Preparação de longo prazo, investimento e estratégia: algumas lições a serem aprendidas com a seleção alemã.

Quarta, 9 de julho de 2014

uniforme_alemanha

Bom dia! Assim como eu, vocês também devem ter acordado com a cabeça inchada, perplexos com a derrocada inacreditável sofrida ontem pela seleção brasileira.

Perdemos, e perdemos feio.

Ou melhor! O ponto de vista não está no "perdemos", e sim nas razões pelas quais a seleção alemã venceu.

E ela venceu bonito.

Curioso, pois historicamente a seleção alemã nunca se deu bem com a seleção brasileira. O número de vitórias brasileiras é bem mais, destoando do equilíbrio existente entre as demais grandes seleções (Argentina e Itália).

Por que então a seleção alemã triunfou de forma tão espetacular? O que mudou?

Sim....algo realmente mudou!

Lembram da copa de 2002, quando vencemos por 2 X 0 os alemães? O estilo de jogo deles era bem diferente do apresentado ontem. Em 2002 a Alemanha jogou seu futebol tradicional, com muita força, velocidade e passes longos.

Mas ontem....ontem a Alemanha parecia mais uma outra seleção, a seleção da Espanha. Ou, talvez, com um estilo mais aproximado a um time de revolucionou recentemente o futebol: o Barcelona.

Toques rápidos, time mais coeso, tabelinhas e domínio do meio de campo. Essa foi a seleção alemã de ontem, de uma forma que nunca foi antes.

O Barcelona e a seleção espanhola estão em baixa, mas a revolução do estilo encontrou seu caminho pela seleção alemã, que nos dominou completamente no jogo.

E aqui, exatamente aqui, podemos falar em sobre planejamento, estratégia e e preparação de longo prazo, pois a vitória de ontem não foi resultado do acaso.

O UOL falou sobre o trabalho do técnico alemão, Joaquim Low, mostrando que desde a derrota alemã em casa, na copa de 2006, ele vem implementando uma mudança de estilo na seleção da Alemanha, cujo o maior fruto foi colhido ontem. Confiram só:

Enquanto a CBF de José Maria Marin encerrou o trabalho de Mano Menezes de forma repentina para promover a volta de Felipão, a federação alemã apostou no último assistente técnico que teve, entre 2004 e 2006. Löw é treinador desde 1994, mas nunca obteve grande sucesso, nem grandes títulos. Passou parte da carreira de pós-jogador na Áustria. Longe de ser um escudo, até expõe quem o contrata pelo pouco prestígio de um cargo que já foi ocupado por grandes nomes. Mas assim se fez e, em 2006, ele se tornou o técnico. E logo na primeira Copa do Mundo, em casa, foi auxiliar de Jurgen Klinsmann quando conquistaram o terceiro lugar.

Löw promoveu reformulação na seleção a partir de então. Com o respaldo de mais uma boa geração, mudou o estilo do futebol alemão. Acabou com passes e chutes longos e com o jogo marcado mais pela força do que pela técnica. Fez da Alemanha algo mais próximo do estereótipo da seleção brasileira do que o próprio Brasil. Em 2010, na África do Sul, mais uma semifinal. E mais um terceiro lugar.
Até 2014, Joachim Löw comandou um processo que fez a seleção alemã chegar ? mesmo jovem ? muito experiente à Copa de 2014. Enquanto isso, o Brasil tentou matar Copa por Copa. Em 2010, a comoção popular para que Dunga convocasse Neymar e Paulo Henrique Ganso, que brilhavam no Santos, de nada adiantou. Foram para a África Grafite e Júlio Baptista. Campanha que durou até as quartas de final, apenas.
Diferentemente da Alemanha, que pensou no treinador que conhecia o elenco desde 2004 ? ao lado de Klinsmann ?, mesmo desconhecido, o Brasil fez o inverso. Apostou no medalhão, naquele que um dia deu certo. 

Desde de 2006 o atual técnico da Alemanha trabalha um novo esquema tático para a sua seleção, fazendo isso de olho no que há de mais moderno em termos táticos no mundo.

Como pensou no longo prazo, utilizou sempre que pode as jovens promessas, AMADURECENDO-AS ao longo do seu trabalho. Tal como o articulista descreveu, as nossas jovens promessas de 2010 - Ganso e Neymar - foram ignoradas pelo então treinador da seleção brasileira, Dunga, que nunca pensou e nem tinha o compromisso de pensar no longo prazo.

Felipão veio no lugar de Mano Menezes com uma "solução-tampão" - protegido pelo prestígio adquirido em 2002.

De nada adiantou...

A seleção brasileira era (é) imatura, sentiu imensamente a pressão de jogar a copa em casa e não tinha uma resposta tática para a inovação alemã. Perdemos de 7, mas poderia ter sido de mais....muito mais.

O resultado de ontem, e isso não podemos negar, não foi resultado do acaso: foi o encontro de dois opostos. De um lado, uma seleção que se modernizou e trabalhou durante 8 anos para chegar ao dia de ontem, com estratégia, tática e planejamento e, do outro, uma seleção parada no tempo, perdida no improviso, sem tática e contando com a sorte e a força da torcida.

Deu no que deu: a maior humilhação da história do nosso futebol.

Vamos esquecer o futebol agora. Vamos ficar com a lição disto tudo.

Planejamento de longo prazo e estratégia revelaram-se, e de uma forma contundente, como elementos fundamentais para o sucesso. E são elementos a ser utilizados em qualquer ramo de atividade, incluindo aí concursos públicos e o Exame de Ordem.

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Cliquem no link abaixo e vejam a realidade do Exame de Ordem:

Estudo aponta que apenas 18,5% dos candidatos passam de 1ª no Exame de Ordem

Esse percentual de 18,5% tem como base as 8 primeiras edições do Exame de Ordem Unificado.

Não preciso tecer muitas considerações sobre essa realidade e sobre o que ela representa. Só Deus sabe quantos e-mails e relatos já recebi sobre a frustração de não passar no Exame de Ordem, afora o fato de saber o quanto é complicado passar meses, anos, estudando para concursos antes de começar a ser aprovado e SE conseguir ser aprovado.

Ser aprovado exige mais do que um projeto de longo prazo, ele demanda também por resiliência - a capacidade de suportar frustrações - como parte elementar do processo de estudos e aprovação, em especial porque, em regra, o sucesso não vem quando queremos.

Ele demora um pouco mais. Precisa de maturação, preparo e esforço. Afinal, o estudo torna a aprovação possível, mas não fácil.

Implementando e cumprindo um projeto de estudos de longo prazo para o Exame de Ordem

Um planejamento de longo prazo, delimitação clara de disciplinas e a estruturação de metas semanais de desempenho sempre foi o grande norte para qualquer estudante. É uma combinação eficiente de elementos que ajudarão na preparação para a prova da OAB ou para qualquer outro concurso.

E planejar isso tudo e botar em prática não exige nenhum grande esforço.

Esse é o ponto: planejamento, antecipação e estratégia costumam produzir um grande resultado.

A Alemanha que o diga!