Segunda, 18 de julho de 2011
Após a divulgação do gabarito oficial, muitos candidatos já começam a perguntar quantas questões serão anuladas e se vale a pena estudar para a 2ª fase, pois algumas questões podem ser anuladas e isso os beneficiaria.
Em relação às questões passíveis de anulação, a única coisa que posso antecipar é que é impossível advinhar quais serão anuladas.
Impossível!
Isso porque historicamente questões absurdas não são anuladas pela OAB (quem anula é a OAB e não a FGV).
E aqui, mais uma vez em primeira mão, uma informação relevante para vocês: A comissão nacional do Exame de Ordem vai se reunir no dia 04 de agosto para deliberar quais questões serão anuladas.
A prova da 2ª fase será no dia 21/08!!
Todo Exame é a mesma coisa: uma infinidade de questões são objeto de recursos e, ao fim, os candidatos saem frustrados porque não conseguem anular aquilo que julgam ser completamente anulável.
Mas pelo o que observei nesta prova não são muitas as questões passíveis de recurso. Acredito que no máximo 5 possam ser impugnadas, e isso é ruim.
Vejam o histórico de questões anuladas:
2006.1 = 3 2006.2 = 8 2006.3 = 3 2007.1 = 2 2007.2 = 4 2007.3 = 4 2008.1 = 3 2008.2 = 3 2008.3 = 6 2009.1 = 3 2009.2 = 2 2009.3 = 0 2010.1 = 5 2010.2 = 1 2010.3 = 1 IV Exame de Ordem Unificado = ?
De um modo geral a lógica das anulações sempre foi no sentido de que, caso a prova tenha sido difícil, um maior número de questões são anuladas; caso a prova tenha sido mais fácil, menos questões são anuladas. O conceito de fácil ou difícil está relacionado com um maior ou menor número de aprovados e não com o grau de dificuldade em si da prova.
Aprovação no Exame de Ordem é uma questão de matemática.
Contudo, esse efeito não foi aplicado nos Exames 2009.3 e 2010.1, mas o foi no Exame 2010.2 e 2010.3 Nos dois primeiros as provas objetivas foram difíceis e as provas subjetivas, em todas as disciplinas, também o foram, sendo exigido cada vez mais itens nas questões, afora a peça prática em si.
No Exame 2010.2 tivemos o recorde de aprovações em todas as edições do Exame de Ordem Unificado, e um percentual de 84% de reprovação após a prova subjetiva (em relação ao número total de inscritos).
No Exame 2010.3 o percentual de aprovação foi baixo, a banca só anulou uma questão e as provas subjetivas foram muito severas, produzindo a pior aprovação de todos os tempos.
Agora a prova foi muito difícil e carrega consigo um complicador: foi tecnicamente a melhor prova até então aplicada.
Calma, calma, calma nessa hora!!!!
Eu não escrevi que a prova foi boa, eu escrevi que tecnicamente ela foi a melhor, ou seja, a que APARENTEMENTE apresentou o menor número de erros em sua concepção.
Que a prova foi muito difícil, disso eu não tenho a menor dúvida!
Conversando com os professores do Portal, visualizamos, em princípio, 5 (cinco) questões passíveis de recurso. Em edições anteriores esse número oscilava entre 10 e 15 questões por prova.
E se o número de questões problemáticas é menor, a probabilidade de anulações possivelmente pode cair também.
Eu acredito que a OAB irá anular, no máximo, 2 (duas) questões. E digo no máximo porque nas duas últimas edições, com provas distintas quanto ao grau de complexidade e no resultado de aprovados, a OAB só anulou em cada edição apenas 1 questão.
Há uma manifesta má-vontade em se efetivar reparos na prova.
Por outro lado, é nítida a mudança na gestão do Exame, principalmente um aumento no zelo em sua condução. pode ser que a banca seja mais condescendente. Mas isso é apenas uma aposta.
Lembremos o quadro de probabilidades de aprovação em razão do número de questões que vierem a ser anuladas:
Candidato com 39 pontos - Se a OAB anular uma questão, a probabilidade de que essa questão seja uma das que você errou é de 50%. Se anular duas, 75% e se anular três, 95% de chances.
Candidato com 38 pontos - Se a OAB anular duas questões, a probabilidade de que essas questões sejam duas das que você errou é de 25%. Se anular três, 50%, e se anular quatro, 75% de chances.
Candidatos com 37 pontos - Se a OAB anular três questões, a probabilidade de que essas questões sejam três das que você errou é de 7,5%. Se anular quatro, 25%, e se anular cinco, 50% de chances.
Há de se lembrar também que na 1ª fase a anulação de qualquer questão beneficia todos os candidatos, independente da apresentação ou não de recursos.
E sim! Quem acertou 40 questões está dentro e não há nada que mude isso.
Fica então uma pergunta: Quem fez 39, 38 ou 37 pontos pode ter esperanças de passar? Deve fazer um curso de 2ª fase?
DEPENDE!!
Eu acredito que quem está nessa faixa de pontuação NÃO deve, agora, se inscrever em um curso.
E por que não?
Por que se trata de jogar com probabilidades e não com certezas.
O candidato pode estar com 39 pontos, uma questão pode ser anulada, mas não seria a questão que ele precisaria.
Esse risco é manifesto.
Claro! Estudar NUNCA é ruim, e o prejuízo seria relativo. Não passou agora mas já está se preparando para a próxima. Quem pode pagar por um curso sem sofrer com as consequências de um insucesso nas anulações, não há problemas. Mas quem tem a grana contada deve ponderar um pouco.
Isso não significa que agora não se deve estudar. Deve sim, estudem para a 2ª fase com todas as forças, mas só deixem para se inscrever em um curso quando, no dia 4, soubermos quais questões serão anuladas.
Como a prova será apenas no dia 21, o candidato terá tempo para fazer um curso convicto de sua real aprovação.
Falando em curso, os cursos de 2ª fase do Portal Exame de Ordem, como são online a gravados, funcionam bem dentro dessa lógica: o candidato não perde nenhuma aula.
Mas é tudo uma questão de opção. Pode ser que você não goste de cursos online e prefira um presencial. Isso é natural.
Antes da escolha, de toda forma, o candidato deve fazer uma ponderação séria, honesta, sobre suas reais chances.
Mas de todas as escolhas, continuar estudando nunca é a pior.