora de fazer isso!

Muito bem! Faltam menos de 2 meses para a prova da 1ª fase do XXVII Exame, o cronograma de estudo de vocês está sendo observado e as coisas estão acontecendo dentro da normalidade, incluindo aí a revisão para o Exame de Ordem, certo?

Certo?

Não?

Vocês não estão fazendo uma revisão para o Exame de Ordem?

Isso é um problema!

Vejam: estudar não é só andar para frente. Envolve também relembrar por onde se pisou antes. Estudar significa andar para frente, voltar e repisar as pegadas previamente deixadas, exatamente para que as pegadas fiquem mais profundas na MEMÓRIA! Fazer uma revisão para o Exame de Ordem é um processo NECESSÁRIO para ter um bom desempenho na prova.

Sim! Estudar não é um processo contínuo para frente! Ele envolve o ?repisamento? do conteúdo anteriormente estudado para gerar a formação da memória de longo prazo.

E esse é um conceito de grande importância!

Não basta ao candidato saber com clareza o direcionamento de seus estudos, é preciso CONSOLIDAR o que foi estudado, e o processo de consolidação envolve a repetição e a revisão.

O objetivo final, é claro, é construir a memória de longo prazo. É com o seu estabelecimento que se pode dizer, com segurança, que determinado conteúdo foi devidamente memorizado.

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A memória de longo prazo forma os nossos ?arquivos?, e os processos de consolidação podem demorar minutos, horas, meses e até mesmo décadas. A memória de longo prazo permite a recuperação de uma determinada informação mesmo depois de passadas décadas. E, pasmem, os cientistas não conhecem ainda os limites de armazenamento desta memória.

É o conhecimento da memória profunda que nos influencia na hora de tomarmos decisões, e é essa memória que todo estudante almeja sedimentar seus conhecimentos.

Existem dois tipos de memórias de longo prazo, a episódica e a semântica.

1 ? Memória episódica

Ligada a eventos e experiências. Experiências marcantes, traumáticas, afetivas ou prazerosas geram a memória profunda em questão de segundos, a depender da intensidade e do significado do evento.

2 ? Memória semântica

Processa ideias e conceitos não derivados da experiência pessoal. É a memória derivada da leitura e dos estudos, por exemplo.

É nela em que o tipo de informação que trabalhamos ? derivada dos estudos ? fica sedimentada.

No começo de 2014 foi divulgada por uma equipe cientistas da Universidade Yeshiva (EUA), a filmagem inédita de como a memória era formada. Os especialistas colocaram marcadores luminosos (tags) nas moléculas que eles acreditavam serem responsáveis pela formação da memória no cérebro de um rato.

 

Voltamos aqui às lições de biologia lá do ensino médio. Os neurônios ligam-se uns aos outros nas sinapses, onde os dendritos (os ?dedos? das sinapses) seguram uns aos outros. As memórias acabam sendo formadas quando as sinapses entre um e outro neurônio tornam-se estáveis.

Vejam o vídeo abaixo. Ele está em inglês, mas é completamente compreensível.

Eis então o que descobriram: as proteínas sedimentam as ligações quando ocorrem estímulos frequentes. A proteína (chamada de beta-actina) se acumula exatamente onde ela é necessária para fortalecer a sinapse.

Eis então a interconexão de conceitos: a formação da memória profunda ? especificamente a semântica, cujo estabelecimento se dá com os estudos ? depende da revisitação dos estudos sobre um determinado tema. Os estímulos frequentes geram a deposição das proteínas nos dendritos, formando exatamente a memória profunda, aquela que irá ajudar os candidatos na hora da verdade.

É tudo uma questão de neurofisiologia.

De acordo com o neuropsicólogo português Victor da Fonseca, a aprendizagem se desenvolve em 4 etapas:

Input: contato com a informação. É a primeira passagem do conteúdo e a primeira deposição de proteínas;

Cognição: compreensão e processamento da informação;

Output: envolve alguma atividade cognitiva imediata com a informação, como falar, discutir, escrever ou resolver um problema. Trata-se de um processo que por si só gera mais deposição das proteínas nas sinapses.

Retroalimentação: consiste na reiteração do contato posterior, o que está ligada à ideia de repetição. Aqui entra o conceito de revisão, e, claro, seus efeitos: gerar a fixação do conteúdo pela repetição.

Vejam que o conceito concebido pelo neuropsicólogo guarda íntima relação com processo fisiológico de formação da memória. Temos o input (memória de trabalho), a cognição (memória de curto prazo), o output e a retroalimentação (sedimentação da proteína nos dendritos através da repetição e retrabalho das áreas ativadas durante o processo de formação da memória semântica) que, ao fim, formarão a memória profunda.

A importância da revisão para o Exame de Ordem tem raízes científicas: não é o exercício de um achismo qualquer.

O candidato pode, linearmente, seguir seu cronograma, mas a eficiência do processo depende, em boa medida, em revisitar o conteúdo estudado.

E a revisão deve certamente fazer parte do próprio cronograma de estudo, assim como também o tempo dedicado à resolução de exercícios, leitura e aulas.

O processo todo começa, como elencado acima, com o ?input?, a entrada do conteúdo, ou seja, a aula e a leitura. Após isto, vem a cognição (reflexão e processamento da informação), para depois vir o ?output?, que pode ser traduzido como a resolução de exercícios, entre outros métodos. A retroalimentação envolve todos os 3 processos anteriores para se tornar um método eficaz de fixação de conteúdo.

É, claro, fazer isso tudo consome tempo e é trabalhoso, mas em estudo não existe ?mágica? ou métodos milagrosos.

Revisão para o Exame de Ordem não tem mistério, tem método!

Aliás, afirmo sem ter medo, que a fixação do conteúdo só ocorre quando saímos da chamada ?zona de conforto?. É preciso cansar, sofre um pouco, para que o estudo seja de fato produtivo. Isso até um ponto em que estudar se torne não só um hábito como também um prazer. Aí o céu para os objetivos torna-se o limite.

Coloquem, portanto, dentro do planejamento a revisão para o Exame de Ordem. Ela vai fazer  a diferença no aprendizado.