Projeção do número de inscritos por disciplina na 2ª fase do Exame de Ordem

Quarta, 27 de março de 2013

Se existe "moda" no Exame de Ordem, ela seria, certamente, retratada na escolha das disciplinas na hora da inscrição no Exame de Ordem.

A grande pergunta é: para onde os candidatos estão indo?

O problema é que tais dados NÃO são divulgados pela OAB. Em apenas duas oportunidades a Ordem liberou tal informação.

Uma das vezes foi no VIII Exame de Ordem. Vamos conferi-los:

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Quando essa informação foi divulgada ela causou relativa perplexidade, pois até então Direito do Trabalho era considerado o rei da 2ª fase. Ao menos essa era a percepção.

O "X" da questão é: qual a melhor escolha em função do número de inscritos por disciplina. A crença aqui é de que quanto menos inscritos em uma disciplina menor será a probabilidade da banca aprontar alguma e derrubar os candidatos da disciplina eleita.

Essa impressão ERA verdadeira!

De fato a FGV sempre bateu mais pesado em Direito do Trabalho e Direito Penal. Há vários exemplos de problemas em edições passadas da prova que atormentaram os examinandos.

Quando Administrativo começou a crescer a pancada também não tardou.

Agora essa lógica não parece tão evidente assim.

Vamos tomar por exemplo a última prova subjetiva. Curiosamente, as duas disciplinas que estão rendendo críticas dos candidatos são Empresarial e Constitucional. Ambas são as que historicamente menos atraem candidatos.

Faz sentido?

Como a reprovação na 1ª fase do IX Exame foi uma coisa tenebrosa, a pressão sobre a FGV para levar o número de aprovados aos patamares históricos do Exame foi bem menor.

O Exame de Ordem Unificado de 2008 até 2013: 1.326.644 examinandos e 239.259 novos advogados em 5 anos

E sendo menor, eles puderam (isso é pura presunção minha!) cortar um percentual de aprovados "adequado" para estabelecer um corte mais suave de reprovação. O peso acabou recaindo naquelas duas disciplinas.

Se o "pega" tivesse sido em Penal e Trabalho, por exemplo, a reprovação teria sido muito pior do que foi.

Moral da história: não só considerando o último Exame, mas também as últimas edições, de um modo geral, não dá para saber onde a mão da FGV irá pesar mais. Impossível determinar!

É pura loteria.

Comparem a extensão da prova de Direito do Trabalho do VIII Exame com a IX Exame: são, sem a menor sombra de dúvida, diferentes.

Direito do Trabalho - VIII Exame

Direito do Trabalho - IX Exame

O volume de conteúdo a ser trabalhado na prova do VIII exame é bem maior se compararmos com a prova do IX Exame.

O que explica isso? Por que tamanha discrepância?

As estatísticas explicam!

Na 1ª fase do VIII Exame de Ordem tivemos  51.278 candidatos aprovados, representando um percentual de 43,51%.

Na 1ª fase do IX Exame tivemos 19.134 aprovados, ou seja, um percentual de aprovação muitíssimo menor 16,67%.

Isso é determinante na hora de projetarem o grau de dificuldade das provas subjetivas. Estatisticamente a 2ª fase do IX Exame reprovou bem menos do que a 2ª fase do VIII Exame.

Moral da história: quantos menos aprovados menos complicada é a 2ª fase.

Vamos agora olhar dados do Portal Exame de Ordem quanto ao número de inscritos na 2ª fase do IX Exame da OAB. Notem bem! São dados dos inscritos no cursos do Portal Exame de Ordem! Logo, não são dados oficiais e certamente apresentam algum grau de distorção em relação ao total geral. Não posso precisar a amplitude da distorção. Fica apenas o alerta.

Vamos então ver tais dados:

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Eles apresentam uma boa diferença em relação aos dados oficiais da OAB relativos ao VIII Exame de Ordem. Ou são uma inversão radical de tendência ou os dados do Portal apresentam uma grande distorção em relação aos dados reais.

Eu fico com a 2ª hipótese: ela é a mais provável.

Independente do gosto dos inscritos, a escolha da disciplina sempre deve ser racional. Leiam o post abaixo e adotem a metodologia descrita nele como base da escolha:

A escolha racional da melhor disciplina para a 2ª fase do Exame de Ordem

No mais, tomem os dados oficiais da OAB como baliza principal. Depois, os dados do Portal, mas só como referência.

O certo mesmo é o candidato ter afinidade com a disciplina escolhida. Se a afinidade é boa, as estatísticas, neste caso, são de menor importância.