A projeção da marca pessoal nas redes sociais

Quarta, 14 de junho de 2017

A projeção da marca pessoal nas redes sociais
A maioria dos jovens advogados, quando tomam posse da carteira da OAB, olham para o imenso mundo e perguntam: onde estão os clientes? A resposta não é óbvia. A impressão inicial do mercado e a esperança dizem que eles, os clientes, estão por todos os lugares, e que advogar é possível. Sim, é possível, mas ainda assim os clientes não saem de algum lugar óbvio e não caem no colo de ninguém. Ou seja, o processo de se tornar uma referência para qualquer pessoa lhe ter como advogado é um tanto mais complexo. Sigam Guru da OAB. Evidentemente, NINGUÉM vê isso dentro da faculdade, como se a introdução no mercado não fosse um óbvio objeto de estudo e interesse. Trata-se, na verdade, de uma grande deficiência das graduações por todo o país, e isso cobra em seu tempo um preço altíssimo de milhares de jovens advogados todo ano. A grande maioria, sem perspectivas, apostam no estudo e vão tentar a sorte nos concursos públicos. Muitos outros são obrigados a se contentar com salários ínfimos e muita exploração. E assim segue o mercado. Existem muitas formas de se tentar fugir desta lógica e conseguir ter luz própria dentro do competitivo mercado da advocacia, e a utilização da internet é um dos mais poderosos instrumentos para alavancar a própria carreira. É importante destacar logo de início que o uso de técnicas para projetar a imagem na internet certamente vão ajudar, mas nunca podem ser vista de forma isolada ou mesmo desvinculadas de um planejamento bem mais abrangente. A internet, e as redes sociais, devem ser vistas como instrumentos de amplificação da imagem de um profissional. A imagem é construída no mundo real, por assim dizer, e a internet propaga essa imagem com uma abrangência e profundida imensas. Aproveitando o ensejo, na próxima sexta-feira estarei em Juazeiro do Norte para tratar deste tema, só que com mais profundidade, no evento Advocacia 2.0: O Mercado e a Internet. Advocacia 2.0 O evento será muito legal, pois é voltado exatamente para quem quer iniciar e se aprofundar na carreira. Confiram mais detalhes no perfil do evento no Instagram - @jovemadvocacia. Pois bem! Quais os conceitos básicos por detrás desta ideia?
1 - Segmentação profissional e especialização

Antes de se pensar no trabalho a ser desenvolvido na internet, o profissional tem de decidir por um ramo do conhecimento jurídico. Não existe espaço para advogados generalistas ou especialistas em tudo, tal como aquelas placas que vemos o escritório anunciando que atua na área Civil, Trabalhista e Penal.

Isso não funciona!

Quem busca reconhecimento precisa antes ser visto como especialista, como alguém muito bom em determinado ramo do Direito. A especialização é uma das chaves para ser bem-sucedido hoje na advocacia.

A especialização permite que o profissional apareça em meio a tantos outros que atuam de forma "genérica", e isso por uma razão só: as pessoas buscam alguém que resolva um problema específico, e que o faça bem. Só o especialista naquele segmento tem plenas condições de passar para o seu cliente a segurança necessária que o convença a fazer a escolha certa: o contratar.

Lembrem-se sempre de uma importante premissa da economia:  o valor está na raridade.

Ou seja, é mais difícil achar um especialista bom do que um advogado generalista, e quem domina determinado ramo jurídico ganha destaque e, claro, atrai mais clientes daquele segmento em específico.

2 - Projeção da imagem com o trabalho intelectual nas redes sociais.

Uma vez definido o segmento, é importante projetar a imagem nas redes e na internet.

E aqui vem a mão na massa, tanto de forma virtual como no mundo real!

