Quantas questões poderão ser anuladas da prova objetiva do Exame de Ordem?

Segunda, 31 de outubro de 2011

Após a divulgação do gabarito oficial, muitos candidatos já começam a perguntar quantas questões serão anuladas e se vale a pena estudar para a 2ª fase, pois algumas questões podem ser anuladas e isso os beneficiaria.

(Nota: ainda hoje publicarei no Blog os fundamentos das questões passíveis de anulação)

Em relação às questões passíveis de anulação, a única coisa que posso antecipar é que é impossível advinhar quais serão anuladas.

Impossível!

Isso porque historicamente questões absurdas não são anuladas pela OAB (quem anula é a OAB e não a FGV).

Todo Exame é a mesma coisa: uma infinidade de questões são objeto de recursos e, ao fim, os candidatos saem frustrados porque não conseguem anular aquilo que julgam ser completamente anulável.

Vejam o histórico de questões anuladas:

2006.1 = 3 2006.2 = 8 2006.3 = 3 2007.1 = 2 2007.2 = 4 2007.3 = 4 2008.1 = 3 2008.2 = 3 2008.3 = 6 2009.1 = 3 2009.2 = 2 2009.3 = 0 2010.1 = 5 2010.2 = 1 2010.3 = 1 IV Unificado = 3 V Unificado = ?

De um modo geral a lógica das anulações sempre foi no sentido de que, caso a prova tenha sido difícil, um maior número de questões são anuladas; caso a prova tenha sido mais fácil, menos questões são anuladas. O conceito de fácil ou difícil está relacionado com um maior ou menor número de aprovados e não com o grau de dificuldade em si da prova.

Aprovação no Exame de Ordem é uma questão de matemática.

Contudo, esse efeito não foi aplicado nos Exames 2009.3 e 2010.1, mas o foi no Exame 2010.2 e 2010.3 Nos dois primeiros as provas objetivas foram difíceis e as provas subjetivas, em todas as disciplinas, também o foram, sendo exigido cada vez mais itens nas questões, afora a peça prática em si.

No Exame 2010.2 tivemos o recorde de aprovações em todas as edições do Exame de Ordem Unificado, e um percentual de 84% de reprovação após a prova subjetiva (em relação ao número total de inscritos).

No Exame 2010.3 o percentual de aprovação foi baixo, a banca só anulou uma questão e as provas subjetivas foram muito severas, produzindo a pior aprovação de todos os tempos.

Agora a prova foi considerada fácil e a perspectiva de anulações é bem reduzida, principalmente por supormos que um elevado número de candidatos foram aprovados.

Conversando com os professores do Portal, visualizamos, em princípio, 4 (quatro) questões passíveis de recurso. Em edições anteriores esse número oscilava entre 10 e 15 questões por prova.

E se o número de questões problemáticas é menor, a probabilidade de anulações possivelmente pode cair também.

Eu acredito que a OAB irá anular, no máximo, 2 (duas) questões. E digo no máximo porque nas três últimas edições, com provas distintas quanto ao grau de complexidade e no resultado de aprovados, a OAB só anulou 1 questão nas duas últimas e 3 na última, sendo que o percentual de aprovação na 1ª fase desta foi muito baixo.

Tão baixo que sequer a lista preliminar de aprovados, pela primeira vez, não foi publicada.

Em suma: há uma manifesta má-vontade em se efetivar reparos na prova.

Lembremos o quadro de probabilidades de aprovação em razão do número de questões que vierem a ser anuladas:

Candidato com 39 pontos - Se a OAB anular uma questão, a probabilidade de que essa questão seja uma das que você errou é de 50%. Se anular duas, 75% e se anular três, 95% de chances.

Candidato com 38 pontos - Se a OAB anular duas questões, a probabilidade de que essas questões sejam duas das que você errou é de 25%. Se anular três, 50%, e se anular quatro, 75% de chances.

Candidatos com 37 pontos - Se a OAB anular três questões, a probabilidade de que essas questões sejam três das que você errou é de 7,5%. Se anular quatro, 25%, e se anular cinco, 50% de chances.

Há de se lembrar também que na 1ª fase a anulação de qualquer questão beneficia todos os candidatos, independente da apresentação ou não de recursos.

E sim! Quem acertou 40 questões está dentro e não há nada que mude isso.

Fica então uma pergunta: Quem fez 39, 38 ou 37 pontos pode ter esperanças de passar? Deve fazer um curso de 2ª fase?

DEPENDE!!

Quem fez 39 pontos pode sim começar a se preparar para a prova subjetiva.

Quem fez 38 pontos pode também assumir esse risco, mas deve ter em mente as dificuldades e o atual contexto.

Quem fez 37, para mim, deve começar a se preparar para a próxima prova.

Mas considerem sempre o fato de jogarmos com probabilidades e não com certezas.

O candidato pode estar com 39 pontos, uma questão pode ser anulada, mas não seria a questão que ele precisaria.

Esse risco é manifesto.

Claro! Estudar NUNCA é ruim, e o prejuízo seria relativo. Não passou agora mas já está se preparando para a próxima. Quem pode pagar por um curso sem sofrer com as consequências de um insucesso nas anulações, não há problemas. Mas quem tem a grana contada deve ponderar um pouco.

Falando em curso, os cursos de 2ª fase do Portal Exame de Ordem, são online e gravados. E certamente encontram-se entre os melhores do Brasil.

Mas é uma dica que deixo aqui. Pode ser que você não goste de cursos online e prefira um presencial. Isso é natural. Entretanto, em termos de qualidade, os cursos do Portal não ficam devendo a nenhum outro do Brasil.

Antes da escolha, de toda forma, o candidato deve fazer uma ponderação séria, honesta, sobre suas reais chances.

Mas de todas as escolhas, continuar estudando nunca é a pior.