Muitos candidatos, evidentemente, estão preocupados com a questão dos recursos e com a possibilidade da OAB anular alguma coisa ou não.
E sim, quem determina as anulações é a OAB, e não a FGV, que apenas acata o que a Ordem determina.
Estou vendo que existem até 5 recursos sendo cogitados para esta prova, quantidade que eu, pessoalmente, acho exagerada. As anulações, de afirmo isso de forma categórica, não guardam nenhuma correlação com o número de anulações.
Vamos então, para começo de conversa, ver o histórico recente de anulações:

Esse é o histórico recente. Tenho dados que remontam ao ano de 2006, mas que não publico mais porque perderam a importância em função da mudança da banca e do contexto do Exame em geral.
Ou seja: acompanho e registro as anulações desde muito antes do Exame ser totalmente unificado.
Mas vamos falar de outra coisa, mais especificamente da provaretrasada, a do XVI Exame, bem fresquinha na cabeça dos candidatos.
Pois é...
Foi simplesmente a 5ª pior prova de todos os tempos em termos percentuais, e talvez a pior prova sob o ponto de vista técnico. Essa distinção entre o percentual e a percepção se justifica somente por um incremento do processo de preparação dos candidatos ao longo do tempo. Os cursinhos evoluíram e isso se reflete na prova, que também, por sua vez, evoluiu quanto ao grau de dificuldade em si.
Vamos ver as 5 piores provas de todos os tempos, em termos puramente estatísticos:
No XVI Exame de Ordem nós tivemos
111.816 inscritos, com
26.836 aprovados, o que dá um percentual de aprovação de
24%.
Este percentual de
24% está um pouco longe das piores edições da prova.
No
XII o percentual de aprovados na 1ª fase foi de
21%.
No
IX Exame o percentual foi de
16,67%, e aqui precisamos mencionar que tivemos 3 anuladas na 1ª fase! Sem elas a aprovação teria sido de 10,3%. Tanto é que nesta edição, pela 1ª vez, a OAB não publicou a lista de aprovados, certamente temendo um exacerbamento extremo das críticas (que na época foi imensa).
Estatisticamente, portanto, a 1ª fase do
IX Exame foi a mais devastadora de todas as provas objetivas.
No
IV Exame de Ordem o percentual foi de
18,48% na 1ª fase.
No
2010.1 o percentual foi de
19,95%, e isso porque tivemos
5 anulações. Sem elas o percentual teria sido de
10,43%.
No
2009.1 o percentual de aprovação na 1ª fase foi de
21,88%.
Na prova retrasada fizemos 4 recursos, sendo que 3 eram muito consistentes, de questões com erros gravíssimos! E, apesar da baixa aprovação, apesar dos erros grotescos, a banca foi inflexível e não anulou rigorosamente nada.
Entretanto, na prova passada, no XVII Exame, tivemos um gigantesco número de inscritos, muitos aprovados na 1ª fase e, ainda assim, a OAB anulou 2 questões!
Quem explica???
A verdade, e ela precisa ser dita, é que não dá para fazer a MENOR ideia sobre como a banca da OAB vai se pautar.
Nós aqui do Portal achamos que ao menos duas questões são passíveis de anulação. Seriam as duas abaixo:

Isso em princípio. Ainda vou fazer, com calma, um escrutínio de toda a prova, e, mais para frente, se surgirem argumentos consistentes, iremos elaborar os respectivos recursos.
E agora? Como se pautar?
Dá até para imaginar a OAB anulando esses duas questões, mas nunca é possível cravar com certeza nada.
Dá para arriscar? Sim, é possível arriscar! Quem fez 38 ou 39 pontos pode arriscar tendo alguma esperança. Quem fez 37 ou menos...bom, aí o prognóstico fica mais difícil.
É o máximo que pode ser dito.
Não temos garantias, não temos certezas e não é possível dar
ESPERANÇA para vocês. Trata-se de realmente assumir um risco.
E por que assumir um risco, por que não esperar pela anulações?
A razão é simples: as anuladas só serão reveladas quando faltar menos um mês para a prova da 2ª fase. Até dá para estudar alguma coisa, mas a partir deste ponto a preparação seria capenga, pois o volume de conteúdo é maior do que o tempo disponível para esgotá-lo.
A razão para assumir o risco é de ordem estritamente prática: gestão do tempo.
"E você Maurício, se estivesse nesta situação, arriscaria?"
O maior entrave para se assumir o risco é o medo, medo de fazer uma escolha errada e quebrar a cara ao final.
Aqui no CERS, para este caso, nós temos o Seguro CERS, ou seja, se a OAB não anula as questões, ou as anulações ao fim não ajudam, o candidato converte o dinheiro gasto na 2ª fase no curso de 1ª fase. é uma forma de mitigar o prejuízo do risco.
Seguro CERS: sua inscrição na 2ª fase convertida em bônus para curso de 1ª fase caso a OAB não anule nenhuma questão
Ademais, o estudo sempre fica, e será aproveitado em outra oportunidade. O "prejuízo" então é mitigado pelo aproveitamento do conteúdo e da certeza de que ele, o conteúdo, será necessário no futuro.
Compensa arriscar?
Para quem fez 38 ou 39, sim. Quem fez menos...aí fica mais complicado.
Reflitam com calma, consultem outras pessoas e tomem aquela que julgarem ser a melhor decisão.