No mundo real:

1 - Participação em simpósios e seminários, seja como palestrante ou apenas como expectador;

2 - Aperfeiçoamento profissional com cursos, grupos de estudos, pós-graduações ou mestrados;

3 - Redação de artigos, tanto científicos como voltados para o público em geral;

4 - Gravação de vídeos com explicações genéricas sobre os institutos do seu ramo de atualização, como também comentários sobre fatos e eventos atuais que tangenciem o seu campo de atuação.

No mundo virtual:

1 - A criação de perfis nas principais redes sociais (Facebook e Instagram, ao menos) para a divulgação de todo o trabalho realizado no mundo real. Ou seja, a participação nos seminários, aulas e grupos de estudos deverá ser publicizada.

2 - A divulgação dos textos em blogs ou sites pessoais (para indexação no google) como também em sites de compartilhamento jurídico, como o Jus Brasil e outros, sempre dentro da temática previamente escolhida;

3 - Divulgação dos vídeos no Facebook e YouTube. Lembrando que os vídeos devem ser curtos e didáticos. hoje em dia vídeos longos não despertam a atenção dos navegantes.

Em suma, o trabalho no mundo virtual tem como objetivo o de propagar o que é feito no mundo real.

O ritmo da divulgação deve ser constante e pensado para durar no longo prazo.

Aqui um ponto interessante: evidentemente é muito bom poder publicar material intelectual em grandes mídias, mas isso não cai do céu para ninguém. O Jus Brasil é um site muito conhecido e muito acessado, e se o acesso está disponível, por que não usá-lo? Claro, seria melhor publicar no Conjur ou no Migalhas, mas estes são sites mais difíceis de acessar, ao menos no começo. É possível fazer um bom trabalho, de baixíssimo custo, com vários sites jurídicos.

A mídia usada importa, é verdade, mas para começar o importante é exatamente (e simplesmente) começar. Hoje é muito mais difícil sentar e escrever um trabalho significativo do que divulgar nas redes esse trabalho. E divulgar qualquer coisa nas redes sociais é algo muito, mas muito fácil.

3 - Atuação política e networking

Como complemento do trabalho de divulgação pessoal é importante também ampliar a rede de contatos. Aliás, partindo da premissa de que redes sociais e internet são instrumentos de interação social, montar uma rede de contatos é algo que vale OURO.

Como começar a vida política dentro da OAB? É fácil: basta escolher um grupo político (e existem muitos em cada seccional) e se oferecer para ser SOLDADO. Ou seja, participar de todos os eventos, AJUDAR na organização dos eventos, se enturmar para a campanha do próximo ano e, acima de tudo, não cobrar rigorosamente nada por isso. Para entrar em um grupo é preciso demonstrar comprometimento. Com o tempo as portas começam a se abrir, a naturalmente se abrir. Com os colegas, e as amizades criadas, sempre podem surgir parcerias úteis no futuro. Advogados especialistas costumam declinar causas para outros especialistas quando um caso não é do seu ramo de atuação. Assim funcionam as parcerias, que só são criadas quando se estabelece um laço de confiança entre os profissionais.

Você se torna especialista, estabelece contato permanente com colegas de outras especialidades, mostra serviço, mostra ser confiável e....em algum momento uma causa cai na sua mão.

Ao longo do tempo outras causas aparecem, assim como você também passa para os parceiros causas que não são de sua alçada técnica. E assim monta-se um networking profissional.

Leva tempo, é claro, mas tudo começa quando se toma a decisão de doar um pouco do próprio tempo para a atividade política e de contatos.

Não se iludam: não é fácil, pois muito tempo é dedicado ao ofício.

Mas aí é que está o segredo do sucesso: ao se abraçar a profissão, isso deve ser feito com paixão e dedicação. Quando isto acontece, o tempo para a vida pessoal é sacrificado, e por muitos anos, mas os resultados aparecem. Um dia, quando a posição profissional se torna consistente, pode-se então aliviar um pouco a pressão imposta pela vida profissional e saborear um pouco mais os frutos do trabalho.