Vejam por que o site da FGV caiu com a divulgação do resultado do Exame de Ordem

Quinta, 29 de dezembro de 2011

Observem o gráfico abaixo:

A linha azul mostra a evolução dos acesso ao longo do tempo, compreendendo o último mês. A lateral esquerda do gráfico mostra o percentual de usuários totais da internet que costumam acessar um endereço em específico, no caso, a URL base da FGV.

O número 0.01 representa 100 mil acessos/dia. É possível vislumbrar então a média de acessos do site da FGV: 150 mil pessoas por dia.

Poucos dias antes da data de divulgação do resutlado da OAB (26), a linha de acessos dá uma subida vertiginosa, chegando ao seu ápice no dia 26.

E que ápice! De acordo com o gráfico, o número de acessos chegou na casa do 400 mil visitantes.

Cada site na internet suporta uma capacidade máxima de acessos (usuários, ou IP`s) por segundo, além de uma capacidade de troca de informações com os computadores destes usuários.

O YouTube, por exemplo, suporta uma monstruosidade de acessos e dados, algo quase inimaginável, assim como o Facebook e demais grandes sites.

Os sites não tão grandes assim suportam capacidades menores em conformidade com o contratado com o servidor.

A quantidade de acessos e de demanda de dados sobre o site da FGV foi tão intenso que os servidores simplesmente travaram.

O efeito foi praticamente idêntico a uma arma usada por hackers chamada  ataque de negação de serviço (DDoSDistributed Denial of Service). Não se trata de uma invasão do sistema, mas sim da sua invalidação por sobrecarga. Um computador, chamado mestre, utiliza vários outros computadores, chamados zumbis, forçando o sobrecarregamento do sistema em função de uma explosão repentina de acessos.

Quem usa desse expediente com muita eficiência é o famoso grupo Anonymous, responsável por vários ataques mundo afora, incluindo aí sites governamentais.

Foi o que aconteceu com o site da FGV, mas naturalmente, em decorrência do interesse de todos em saber o resultado do Exame.

Esse volume desproporcional de interesse talvez tenha decorrido do buzz inédito criado em torno da divulgação do resultado: Portal G1, UOL e outros grandes sites divulgaram o resultado; os termos Exame de Ordem, OAB e até o nosso "#paçei" chegaram ao trendic topics do twitter pela primeira vez.

Digamos  que o Exame ganhou um frisson inédito.

É curioso notar que o site da FGV suportou perfeitamente a divulgação dos dados da primeira fase do Exame, com mais interessados, mas não aguentou a segunda fase. Isso foi devido aos downloads dos pesados arquivos das provas e espelhos.

Fato idêntico ocorreu no Exame 2010.2, quando os servidores da FGV também caíram pelos mesmos motivos.

A FGV precisa de um plano de contingência para os dias de divulgação dos resultados e dias de prova.

Os motivos são óbvios.