"Quero mudar de disciplina da 2ª fase mas tenho medo. O que eu faço?"

Quarta, 28 de janeiro de 2015

As inscrições para o XVI Exame estão abertas, você leu o post A escolha da disciplina da 2ª fase: estatísticas por disciplina, migração de área, perspectivas sobre a próxima prova, histórico de peças e a escolha RACIONAL da melhor 2ª fase e aí, mesmo escolhendo de forma racional, ponderando a partir da análise de duas ou mais disciplinas, análise esta feita na prática, com a resolução de provas passadas, ainda assim a dúvida persiste.

Ou seja: o candidato "trava" e não sabe para onde ir MESMO que tenha uma análise embasada de suas capacidades.

E aqui um ponto importante: o candidato já reprovou na sua disciplina de preferência em uma ou mais oportunidades e quer tentar a sorte em outra, mas não se sente seguro para tal.

Reparem só na pergunta que recebi dia desses:

"Eu já fui quatro vezes para a 2ª fase em XXXXX e cheguei perto de tirar 6, só que ainda não passei. Estou querendo fazer a OAB XVI e estou com medo de colocar XXXXX de novo. Me diga eu mudo ou continuo pois já fiz cursinho e e sei muito da matéria XXXXX.

Quando li essa pergunta eu fiz outra na lata:

"Hum, Vc reprova pq não sabe ou pq fica nervoso?"

Resposta:

"Acho que fico nervoso"

Eis o X da questão quando surge um problema como este. O candidato sabe, ou acha que sabe, muito da sua disciplina mas acaba fracassando.

Afinal, quem reprova sabe a causa que o levou até a reprovação?

Sim! Tudo tem uma causa e o diagnóstico necessariamente precisa ser feito para que o problema seja solucionado. No caso acima, por exemplo, a resposta é até meio óbvia:

"Se você reprova porque fica nervoso, trocar de disciplina seria dar um tiro no pé. O problema é emocional, e não técnico."

O candidato, portanto, precisa recuperar a confiança em si, controlar os nervos para poder ter um desempenho melhor. Isso, evidentemente, se souber mesmo bem a sua disciplina.

Temos também o caso do candidato que não fica assim tão nervoso e, sucessivamente, fracassa na sua disciplina de escolha.

Nesta hipótese, se ele tem uma boa afinidade com uma outra disciplina, ou ao menos não vê obstáculos técnico/intelectual nela, a troca se justifica.

Em regra eu diria para não trocar, até para não perder todo um lastro de estudos já feitos, mas se os fracassos se repetem, insistir no erro acaba sendo um erro.

Aqui é preciso ter coragem e arriscar.

Vejam só: entre a prova da próxima 1ª fase, dia 15/03, até a prova da 2ª fase, dia 17/05, teremos 2 meses de preparação. è um prazo bem razoável para enfrentar uma nova disciplina. Se a determinação for essa, os estudos mais aprofundados na disciplina de escolham podem, de leve, serem feitos desde agora. Não dá para aprofundar porque a 1ª fase vem aí e o foco deve ser nela, por óbvio.

Quem ficar na repescagem terá um tempo bem maior do que este para se preparar, e, aí sim, poderá estudar a nova disciplina com uma excelente profundida, pois terá muito tempo para isto, afora a despreocupação com a 1ª fase, exatamente por conta da repescagem.

Mas a troca, SEMPRE, deve partir de uma observação técnica e racional, e não mero fruto de uma paixão.

A nova disciplina tem de ser intelectualmente palatável, a parte processual tem de ser compreendida devidamente, assim como os fundamentos do direito material. Ir às cegas, como se fosse uma aventura, é um tiro no escuro:

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Não!!!

O Exame de Ordem NÃO é uma aventura, e nem vocês são aventureiros.

Não há espaço para paixões e ações irrefletidas, até porque elas são absolutamente desnecessárias.

Aqui, mais uma vez, sugiro a leitura deste post:

A escolha da disciplina da 2ª fase: estatísticas por disciplina, migração de área, perspectivas sobre a próxima prova, histórico de peças e a escolha RACIONAL da melhor 2ª fase

Após lê-lo, após implementar o método de análise racional e após descartar outros problemas que não sejam técnicos, como o aspecto emocional, por exemplo, a troca passa a fazer sentido.

As inscrições vão até o dia 05 de fevereiro. Dá tempo ainda de pensar com calma, muita calma e fazer a melhor escolha.

E lembrem-se: NÃO tenham medo de trocar se for o caso. Apenas eliminem as demais hipóteses para não incorrerem em erro.