Relatório de mais uma lambança em um Exame de Ordem

Quinta, 3 de maio de 2012

Bem...eu queria dizer exatamente o que está acontecendo, mas não dá: eu mesmo não sei.

Mas diante do visto e lido podemos rascunhar mais ou menos o quadro:

1 - O site da FGV "sumiu" com os recursos dos candidatos, que foram interpostos mas não constavam no sistema. Passado um tempo, depois da chiadeira toda, os recursos começaram a aparecer, mas ainda muitos candidatos não conseguiram ver a mudança do status de "recurso não apresentado" para "recurso apresentado";

2 - A falha foi generalizada. Quantos foram afetados eu não sei, mas com certeza, pelo menos, algumas centenas. Revolta geral nas redes sociais;

3 - As fundamentações para o indeferimentos dos recursos são simplesmente um control-C, control-V do padrão de resposta. "Padrãozão" geral e irrestrito para todos os recorrentes;

4 - Vários candidatos que cumularam os pedidos na prova de penal CONTINUAM com a nota zero, apesar das promessas de recorreção, enquanto outros foram beneficiados. Vi a prova de uma candidato e era o caso, integralmente, de recorreção. Não ocorreu. Vou tratar disso em um post próprio quando tiver mais informações;

5 - Muitos candidatos reclamando que mal leram suas razões recursais. Aqui a reclamação é normal, mas não duvido que elas sejam muito pertinentes.

A situação ainda não está clara, temos ainda muitas informações desencontradas, mas a certeza de uma grande lambança é insofismável.

Mais uma vez o Exame de Ordem apresenta sérios problemas.

Qual é o problema? Falta de investimentos? Amadorismo? Preguiça? Falta de vontade?

Não é possível, após tantas edições, desde a estréia no Exame 2010.2 (outra lambança) que não tenham aprendido a aplicar direito uma prova da OAB.

Tá demais! Isso é cansativo e humilhante para os candidatos, e não é o gigantismo da prova, com certeza, o culpado por esses sistemáticos problemas.

Os problemas de TI se repetem em todo Exame, seja como no caso agora, seja na queda dos sites quando os resultados são publicados, afora os problemas de ordem jurídica que assolam a prova edição após edição.

Aparentemente seguem um roteiro para DESMORALIZAR o Exame de Ordem, quando deveriam se preocupar em transformá-lo em um exemplo e em um instituto fundamental para a advocacia. É fundamental, mas como explicar a reprovação de quem mostra capacidade pra o exercício da advocacia DENTRO DOS CRITÉRIOS eleitos pela OAB, critérios estes que formam o Exame de Ordem?

O que ocorre, prova após prova, chama-se INCOMPETÊNCIA!

A sorte da OAB é que o Exame de Ordem foi considerado constitucional. Ao menos isso serve de consolo e proteção para a Ordem.

Por outro lado, no parlamento vários deputados estão se unindo para derrubar a prova, e esse tipo de falha é um prato cheio e suculento para eles.

Eu tento, mas não consigo entender...não consigo mesmo.