Reta final para a prova da OAB: estabelecendo prioridades a partir da análise do desempenho médio dos candidatos nas edições anteriores

Segunda, 6 de julho de 2015

 

E agora? O que priorizar nessas duas últimas semanas?

Na última sexta-feira publicamos o último simulado do Portal, e a partir dele a baliza sobre a preparação já pode finalmente ser concluída:

3º simulado do Portal Exame de Ordem

Agora, faltando 2 semanas para a prova, a preparação deve estar quase ultimada, ao menos para a maior parte dos candidatos.

IMPORTANTE: quem está seguindo um cronograma de estudos DEVE se manter fiel a sua execução. O que vou escrever aqui deve ser visto como uma atividade EXTRA.

Agora, com a resolução dos nossos simulados, e de várias outras provas, certamente vocês já devem ter uma boa noção do atual estágio de preparação. Quem não fez os simulados e não tem essa perspectiva ainda deve fazê-los o quanto antes:

A importância de se fazer um simulado para a prova da 1ª fase da OAB

1º simulado do Portal Exame de Ordem Gabarito do 1º simulado do Portal Exame de Ordem 2º simulado do Portal Exame de Ordem Gabarito do 2º simulado do Portal Exame de Ordem

Com a resolução dos simulados e de provas anteriores vocês agora devem ter uma noção do atual estágio de preparo.

A mensuração de desempenho, portanto, tem o condão de mostrar as virtudes e as deficiências.

Compreendendo a análise estatística de desempenho e sua importância na preparação para a 1ª fase da OAB

A partir do reconhecimento dos pontos fortes e fracos, o candidato tem de fazer para si mesmo uma série de perguntas bastante pertinentes, exatamente para cobrir os pontos fracos e assegurar a aprovação na prova objetiva:

1 - Os pontos fortes são o suficiente para assegurar no mínimo 48 acertos na prova? Ou seja, 60% da pontuação total?

Porque 60%? A ideia é, como já escrevi em outras oportunidades, é ter uma gordura para queimar considerando a probabilidade de erro. Esses 60% representam uma margem mínima de segurança no caso, exatamente, da falibilidade do ser humano.

Se o candidato nos simulados e nas provas está ali na faixa dos 40 pontos, o risco para ele é bem maior. Um desempenho acima dos 50% é importantíssimo.

Daqui partimos para o ponto 2:

2 -  Compensa mais reforçar o que se sabe ou partir para as disciplina cujo desempenho não foi bom?

Se o candidato tem uma média de acertos na casa dos 60% ele tem a margem para fazer duas escolhas: reforçar o que já sabe, com muita revisão, ou tentar ampliar a margem e atacar os pontos fracos. Qualquer uma das escolhas é aceitável.

Mas se o candidato está na faixa dos 38-42 pontos, em especial abaixo dos 60%, eu recomendo o estudo de disciplinas em que o desempenho não é bom. É importante conseguir pontos onde o conhecimento não é tão consistente. Aqui a escolha é mais óbvia, pois reforçar o que já se sabe não tem a propensão de modificar o desempenho final de forma relevante.

Isso é importante!

E, uma vez de posse da compreensão das próprias virtudes e debilidades, quais disciplinas atacar?

Este é um ponto NEVRÁLGICO!

O candidato não pode fazer qualquer escolha, seguindo dicas que indicam genericamente as disciplinas a serem estudadas. A escolha é CUSTOMIZADA, ou seja, personalíssima em função da averiguação das próprias capacidades! A escolha é baseada no próprio desempenho, na quantidade de questões e no volume de conteúdo a ser estudado.

Ou seja: neste caso, fórmulas prontas ATRAPALHAM ao invés de ajudar!

Vamos avaliar isso de forma prática!

Primeiro vamos ver como foi a distribuição de questões na última prova do Exame:

Ética - 10 questões

Direito Civil - 7 questões

Constitucional - 6 questões

Direito Administrativo - 6 questões

Direito Processual Civil - 6 questões

Direito Penal - 6 questões

Direito do Trabalho - 6 questões

Direito Processual do Trabalho - 6 questões

Direito Processual Penal - 5 questões

Direito Empresarial - 5 questões

Direito Tributário - 3 questões

Direitos Humanos - 3 questões

Filosofia - 2 questões

Direito Internacional - 2 questões

Direito Ambiental - 2 questões

ECA - 2 questões

Direito do Consumidor - 2 questões

Ética é um caso a parte e não será abordado aqui. Essa disciplina deve ser estudada somente a partir da quinta-feira da semana da prova. No momento ela não é o foco.

