Terça, 20 de novembro de 2012
O Estadão Online de hoje publicou uma matéria sobre um atrito entre a presidenta Dilma e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.
Com a proximidade do fim do mandato, Marco Maia (PT-RS) estaria diligenciando no sentido de aprovar projetos ditos "populares" e deixar uma marca, um registro de sua passagem no comando da casa APESAR da oposição da presidência em relação a temas sensíveis, capazes de impactar nos cofres da União.
Primeiro a Câmara aprovou o projeto para redistribuir os royalties do petróleo entre todos os Estados e municípios, gerando desgaste no governo. Agora Maia deseja a levar ao plenário da Câmara, a partir de hoje, a proposta que acaba com o fator previdenciário, e sua extinção preocupa o governo.
Ainda segundo o Estadão, a presidente Dilma ficou furiosa com a insistência de Marco Maia em tratar da mudança nos royalties mesmo sem consenso. Segundo a matéria, interlocutores de Dilma afirmam que o presidente da Câmara cria dificuldades, no fim de sua gestão, porque está desgostoso e quer demonstrar força.
E aí entra o deputado Eduardo Cunha.
Se Maia quer deixar uma marca, porque não por em votação o PL contra o Exame de Ordem? O Deputado Eduardo Cunha já afirmou no Twitter que já tem o aval do presidente da Câmara para por o projeto em votação, e só não o fez até agora porque avaliou que não havia quórum suficiente para votar sem correr riscos.
Hoje, por exemplo, teremos sessão deliberativa na casa, e nada impede, em tese, o PL contra o Exame ser posto em votação, especialmente se efetivamente o projeto do fator previdenciário entrar na pauta, pois o governo irá se mobilizar para impedir sua votação, no que pode implicar em um grande número de parlamentares presentes, exatamente como Eduardo Cunha quer.
Para piorar o contexto, a OAB e suas seccionais encontram-se em pleno processo eleitoral - Eleições nas 27 Seccionais da OAB têm início nesta segunda-feira - e as cabeças coroadas da OAB estão mais preocupadas com o próprio futuro político do que com votações na Câmara dos Deputados.
Hoje, especialmente hoje, Eduardo Cunha poderá ter o quórum que sempre quis e, de lambuja, o inimigo com a guarda baixa.
Tal chance poderá não se repetir mais.
O dia está só começando...