Recorde de inscritos no XII Exame de Ordem?

Segunda, 25 de novembro de 2013

Há muito tempo, desde quando o Blog começou seu trabalho pioneiro de análise do Exame de Ordem, que uma regra mais ou menos geral foi percebida, e ela implica de forma direta no grau de dificuldade tanto da prova objetiva como da prova subjetiva: o número de inscritos na 1ª fase ou o número de aprovados na 2ª determinam o futuro grau de dificuldade das respectivas provas.

Entretanto, essa regra nem sempre foi uma verdade e eventualmente ela foi quebrada. Sempre se tratou, portanto, de um jogo de observação empírica e ponderações com base na experiência.

Entretanto, hoje, acredito que essa regra encontrou seu fim.

Tudo muda, isso é um fato, e de uns tempos para cá a OAB passou a adotar uma postura extremamente reativa aos problemas da prova e não mais fica sem dar uma resposta aos eventos, em especial às críticas quase sempre contundentes derivadas de falhas na concepção ou aplicação da prova.

E neste contexto temos os eventos do X Exame de Ordem, quando um recorde de inscritos gerou um recorde de aprovados e um recorde absoluto de problemas, confusões e muita, muita briga.

No X Exame, dentre os quase 125 mil inscritos, 54% (67.441) foram a provados na 1ª fase, sendo que 32 mil foram aprovados na 2ª etapa (25%).

Os números superlativos do X Exame, entretanto, não encontraram espaço no XI Exame. Ao contrário!

Dos inscritos no XI (101 mil), apenas 19,67% (19.866) dos candidatos lograram a aprovação na 1ª fase.

O que explica a queda tão abrupta entre uma 1ª fase (54%) e outra (19,67%)?

Vamos juntar os elementos: de um lado uma série de mudanças formais entre uma e outra edição, com mudanças relevantes no edital, alteração no provimento e a adoção da inédita repescagem de provimento. Por outro lado uma queda abrupta no percentual de aprovados entre o X e o XI Exames.

Nada é resultado do acaso. A OAB se deu conta de que quanto menos aprovados, mais fácil é tomar conta da prova e de seus problemas, tal como vimos no XI Exame, bem menos problemático em comparação ao seu antecessor.

Para mim, o XI Exame veio para estabelecer um novo padrão de aprovação.

Baixo, por sinal.

Agora vamos a novidade!

Conversei com gente da OAB e me passaram uma informação interessante. Não se trata de números fechados e nem é uma avaliação exata, tão somente uma impressão interna deles.

Tem gente lá dentro esperando por algo entre 130 a 150 mil inscritos neste Exame.

12345

Uau!

No X Exame tivemos 124.887 inscritos, o recorde até hoje. Essa nova perspectiva ultrapassa bem essa cifra. Já imaginaram? Quase 150 mil candidatos?

Será mesmo?

Existem duas razões para justificar essa expectativa.

A primeira decorre do advento da repescagem. A perspectiva de ter uma 2ª chance na prova subjetiva, sem a necessidade da repetição da prova da 1ª fase teria animado muitos candidatos.

A repescagem é vista como uma grande oportunidade de aprovação, e isso impactaria nas inscrições.

O 2º elemento seria o "baixo" número de inscrições no XI Exame. Muitos candidatos se confundiram o prazo de pagamento do boleto com o prazo da inscrição (no XI Exame houve uma mudança nessa sistemática) e isso impactou nas inscrições. Agora, tal problema não teria ocorrido.

Se a perspectiva se confirmar, eu teria mais uma confirmação de uma avaliação feita em outubro passado no post Como poderá ser o Exame de Ordem na era da repescagem?

"Perceberam como as provas da atual 2ª fase foram muito, mas muito mais tranquilas que a do Exame anterior (tirando aqui problema na identificação da peça na prova de Civil, apontado por alguns candidatos) e a quase ausência de questionamentos, em especial se comprarmos com a 2ª fase do X Exame?

A diferença é NOTÁVEL!

E ela, a diferença, não é resultado do acaso: a OAB deu uma apertada na FGV e o processo de elaboração das provas está sendo melhor supervisionado.

Mas não é mera questão da qualidade da prova, que passou por uma melhora, mas sim por um número menor de aprovados. E, como sabemos, quanto menos aprovados, mais fácil é tomar conta da prova e dos problemas pelo lado da OAB.

Somando os fatores da equação

Visto o contexto geral, vamos a nossa conclusão.

Somando a repescagem, que assegurará a 2ª fase aos reprovados nas próximas 2ªs fases, com a percepção, por parte da Ordem (constatação REAL lá dentro), de que a 2ª fase é menos problemática se tiver menos aprovados, com todas as mudanças formais até agora adotadas tanto no edital como no provimento, é muito possível que as futuras edições da prova passem a ser uma reprodução do que está sendo o atual XI Exame de Ordem.

Seria o fim das variações estatísticas de aprovação nas duas fases da OAB.

A equação, enfim, seria uma 1ª fase com um percentual baixo de aprovados, tal como a 1ª fase do XI Exame, e provas de 2ª fase mais tranquilas, também como está acontecendo agora, fazendo o devido desconto em relação a eventuais problemas pontuais que surgirem.

Isso é, antes de tudo, uma especulação MINHA, mas é uma especulação com base em alguns elementos que são de conhecimento de todos e outros nem tanto assim.

E não vamos precisar esperar tanto para ver se a especulação se confirma ou não. Já na próxima prova objetiva poderemos concluir se essa será mesmo a tendência.

Aguardemos."

É bem razoável supor, dada a diferença entre o X e o XI Exames, que a próxima 1ª fase seguirá o padrão do XI Exame. Se o número de inscritos efetivamente ficar entre os 130 a 150 mil inscritos, essa será a tendência.