No mais, o candidato deve fazer a seguinte ponderação: quais disciplinas ele deve dar um enfoque especial, considerando aqui o que ele domina, o que ele não domina, o peso das disciplinas escolhidas em função da prova e o volume de conteúdo a ser estudado.

Direito Civil e Processo Civil, por exemplo, possuem um conteúdo bem extenso. Compensa estudar essas duas disciplinas agora, mesmo que o desempenho nelas não tenha sido bom?

Por sua vez, Filosofia tem um conteúdo mais complicadinho e só exigem 2 questões. Como pensa estudar?

Entrar de corpo e alma em Direito do Consumidor vai impactar severamente no desempenho? Talvez Direito Processual do Trabalho traga melhores frutos, caso o desempenho nesta disciplina não seja dos melhores neste momento. Afinal, enquanto em um só caem duas questões, no outro são cobradas seis questões.

Que tal, em termos de perspectiva, olharmos o desempenho médio por disciplina dos examinandos ao longo das edições do Exame de Ordem unificado, desde o II Exame até a X edição? Esses dados podem ajudar na hora de decidir:

   

Com as estatísticas acima podemos fazer um ranking com base no desempenho dos candidatos por disciplina, ou seja, podemos apontar quais são as disciplinas que proporcionam uma melhor resposta dos candidatos considerando a média:

1º) Ética Profissional - 65% de aproveitamento médio (10 questões)

2º) Direito do Consumidor - 58,4% de aproveitamento médio (2 questões)

3º) Estatuto da Criança e do Adolescente - 51,3% de aproveitamento médio (2 questões)

4º) Direito Administrativo - 48,2% de aproveitamento médio (6 questões)

5º) Direitos Humanos - 47% de aproveitamento médio (3 questões)

6º) Filosofia do Direito -  46,9% de aproveitamento médio (2 questões)

7º) Direito Ambiental - 46,7% de aproveitamento médio (2 questões)

8º) Processo Penal - 45,2% de aproveitamento médio (5 questões)

9º) Direito Tributário - 43,3% de aproveitamento médio (4 questões)

10º) Direito Civil - 42,5% de aproveitamento médio (7 questões)

11º) Direito do Trabalho - 41,0% de aproveitamento médio (6 questões)

12º) Direito Constitucional - 40,8% de aproveitamento médio (7 questões)

13º) Processo Civil - 39,1% de aproveitamento médio (6 questões)

14º) Processo do Trabalho - 38,8% de aproveitamento médio (5 questões)

15º) Direito Penal - 38,5% de aproveitamento médio (5 questões)

16º) Direito Internacional - 37,9% de aproveitamento médio (2 questões)

17º) Direito Empresarial - 30,4% de aproveitamento médio (5 questões)

A partir daí vocês devem fazer essa ponderação. É muito cômodo oferecer respostas prontas, mas o candidato tem de ter a compreensão de que possui suas próprias particularidades, e dicas e respostas genéricas são cômodas, mas não exatamente eficientes.

Reflitam com calma e façam a melhor escolha sempre tendo em mente o próprio desempenho, as virtudes e possíveis limitações.

E não se esqueçam!

Independentemente da escolha agora é hora, mais do que nunca, de resolver muitas questões para verdadeiramente entrar no ritmo da prova!

Como SUGESTÃO minha (só sugestão, sem afirmações categóricas, pois a análise é sempre personalizada), sugiro que vocês estudem, independentemente do que escolherem, ECA e Consumidor, pois não só os candidatos, na média, aproveitam melhor essas disciplinas como o volume de estudo é pequeno, nos mesmos moldes do Estatuto da OAB.

Em pouco tempo o candidato poderia estudar o suficiente para assegurar 14 pontos na prova, o que não é nada desprezível.