Terça, 6 de dezembro de 2011
A prova acabou, mas os dramas apenas começaram.
E pelo volume e natureza dos comentários, os candidatos estão na maior ressaca. Afinal, a prova foi uma pancada mesmo.
Muitos examinandos já acham que reprovaram, outros estão indignados com as interrupções durante a realização da prova, outros preocupados com os prejuízos nas redações por conta das erratas e, finalmente, vários estão procurando o MPF para tentar anular a 2ª fase.
Enfim...essas indefinições são ruins para vocês; aliás, para todos os envolvidos no Exame de Ordem, e como o próprio futuro profissional está em jogo, ninguém vai conseguir relevar os problemas. Em especial aqueles que porventura reprovarem. Boa parte destes, certamente, sentir-se-ão injustiçados.
É difícil dizer para as pessoas como devem se portar neste momento, mas tomo a liberdade de fazer as seguintes sugestões:
a) Quem realmente está convicto da reprovação deve começar a estudar para a próxima prova. Faltam apenas 2 meses para ela. É uma droga passar o final de ano estudando, mas o tempo não para e a OAB não quer saber de facilitar a vida para ninguém;
b) Quem se sente MUITO injustiçado com o que aconteceu mas se acha merecedor da aprovação, deve, naturalmente, buscar seus direitos. Entretanto, a lista preliminar de aprovados só será divulgada no dia 26. Aguardar o resultado, infelizmente, é a única opção;
c) Há de se considerar a intervenção do MPF. Entretanto, o mérito de tal ação levaria meses ou anos para ser julgado (tal como no caso do Exame 2010.2). Essa ação só surtiria algum efeito prático se uma antecipação de tutela fosse deferida e ratificada por um dos TRF"s, obrigando a Ordem a reaplicar a prova. Do contrário, pura perda de tempo.
Esse caminho seria sem dúvida nenhuma o mais traumático. E eu vejo reais chances dele acontecer.
Mas sempre prevalece um ponto de vista em especial: o do próprio candidato. E para este, o mais importante é a própria aprovação.
Por experiência sei que vocês se unem quando os interesses são convergentes, mas vocês também podem lutar entre si se houver divergências.
O candidatos que porventura sejam aprovados de plano irão com toda certeza se opor a uma eventual ação do MPF, contrariando os candidatos favoráveis.
Lembrem-se: quando chegamos a esse ponto a noção de Justiça ganha contornos personalíssimos, e o bom senso e a racionalidade são postos de lado.
Estou escrevendo isso mais como um convite à reflexão. Suas futuras ações dependem agora de uma boa reflexão e, certamente, da convergência das opiniões. Juntos vocês são fortes, tal como ocorreu no Exame 2009.2. Divididos vocês sucumbirão, como ocorreu em qualquer outro Exame que tenha dado confusão.
A corda sempre (quase) arrebenta para o lado de vocês. E quem eventualmente os apoia, como o MPF, até hoje não conseguiu nada de prático contra a OAB.
Reflitam.