Segunda, 9 de julho de 2012
Eis que acabou a ralação para o VII Exame de Ordem. Agora é esperar pelo padrão de resposta (24/07) e pelo resultado preliminar (27/07).
Tal como já comentamos, as provas tecnicamente, ao menos até agora, não merecem reparos, apesar de terem sido difíceis, para variar...
Mas e agora, como serão as correções?
Primeiro acredito que a média de reprovação na 2ª fase fique próxima aos 50%. Essa projeção tem por base a análise das últimas estatísticas de aprovação.
Na 1ª fase do Exame passado foram 46.877 candidatos aprovados após a 1ª fase, ou seja, 46,30%. Neste Exame tivemos 45.904 aprovados na 1ª fase, um patamar quase igual ao anterior. Já deu para perceber, após a prova, que o grau de dificuldade no mínimo foi o mesmo.
Como o número de aprovados na 1ª fase foi bem igual ao das duas edições anteriores, é bem provável que a lógica das reprovações siga, ao menos no campo estatístico, o mesmo roteiro até então imprimido pela FGV:
V Unificado - 108.355 inscritos - 26.024 aprovados
Percentual FINAL de aprovados em relação ao número de inscritos: 24,01%
VI Unificado - 101.246 inscritos - 25.912 aprovados
Percentual FINAL de aprovados em relação ao número de inscritos: 25,59%
Se tivemos agora, neste VII Exame, 111.909 candidatos inscritos, 25% deste número é igual a 27.977 candidatos aprovados, ou seja, pouco mais de 505 do total de aprovados na 1ª etapa.
Claro! Isso é só uma projeção!! Não tenho como afirmar nada de forma categórica, apesar de ser possível traçar paralelos.
De toda forma, o importante mesmo é saber se a FGV vai corrigir direito as provas subjetivas. E aqui o bicho pega!
Nas últimas edições tivemos problemas GRAVES de correção das provas, e muitos candidatos foram imensamente prejudicados por correções no mínimo displicentes. No mínimo:
FGV e OAB erraram FEIO ao zerar as peças práticas de candidatos que fizeram a prova de Direito Penal
Presidente da OAB afirma que provas zeradas da 2ª fase de Direito Penal serão reanalisadas
Sobre os problemas nas demais disciplinas ocorridos na 2ª fase do VI Exame de Ordem
Erro material na prova de Direito do Trabalho precisa ser reparado de ofício pela OAB
Os links acima mostram apenas em uma estreita medida como foram as correções das provas na edição anterior. Aqui no Blog fizemos um barulho em prol da correção justa das provas, o que foi conseguido em uma medida limitada. Isso sem considerar várias edições anteriores do Exame.
Ou seja: o drama é real e é para todos.
Nada animador, não é? Mas, infelizmente, é verdade, acontece e é a regra.
Isso motivou, no último dia 21 de maio, uma reunião entre a OAB com a FGV exatamente para tratar deste ponto: a qualidade das correções. Vejam trecho de uma matéria publicada no próprio site da OAB:
""O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, abriu hoje (21) a 25ª Reunião do Colégio de Presidentes de Comissões de Estágio e de Exame de Ordem Unificado da entidade. Ao saudar os participantes, reunidos no plenário da entidade, Ophir classificou o encontro como, ?essencialmente, uma reunião de trabalho para o aperfeiçoamento do Exame de Ordem?. O evento acontece durante todo o dia e está sendo conduzido pelo presidente da Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado, o secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
Ophir destacou ainda como ?fundamental? o papel dos presidentes das Comissões de Exame de Ordem Unificado na busca do caminho do aperfeiçoamento da execução da prova, uma vez que eles constituem os representantes da entidade que estão mais em contato com os problemas e demandas dos examinandos e cursinhos. ?Nossa preocupação maior deve ser com a correção do Exame?, reiterou aos dirigentes.""
Não tenham dúvidas: a reunião foi para exigir da FGV uma melhor qualidade nas correções.
Mas por que essas correções estão dando tantos problemas?
Simples: muitos candidatos aprovados na 1ª fase!
Parem para refletir um pouco. Temos 18 dias daqui até o dia do resultado preliminar. São nada mais, nada menos do que 45.904 provas a serem corrigidas nesse lapso de tempo, ou 2.550 provas corridas POR DIA!
É prova pra caramba!!
Eu imagino que a FGV vai ampliar a sua infraestrutura de correção para atender a demanda sem comprometer a qualidade da correção. Só aumentando o número de pessoas envolvidas na correção que a FGV vai dar conta de entregar um trabalho satisfatório.
Talvez esse investimento tenha sido feito, pois o filme da FGV anda meio queimado, e o contrato com a OAB para a aplicação do Exame de Ordem deve ser bem polpudo. Polpudo o suficiente para não ser perdido.
De toda forma, agora, só podemos esperar. Até que a espera naõ será tão longa assim, comparando com outras edições do Exame, mas, sinceramente, seria bom que fosse.
Enfim...alea jacta est!