Quinta, 1 de fevereiro de 2018
A Clarivate Analytics disponibilizou à CAPES o relatório "Research in Brazil", divulgado no último dia 17 de janeiro. O relatório apenas escancara o que todo mundo já sabe: as universidades particulares não produzem absolutamente nada de conhecimento científico relevante no Brasil.
A produção científica no país depende exclusivamente das universidades públicas.
O que o MEC tem a dizer sobre isto?
Nada, por óbvio!
A verdade é que o modelo estrutura para o ensino privado no Brasil não guarda preocupação nenhuma em EDUCAR.
É um modelo estruturado para entregar um diploma na mão de qualquer um da forma menos onerosa possível. É o que a OAB chama reiteradamente de "estelionato educacional": as faculdades fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem, e fica tudo certo.
A proliferação absurda de instituições, criação de "cursos experimentais", cursos para tecnólogos e outras anomalias apenas expõe o objetivo principal dos grandes grupos educacionais ligados à educação.
A principal pauta desses grupos, inclusive, é saber se o governo vai financiar os estudantes ou se isso poderá ser feito por bancos privados. Claro, o pano de fundo é a valorização das ações na bolsa de valores.
O preço a pagar é nítido: uma multidão de formados sem formação adequada (se é que poderiam ter feito a graduação) e sem espaço algum no mercado de trabalho. Diplomados disfuncionais, desempregados e incapazes de sequer serem admitidos pelos empregadores. Afinal, o mercado não está aí para fazer caridade e muito menos ser bonzinho.
O atual modelo educacional para o ensino superior privados deveria ser implodido, pois ele não atende a seu sim mais básico: formar.
Esse estudo apenas revela o que todo mundo já sabe.
Eu poderia terminar este texto dizendo "e com a palavra, o MEC", mas já sabemos como funciona o ministério.