Uma imagem e uma lição para a jovem advocacia

Sexta, 2 de dezembro de 2016

Recebi essa imagem pelo whatsapp e me diverti! Sim, me diverti, porque só rindo da atual conjuntura do mercado para poder encarar a afronta que é essa pretensão.

Coloquemos de lado o espírito empreendedor da pessoa que fez o pedido pelas petições e consideremos um simples aspecto: o valor está na raridade.

Quando algo é comum, difundido, de fácil acesso, seu valor cai. Quanot mais fácil for encontrar algo, mais barato este "algo" se torna. Não me engano: a responsável pelo pedido das petições não vai conseguiir construir uma empresa próspera, afinal, seu produto não é exclusivo ou raro.

Ninguém vai conseguir grandes coisas vendendo petições-padrão na internet.

E, claro, TODOS, advogados e "mercadores do Direito" saem perdendo, pois este tipo de prática diminui o valor do advogado dentro de um processo. Afinal, para que pagar um profissional se é possível economizar com uma petição?

A mesma lógica se aplica ao aviltamento de honorários, aos "leilões" feitos por clientes ao oferecerem suas causas a mais de um advogado, esperando deles ofertas cada vez menores pelo serviço a ser prestado, e por aí vai.

A verdade é uma só: a advocacia mudou, sofre imenso impacto causado pela computação (mídias digitais, programas, trocas de peças, etc) e não está conseguindo se adaptar aos novos tempos, em especial ao aumento vertiginoso e diário do número de advogados.

Brasil atinge oficialmente a marca de 1 milhão de advogados

Em janeiro de 2016 éramos 945 mil. Hoje, 02/12, já somos 1.001.680. No dia 18 do mês passado éramos 1.000.038. O crescimento não para e não vai parar. Em 2030 seremos dois milhões, e as tecnologias terão avançado brutalmente.

O que vai ser da advocacia?

O que vocês podem fazer por si mesmos para se adaptarem a isto?

A roda está girando e vocês precisam acordar: quem ficar parado será tragado pelo futuro. Aliás, muitos já foram e muitos estão sendo agora, neste exato instante.

Neste momento alguns podem reclamar e perguntar o que a OAb está fazendo pela classe. Não se iludam: é pouco, muito pouco, o que a Ordem pode fazer. Não é possível parar tecnologias e o avanço do futuro.

O momento é de imersão tecnológica, e essa imersão só tende a aumentar.

Aceitem isso, adaptem-se e sigam em frente.