Segunda, 19 de agosto de 2013
Mas calma!!! Não é preciso radicalizar no desespero!
Vamos então lançar um pouco de luz sobre as perspectivas. E luzes honestas, dentro do atual contexto do Exame de Ordem. A decisão final será de vocês. Meu papel é só o de tornar a visão do contexto clara, ou melhor, compreensível em razão dos atual contexto.
Vamos começar com uma regra básica das anulações. Tão básica, tão elementar que pode até ser chamada de princípio: "uma questão errada não será necessariamente anulada."
Pode ser o erro mais bisonho e escancarado da face da terra! Isso não significa que a questão será anulada. Observo isso desde 2008, desde os tempos do Cespe, quando criei essa pauta. Já vi absurdos acontecerem em questões ridículas e a banca não toma nem conhecimento. Isto é um fato, e um fato ruim.
Ruim porque nós ficamos no vácuo. Até dá para chutar QUANTAS podem ser anuladas, mas daí apontar exatamente quais é muitíssimo complicado. Só uma vez que consegui acertar quantas e quais (O Guru do Exame de Ordem!!!), e acho improvável conseguir repetir a façanha.
E isso, meu caros, é péssimo para todos nós. A ansiedade, as dúvidas e as incertezas correm o cérebro de quem precisa de 1, 2, 3 ou mesmo 4 pontos.
Quando o assunto é anulação, vale somente o que vai na cabeça da banca.
Ponto!
Vamos ao segundo ponto, óbvio, mas que precisa ser dito: quem reprovou ontem está fora do Exame de Ordem!
Agora é contar com a boa vontade da OAB, mais especificamente da Comissão Nacional do Exame de Ordem, responsável por deliberar sobre as anulações. Isso implica em dizer que os reprovados com 36, 37, 38 ou 39 pontos têm diante de si uma PERSPECTIVA, mas nada em concreto, nada tangível, nada na palma da mão.
Só restou a esperança...
E o que fazer com ela, a esperança?
Neste ponto falo especificamente de se tomar uma decisão estratégica. Assumir a derrota e começar de agora a estudar para o próximo Exame de Ordem ou arriscar, comprar um curso para a 2ª fase e apostar nas anulações necessárias?
Quem tem esperança quer partir para a 2ª fase. Quem é mais frio reconhece a derrota e estuda para a próxima 1ª fase. Vamos ser pragmáticos: até que ponto dá para arriscar? Analisaremos o contexto para passar a visão completa do problema:
A pergunta base é: quantos candidatos foram aprovados ontem?
Ninguém sabe! Apenas quando o gabarito preliminar for publicado é que tomaremos ciência, e de hoje até lá teremos longos 18 dias! E 18 dias é um lapso muito, mas muito grande para ficar parado sem fazer nada.
Pelo que senti ontem, a reprovação foi altíssima. É uma percepção minha baseada na compreensão do grau de dificuldade pelos candidatos e pelas manifestações de júbilo pela aprovação. No geral, todo mundo reclamou da dificuldade da prova e pouquíssimos examinandos comemoraram nas redes sociais.
Tendo essa percepção, partimos da seguinte premissa, meio que tradicional inclusive: as anulações guardam íntima e estreita correlação com o percentual de aprovados. Há muito observo essa lógica (injusta, por sinal) e ela sempre ocorre.
Vamos conferir as anulações nas edições passadas em conjunto com o número de aprovados na 1ª fase para vocês compreenderem essa assertiva:
IV Unificado - 121.380 inscritos - 14.157 aprovados na 1ª fase sem os recursos - 21.970 aprovados após a anulação de 3 questões;
V Unificado - 108.355 inscritos - (A OAB, nesta edição do Exame, não liberou o número de aprovados antes da anulação) - 50.624 aprovados após a anulação de 1 questão;
VI Unificado - 101.246 inscritos - 36.566 aprovados na 1ª fase sem os recursos - 46.859 aprovados após a anulação de 2 questões;
VII Unificado - 111.909 candidatos inscritos - 32.137 aprovados na 1ª fase sem os recursos - 45.904 aprovados após a anulação de 4 questões (NOTA: importante ressaltar que 3 foram anuladas por terem sido copiadas de edições anteriores do Exame. Caso absolutamente atípico);
VIII Unificado - 117.852 candidatos inscritos - 51.278 aprovados na 1ª fase sem os recursos - Nenhuma anulação!!
IX Unificado - 118.537 candidatos inscritos - (A OAB, nesta edição do Exame, não liberou o número de aprovados antes das anulações. Fontes extraoficiais falaram em uma reprovação na casa dos 93%) - 19.134 aprovados após a anulação de 3 questões;
X Unificado - 124.887 candidatos inscritos - 67.441 aprovados na 1ª fase sem os recursos
Se, e somente se tivemos por base a pior prova aplicada até hoje, a do IX Exame, ao menos teremos 3 anulações (na época eu pleiteava 4). Se tomarmos o IX Exame como parâmetro, poderíamos falar em pelo menos 3 anulações.
