Seremos 1 milhão de advogados em agosto ou setembro deste ano!

Terça, 21 de junho de 2016

Faltam apenas mais 20 mil advogados para o Brasil atingir a significativa marca de 1 milhão de advogados. É um número absolutamente impressionante!

Hoje teremos, finalmente, a divulgação da lista preliminar de aprovados na 2ª fase do XIX Exame de Ordem e, seguramente, teremos mais de 20 mil aprovados. Estimos que devemos ter algo entre 24 a 26 mil aprovados.

Considerando que levamos em média uns 2 meses para as carteiras começarem a serem entregues, é bem provável chegarmos a um milhão em agosto, ou, no mais tardar, ainda em setembro deste ano.

Em fevereiro deste ano éramos 940 mil advogados. Ou seja: em mais ou menos 8 meses teremos um crescimento de 60 mil novos profissionais em apenas um ano. Talvez uns 80 a 90 mil considerando o 2016 como um todo.

Nesse ritmo chegaremos a 2 milhões de advogados em, talvez em mais uns 10 anos.

Aqui, claro, considerando a fortíssima perspectiva de estarmos diante de uma 2 onde de expansão no número das faculdades de Direito. Tenho recebido notícias de que o MEC está em vias de flexibilizar a abertura de mais faculdades, como se já não tivéssemos 1.306 instituições com suas portas abertas oferecendo cursos por todo o país, de uma forma que o mercado não consegue mais suportar.

E também, é claro, considerando aqui a tenebrosa proposta que pretende alterar o curriculum das faculdades de Direito, reduzindo a duração do curso de 5 para 3 anos.

Possível nova proposta para o curriculum da graduação em Direito no Brasil é assombrosa!

Se esta proposta vingar (e ela é bem real!) a velocidade em que as faculdades vão despejar novos bacharéis no mercado crescerá em 60%. Ou seja, em bem menos de 10 anos dobraremos o número de advogados no mercado.

Se hoje não está fácil, imaginem no futuro.

Infelizmente o poder público é o grande culpado e parte central deste probelma, ao utilizar a liberação de faculdades como moeda de troca política (alguém duvida disto dentro de um sistema político imundo como o brasileiro?) e despreocupado com os mercados de uma forma geral, mas tão somente focado em números e no business do grupos econômicos ligados à educação.

E não se iludam: a OAB não vai conseguir botar freio em quase nada. Ela foi, é e será engolida pela força do capital e da especulação no ensino superior, que tem muito, mas muito mais influência e força se comparado com a OAB.

Este texto, evidentemente, é uma denúncia. Ou os interessados forçam o debate e exigem um freio neste mercado ou a advocacia vai sofrer ilimitadamente os efeitos desta expansão alucinada e irrefletida no número de profissionais.

O tempo de fazer isso, inclusive, já passou. Agora é o objetivo seria o de tentar impedir o agravamento da crise já instalada.