Proposta visa impedir que jovens advogados atuem em tribunais por até 10 anos!

Segunda, 17 de julho de 2023

Proposta visa impedir que jovens advogados atuem em tribunais por até 10 anos!

Foi publicado no jornal O Estadão (disponível só para assinantes) neste final de semana uma matéria dando conta que um grupo de advogados influentes, a pretexto de melhorar as sustentações orais nos tribunais, procuraria um parlamentar para tentar apresentar um projeto de lei que criaria uma barreira para jovens advogados.

A barreira consistiria em proibir por 5 anos que os jovens advogados pudessem advogar em tribunais e, depois deste período, mais 5 anos de vedação para a atuação em tribunais superiores.

Essa mesma ideia já havia sido difundida em uma outra matéria publicada no Conjur, no final de 2022, mas não teve a mesma repercussão.

Restrições à atuação de advogados leva grupo a propor reorganização da profissão

Segundo a matéria do Conjur, a ideia seria estruturar uma "reorganização da carreira" da advocacia.

Essa proposta simplesmente acaba com o jovem advogado!

Quem vai querer contratar um profissional que não poderia ir até o final do processo?

E se ainda conseguir fechar algum contrato, como manteria sua autonomia para ir até o final do processo? Não manteria! Seria obrigado a se vincular a alguém SEMPRE!

E os honorários? Seria drasticamente reduzidos por conta da limitação de atuação, tanto os contratuais como também os de sucumbência.

A ideia, repito, acaba com o jovem advogado, virtualmente o obrigando a ser advogado empregado ou associado, isso na esperança (inexistente) de que existiriam vagas de emprego para todos.

Eu sinceramente espero que o sistema OAB, seccionais e CFOAB, insurjam-se contra essa ideia. Ela não pode prosperar de jeito nenhum, sob qualquer pretexto.

TODOS têm o direito ao seu lugar ao sol. Se existem muitos advogados, que ações específicas sejam direcionadas para a área educacional. Não é punindo o aprovado no Exame de Ordem que o problema será resolvido.

E, claro, se as sustentações orais não estão indo bem, que as seccionais ofereçam mediante a atuação da ESA cursos de capacitação: muit mais fácil, justo e efetivo.

Essa ideia não merece e não pode prosperar.