Uma análise sobre a introdução da "repescagem" no Exame de Ordem

Ontem anunciei aqui no Blog uma possível novidade para os próximos Exame de Ordem: a instituição do aproveitamento da aprovação na 1ª fase e a divulgação do padrão de resposta no dia da prova da 2ª fase:

IMPORTANTES mudanças no horizonte do Exame da OAB! Aproveitamento da 2ª fase é uma delas!

Aproveitamento da 2ª fase do Exame de Ordem poderá ser uma única vez

Quero tratar especificamente do aproveitamento da aprovação, pois a notícia causou uma série distinta de reações.

Primeiro, e óbvio, tratar-se-ia da adoção de um sistema que há muito quase a totalidade dos examinandos desejam. Difícil ver alguém que seja contrário a instituição da dita "repescagem".

Neste ponto a OAB adota uma medida simpática aos examinandos.

Vi vários comentários no sentido de não acreditarem que a Ordem de fato vá implementar essas mudanças.

Eu não tenho a menor dúvida de que a publicação de um padrão preliminar no mesmo dia da prova subjetiva será implementado. O X Exame de Ordem foi traumático e essa publicação é uma forma de concentrar a análise de todos os problemas da 2ª fase em um curto lapso de tempo e resolvê-los o quanto antes, visando superar quaisquer problemas entre a banca e os candidatos. Essa mudança, para mim, é uma certeza.

Já a repescagem também está para ser implementada e dificilmente não o será. Jà em setembro do ano passado o atual Coordenador Nacional do Exame de Ordem, Dr. Leonardo Avelino, já desejava implementar esse sistema:

OAB-MS apoia "repescagem" no Exame da Ordem; medida pode ser aplicada já em 2013

Isso, imagino, deve ter sido alvo de vários debates dentro da entidade e a coisa deve estar já bem encaminhada. O presidente da OAB/CE, Dr. Valdetário, não teria passado ontem as informações para o Blog se as chances para a real implementação das mudanças não fossem concretas.

Não é uma certeza, é bem verdade, mas está bem próximo da implementação.

Agora o segundo ponto: o que vai acontecer com o grau de dificuldade da prova DEPOIS da implementação da repescagem?

Também peguei vários e vários comentários neste sentido, em especial de candidatos achando que o grau de dificuldade de uma das fases da prova, ou mesmo as duas, irá aumentar.

Aqui estamos diante de uma boa dúvida e de respostas nada óbvias. Podemos traçar 4 cenários hipotéticos a partir de agora:

1 - A prova mantém seu atual grau de dificuldade (que já é alto) e a repescagem não modifica o cenário;

2 - A OAB pode aumentar um pouco o grau de dificuldade da 1ª fase, já que na 2ª teria um acúmulo de candidatos;

3 - A OAB determina um aumento da dificuldade da 2ª fase, e;

4 - A OAB aumenta um pouco a dificuldade de ambas as fases.

Esses são apenas cenários, não temos como saber o que vai acontecer de agora em diante. Aqui todos nós teremos de esperar para ver os desdobramentos desta mudança.

Em princípio, creio, que a mudança veio para melhorar a prova e fazer um pouco mais de justiça aos candidatos. Há um tempo atrás eu imaginava que o bicho iria pegar com a implementação de tal mudança, mas, para mim, o clima na OAB quanto a isto é realmente no sentido de auxiliar os candidatos, avaliando a capacidade real de peticionamento.

Quem for para a repescagem terá uma chance de ouro, pois terá um tempão IMENSO para dedicar ao estudo da sua disciplina de 2ª fase. Não se preocupará em nada com a 1ª etapa e terá o direito ao foco exclusivo em sua preparação.

Será uma oportunidade de ouro para os candidatos com dificuldades de aprovação em edições sucessivas da prova. Vai ser possível aprofundar os estudos na disciplina de escolha e ficar craque nela.

A mudança, em suma, tem uma faceta positiva e deve ser vista com bons olhos. Ao menos, agora, é a visão que tenho sobre ela. Pode ser que mude, mas isso só o tempo irá dizer.