Já seria alguma coisa!
Mas dá para arriscar? Teremos mesmo 3 anulações? Vejam o que eu escrevi ontem:
""Outra verdade: O Exame de Ordem mudou e as mudanças não vão parar por aí. Não vamos raciocinar como fazíamos nas edições passadas. O X Exame impactou fundo na OAB e as coisas não serão como eram antigamente.
Como serão eu não sei, mas a OAB foi acuada (independentemente de ter merecido isso ou não!) e está MUITO preocupada em fazer uma prova tecnicamente correta. É por isso que não me animo a "vender" anulações para vocês. Se eles, da OAB, acharem que as questões feitas pela FGV estão dentro dos parâmetros de correção, é provável que não anulem nada apesar do percentual baixo de aprovação.
Péssimo dizer isso, mas, repito, tudo o que ocorreu no X Exame impactou fundo dentro da Ordem. Estamos diante de uma nova realidade e a OAB não vai querer mais passar pela exposição negativa que experimentou nos últimos 3 meses.""
Sim, é verdade, o Exame de Ordem mudou. A própria formulação das questões da prova de ontem mostrou isso.
Vamos imaginar que tivemos uma reprovação recorde; vamos imaginar que o número de aprovados ficou abaixo dos 10% do total de inscritos. Apenas imaginar!
Ainda assim, creio, se as questões não estiverem viciadas, a OAB pode ficar muito relutante em anular. Pior ainda é saber que essa prova tem poucas questões viciadas de FATO. Não basta só ter divergência com a doutrina ou outro posicionamento da jurisprudência: o erro tem de ser plasmado!
E eu não vi, afora duas questões, erros plasmados, crassos, patentes.
É um grave complicador...
Em suma: estamos diante de um novo contexto e a métrica de análise que usávamos nas edições anteriores NÃO SERVE para esta edição do Exame de Ordem.
Como se trata de um período de reposicionamento da OAB em relação ao Exame, ou seja, de um novo paradigma (!) para esse tipo de análise, infelizmente não é possível apostar em uma previsão.
Desta vez, meu conselho, baseado em anos de observação, tem alta probabilidade de ser equivocado. Para quem queria uma luz, eu realmente não tenho com ajudar.
Quem se lembra da anulação, na 2ª fase, das duas questões de Direito Civil? Pois é, a OAB anulou elas e isso gerou uma grande confusão, com pedido de isonomia para outras disciplinas. Digo agora para vocês uma coisa com MUITO conhecimento de causa: a Ordem agora pensa nisso também, nas consequências de anulações no futuro. Aquele episódio gerou vários dissabores na direção da OAB, e eles agora vão se pautar tendo o gosto daquela experiência no paladar.
Desdobramento natural das coisas...
Vale a pena arriscar? Quem fez 36, 37, 38 ou 39 pontos têm chances?
Sim, tem!
Quem fez 36, 37, 38 ou 39 pontos têm realmente chances?
Pode ser que não!
O risco agora depende da esperança de cada um.
Quem tem esperança e acha que vale a pena arriscar, deve saber que está arriscando o tempo e seu próprio dinheiro. Se está disposto a pagar o preço, já sabe o que fazer.
Na dúvida, querendo colher a opinião de outros candidatos, participem dos grupos de estudo dos professores do Portal. Sempre dá para ter muito feedback ao se consultar outros candidatos:
OAB 2ª Fase 100% Tributário - com Prof.Josiane Minardi
Rumo à OAB em Trabalho - Prof. Aryanna Manfredini, Renato Saraiva e Rafael Tonassi
Grupo de Estudos para a 2ª fase de Direito Civil
Grupos de Estudos - 2ª fase de Direito Empresarial
Grupo de Alunos da Professora Flávia Bahia
OAB ADM Segunda Fase - Matheus Carvalho
Fanpage do professor Geovane Moraes
Se a reprovação final vier, perderam um pouco de tempo sem se dedicar as demais disciplinas da 1ª fase, mas isso dá para compensar. E se a sorte sorrir, a preparação foi implementada e vocês continuam no jogo e de com condições de fazer frente ao desafio.
Reflitam bem e façam uma escolha!
Antes de tomar uma decisão, conversem também com parentes e amigos sobre a melhor escolha. Isso permite uma visão melhor da conjuntura e alivia um pouco a pressão do processo decisório.
Desta vez, infelizmente, para mim o quadro é nebuloso. A única certeza que tenho é que a OAB está com um humor bem diferente em relação ao que é a prova e a forma como ela deve ser conduzida.
As referência antigas, necessariamente, precisam ser repensadas e neste momento estamos sem paradigmas válidos para estruturar uma análise séria e sincera.
É pagar para ver.