Quinta, 30 de abril de 2020
Quais disciplinas da 1ª fase da OAB tem a melhor relação custo x benefício?
Esta é uma questão que a maioria dos candidatos tem dúvida e certo medo, especiamente em razão da interdisciplinaridade das questões que vem se tornando cada vez mais comum. Isso significa que você pode encontrar na prova questões cobrando mais de uma disciplina.
Aliás, sobre interdisciplinariedade recomento o vídeo abaixo:
Obviamente que a interdisciplinariedade assusta, principalmente porque cada candidato tem uma afinidade maior com determinadas matérias, enquanto tem dificuldade com outras. E isso é normal. Ninguém consegue ser bom o suficiente para dominar todos os conteúdos.
E, claro, tem a questão da predileção de conteúdos. Umas disciplinas são melhores do que outras considerando as aptidões de cada um.
Projeção das datas do Exame de Ordem em 2020
Predileção mais estudo gera resultado. Para a grande maioria a aprovação vem com uma nota suficiente para se passar. Para outros, a aprovação é uma espécie de passeio no parque. Mas este, é claro, são bem poucos.
Olhando o índice de acerto dos Exames realizados até o XXIX Exame de Ordem, vemos que, das 28 edições analisadas, apenas 0,062% dos candidatos acertaram entre 90% e 100% da prova. A grande maioria acerta entre 50 a 60% das questões.
O gráfico acima apresenta também uma grande curiosidade: A existência de uma correlação entre a nota na 1ª fase e o desempenho na 2ª fase.
Quem acerta entre 50 a 59% na 1ª fase costuma ter uma média de 6,97 de média na prova subjetiva. Esse grupo envolve a grande maioria dos candidatos aprovados.
Já a maior média de pontução na 2ª fase fica com o grupo que acerta mais de 90% da 1ª fase, uma elite de apenas 34 candidatos, em média, na prova.
Muito bem! E quais disciplinas tem a maior taxa de acerto?
Dessas 28 edições do Exame de Ordem analisadas, entre as II e XXIX edições, Ética está no topo, correspondendo a 58,2% do total de acertos na prova.
Na sequência vem Código do Consumidor com 57% e ECA com 56%. Em contrapartida, a disciplinas com menor taxa de aproveitamento são Direito Internacional com 37,7%, Direito Empresarial com 32,7% e Filosofia do Direito com 31,7%.
Confiram na tabela abaixo:
Vamos entender o porquê destes dados.
Ética, Consumidor e ECA são discipinas com um volume pequeno de conteúdo a ser estudado. Ética, é claro, tem um peso maior na 1ª fase (8 questões), sendo priorizada em massa pelos examinandos.
A preparação para estas disciplinas ocorre mais para a reta final de estudos, mais próximo a prova.
Na faixa entre os 40 e 50% temos o grosso das disciplinas, que representariam um desempenho médio.
Aqui pesa o volume bem maior de conteúdo a ser estudado, em especial na disciplinas que fazem parte da 2ª fase, como Trabalho, Civil, Administrativo, Tributário e Constitucional.
A maior parte destas disciplinas tem um volume muitíssimo maior de estudo se comparado com as disciplinas com melhor desempenho, e isso pesa, evidemente, em percentuais mais baixos de aproveitamento.
Já Processo Civil, Penal, Internacional Filosofia e Empresarial estão na rabeira. Curiosa é a distância entre Processo Penal (42,9%) e Penal (38,4%): o que explicaria tamanha discrepância? E isso considerando que essa disciplina briga com Trabalho pelo posto da mais demandada na 2ª fase da OAB.
Na preparação para a 1ª fase uma verdade deve ser encarada pelo candidato: é preciso estudar TODAS as disciplinas, sem exceção, goste ou não, pois são essas, justamente, que poderão culminar na sua reprovação.
Isso não ocorre porque algumas matérias foram mais ou menos estudadas, mas porque o conteúdo não foi absorvido suficiente para alcançar o objetivo de obter o acerto mínimo de 40 questões para ser aprovado.
Compreender isso e identificar as disciplinas que o candidato possui menor afinidade é essencial para modificar a percepção de todo o processo cognitivo, traçar uma nova estratégia e, então, aumentar as chances de aprovação.