Prazo recursal para a primeira fase virou mera perfumaria...

Quinta, 25 de agosto de 2016

Nas últimas 13 edições a OAB não anulou nenhuma questão em 9. Sim, quem bate o martelo é a própria OAB, e não a FGV, apesar da Fundação elaborar pareceres defendendo suas questões para a análise e considerações da Ordem.

Isso significaria dizer que as provas da 1ª fase estariam chegando ao que chamamos "estado da arte", a perfeição técnico-teórica materializada naquele caderno de prova.

O caderno de prova seria então algo belo, impoluto e imaculado, lapidado em sua inabalável perfeição.

Nós, que elaboramos os recursos, somos meros seres simplórios que ousam tentar encontrar alguma mácula em algo elevado à perfeição!

Na boa? Acaba logo com o prazo recursal. Ele não tem razão mais de ser: a prova atingiu seu ápice! Para que perdemos tempo com uma mera burocracia prevista no edital?

Para que alimentar ilusões nos candidatos, que apostam seu tempo e dinheiro em uma preparação que inexoravelmente e quase sempre termina em frustração? Não é justo com os candidatos.

O prazo recursal virou perfumaria, pois a OAB e a FGV NÃO ERRAM!

Aliás! è bom recordar aqui a questão da prova subjetiva de Civil do Exame passado. A Ordem e a FGV encomendaram e um renomado Consumerista um parecer defendendo a prova da fúria dos candidatos que alegavam vício na questão 1 da última prova de Civil.

Comunicado prova de Civil - XIX Exame de Ordem

Não vou discutir aqui o teor do parecer, muito bem elaborado por sinal. Discuto sim a necessidade de se consultar um renomado especialista para dar um posicionamento em uma questão cujo alvo são candidatos que acabaram de sair da faculdade.

Se o especialista teve de elaborar um belo parecer, com todo o tempo do mundo, para sustentar seu ponto de vista, o que dizer dos candidatos que tinha ali 5 horas apra fazer toda uma prova. Talvez, com sorte, 40 minutos apenas para se defrontar com aquela questão.

E é assim que as coisas são conduzidas: apontamos erros e a FGV elaborar pareceres imensos para justificar seu ponto de vista, enquanto os candidatos, recém-formados, ficam mais perdidos do que um cego no tiroteio.

Isso é desproporcional!

A banca tem de entender e analisar as questões em função dos candidatos, e não em função de análises que podem perfeitamente apontar para um lado ou para outro.

Isso, claro, sem considerar a pior faceta disto tudo: NINGUÉM gosta de assumir que errou ou que não fez uma boa questão. Pega mal, né?

Os candidatos dançam em meio a essa lógica.

Encontramos VÁRIAS questões gravíssimas em meio a essas 9 edições em que nada foi anulado.

Somos burros? Ignorantes? Não sabemos nada do que ensinamos e pensamos aqui?

Parece que sim...

Se assim é, nada mais lógico e natural do que suprimir a fase recursal da 1ª fase da OAB. Talvez também da 2ª, em que as correções sempre foram um LIXO, sendo que o fundo do poço foi exatamente a última 2ª fase, com milhares de candidatos reprovados injustamente.

Nós aqui não sabemos de nada mesmo.

Peço até desculpas para a OAB por postar alguns recursos no blog.

Certamente foi muita audácia da minha parte...