Segunda, 7 de março de 2011
Com taxa de aprovação de 30,6%, o Estado de Sergipe se destaca no cenário nacional entre os maiores índices de aprovação verificados na primeira fase do último Exame de Ordem, aplicado em nível nacional de forma unificada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Dados da Fundação Getúlio Vargas revelam que a média nacional se configura em 22% em aprovação no Exame de Ordem.
Para o presidente da OAB/SE, Carlos Augusto Monteiro Nascimento, o desempenho dos candidatos sinaliza para a boa qualidade do ensino jurídico no Estado assegurado pelas sete instituições de ensino superior que ofertam o Curso de Direito em Sergipe. Carlos Augusto reconhece que o Exame de Ordem é o único instrumento de aferição do ensino jurídico, que se traduz como mecanismo para colocar os mais eficientes advogados no mercado jurídico brasileiro.
Pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) detecta que o Brasil, com a oferta de 1.128 Cursos de Direito, é o país que apresenta o maior número de cursos jurídicos do mundo. Excetuando o Brasil, em todo o planeta são 1.100 cursos de Direito. Os Estados Unidos, por exemplo, ofertam 180 cursos de Direito, número restrito, no Brasil, ao Estado de São Paulo. A Bahia oferta cerca de 56 cursos e Sergipe sete. No Brasil constam 720 mil advogados, mas se não fosse o Exame de Ordem para qualificar o exercício profissional, seriam nada menos que 3 milhões de advogados atuando no mercado brasileiro.
Conforme pesquisa realizada na primeira fase do Exame de Ordem pela Fundação Getúlio Vargas, a aplicação do Exame de Ordem como critério para habilitar o advogado é aprovado por 83% dos bacharéis consultados. A pesquisa indica que os bacharéis consideram o Exame de Ordem importante fase para manter o bom nível da advocacia no Brasil. A aplicação da prova de forma unificada em data e conteúdo nos Estados brasileiros foi aprovada por 86% dos consultados.
Na pesquisa, a Fundação Getúlio Vargas ouviu 1.500 bacharéis em todo o país, distribuídos proporcionalmente, levando-se em consideração o número de inscritos em cada Estado. Entre os pesquisados, 80% revelam que já tinham realizado o Exame por mais de uma vez. Na pesquisa, a Fundação Getúlio Vargas constatou que 57% dos consultados creditam à baixa qualidade do ensino jurídico oferecido pelas instituições de ensino superior no país e à falta de preparo dos próprios bacharéis, que se submetem à prova, o elevado índice de reprovação no Exame de Ordem. De cada três entrevistados, um acredita que o motivo do pequeno nível de aprovação é o baixo nível de ensino nas faculdades. A Fundação Getúlio Vargas revela que um número significativo de faculdades não consegue ultrapassar o percentual de 5% de aprovação.
Matéria veiculada pela TV Sergipe na quarta-feira também revela satisfação de bacharéis e alunos do Curso de Direito com a aplicação do Exame de Ordem. Quando entrevistados pela equipe de reportagem da emissora de TV, os bacharéis e estudantes não esconderam os esforços que fazem dedicando-se aos estudos em busca da aprovação. Exemplo de Gustavo Costa, que, embora reprovado, acredita que o Exame de Ordem é um mecanismo eficaz para qualificar a advocacia no país. Ele defende que o Exame de Ordem se torne modelo para ser instituído nos demais cursos de nível superior como prova aplicada antes de habilitar o profissional para o mercado de trabalho.
Fonte: OAB/SE