Projeto de Lei pelo fim do Exame de Ordem tem novo relator

Segunda, 6 de junho de 2016

Ano passado, exatamente no dia do advogado, o deputado federal Ricardo Barros "presenteou" a advocacia com uma infâmia: apresentou para a CCJ da Câmara o relatório sobre o PL 5054/2005, o projeto que visa modificar o Exame de Ordem, e o fez da pior forma possível.

A reação da OAB foi forte, assim como o temor de que tal relatório fosse aproado na CCJ de forma terminativa, indo direto para o Senado. Ricardo Barros é aliado do famoso Eduardo Cunha, o homem que odeia a OAB com todas a ssuas forças.

Cunha, em várias oportunidades ao longo dos últimos anos tentou acabar com a prova. O relatório de Barros foi sua articulação mais forte. E, como vocês sabem, Cunha é fortíssimo dentro da Câmara.

Entretanto, o relatório não foi votado, em especial porque o clima do Congresso como um todo foi profundamento alterado pelo impeachment e pela força da Lava Jato.

Aliás, com a aceitação do processo de impeachment pelo Senado, e consequente posse de Temer, Ricardo Barros, até então relator, foi para o Ministério da Saúde, deixando portanto seu mandato e, claro, a relatoria do PL 5054/2005.

Quando o relator sai e o PL não é votado, outro relator é designado e ele pode apresentar um novo relatório, em substituição ao antigo.

E foi isso o que aconteceu!

O deputado Rogério Rosso (PSD/DF) foi designado como o novo relator do PL, e o relatório de Ricardo Barros, consequentemente, caiu.

Projeto de Lei pelo fim do Exame de Ordem tem novo relator

E agora? O que pode pensar Rogério Rosso sobre o Exame de Ordem? Qualquer seria o futuro posicionamento dele?

Confesso que não sei quais são as ligações dele, mas descobrir, assim por acaso, qual é a formação dele. A imagem abaixo não deixa dúvidas quanto a isto:

carteira de advogado de Rogerio Rosso (PSD/DF)

Ele é coleguinha!

Não quer dizer que será, de alguma forma, favorável ao Exame. Não sabemos qual é a visão dele sobre a prova e como ele se pautará. Não temos também como saber se ele apresentará logo um relatório ou vai "ensaboar" o meio de campo e não apresentar nenhum substitutivo.

Ou seja: pode acontecer tudo, e também nada.

De uma forma ou de outra, voltamos a estaca zero. Ao menos isso é melhor do que a situação anterior.