Quinta, 1 de junho de 2023
Apenas uma semana para o resultado final do 37º Exame de Ordem.
Já dá para perceber que o prazo para a análise dos recursos não é muito extenso, especialmente considerando que muitos candidatos devem ter recorrido.
Isso, claro, gera o questionamento sobre a qualidade das análises dos recursos. Esse é um ponto crítico, considerando que a reprovação foi altíssima neste 37º Exame.
Não se tratou da maior reprovação quantitativa da história, mas sim da maior reprovação estatística de todos os tempos. Apenas 35% dos candidatos lograram a aprovação, quando a média para uma prova ruim é de 40% de aprovação.
Ou seja: foi o ruim do ruim!
Isso se deveu a algumas causas. Juntas, elas elevaram muito as reprovações:
1 - Recorde de provas a serem corrigidas. Foram 106 mil candidatos na 2ª fase, o que aumentou muito o volume de provas a serem corrigidas. E quanto maior a quantidade, menor a qualidade;
2 - A qualidade das correções em si ficaram muito aquém do que ordinariamente a banca já faz. Muitos candidatos que responderam de forma correta, em conformidade com o espelho, não tiveram atribuição de nota, resultando em um aumento substancial das reprovações;
3 - Os padrões de resposta e seus subsequentes espelhos tiveram vários problemas. Penal (o pior padrão dentre todos), Trabalho, Civil, Administrativo e Constitucional tiveram critérios equivocados de correção eleitos pela banca, o que suprime, de partida, vários pontos dos candidatos. Isso representa, junto com uma qualidade de correção ruim, um duplo corte nas aprovações.
4 - A errata em Trabalho, por si só, ajudou a aumentar a reprovação, pois sua entrega não foi algo tranquilo. Muitos candidatos sustentam que tiveram prejuízos de tempo e concentração por conta das erratas, afora terem de revisar a peça durante sua execução.
5 - As peças de Trabalho e Administrativo tiveram pegadinhas em sua identificação, sendo que muitos candidatos em Trabalho reprovaram porque fizeram Embargos de Terceiros e em Administrativo muitos fizeram um Mandado de Segurança. Estas não eram de fato as peças corretas, mas pegadinhas representam um péssimo modelo para se avaliar candidatos.
E agora?
Eu não tenho dúvidas de que a OAB tem plena consciência da qualidade das correções e do baixo percentual de aprovação.
A banca tem uma margem muito grande para aprovar muitos candidatos com os recursos, reparando os erros de correção.
Digo isso porque como a aprovação foi de 35%, eles têm um grande espaço para prover muitos recursos.
"Mas professor, eles não deveriam corrigir tudo o que erraram?"
Sim! Deveriam! Mas na prática, infelizmente, sabemos que isso não acontece.
Tanto a qualidade da correção das provas não é boa (e isso vocês mesmos viram) como também a qualidade da correção dos recursos segue a mesma linha.
A melhor chance de um recorrente reside em apresentar um recurso claro e objetivo. É a melhor forma de se ter uma chance de aprovação.
Não raro muitos candidatos reclamam que a banca sequer lê os recursos.
Todavia, desta vez acredito que as correções serão melhores.
No dia 8 nós veremos!