Pesquisa DataFolha: 91% dos brasileiros querem um "Exame de Ordem" para médicos

Quinta, 22 de outubro de 2015

Em julho deste ano o Datafolha revelou 89% dos brasileiros são a favor do Exame da OAB.

89% dos brasileiros são favoráveis  ao Exame de Ordem, diz Datafolha. E 94% querem exames para médicos e engenheiros

A razão é bem óbvia: ninguém quer ser atendido por um profissional MINIMAMENTE preparado e avaliado. O advogado lida com direitos importantíssimo e um erro pode gerar muito prejuízo, dor de cabeça e, até, acabar com a vida de uma pessoa.

Hoje o mesmo instituto liberou mais uma pesquisa, e a percepção de que as pessoas QUEREM ser atendidas por profissionais minimamente qualificados cresce ainda mais quando tratamos dos profissionais da medicina: 91% são favoráveis a uma prova semelhante ao Exame de Ordem para médicos!

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"É significativo ver essa percepção sobre o preparo daquele que é treinado para salvar vidas. A maioria dos cidadãos de fato vê a degradação do ensino médico brasileiro, o que também é nossa avaliação?, acentua Florisval Meinão, presidente da APM. "Lamentavelmente, os governos, já há algumas décadas, abrem faculdades de medicina indiscriminadamente, sem estrutura adequada à formação de qualidade?.

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Ainda sobre a qualificação dos médicos brasileiros, 35% dizem acreditar que o ensino decaiu nos últimos anos, enquanto 43% acham que continuou no mesmo nível. No Sudeste, 43% enxergam piora.

"Estamos abrindo cursos sem a mínima infraestrutura. Assim, formamos maus profissionais. O cenário é pior nas escolas novas, com menos de dez anos. A pesquisa Datafolha deixa claro o temor da população com esses novos médicos. Precisamos de uma graduação alicerçada na qualidade, não em quantidade?, reforça Florisval.

A preocupação dos brasileiros também se estende ao Programa Mais Médicos para o Brasil. Imensa maioria dos entrevistados, 89%, é a favor da aplicação de exames a profissionais de outros países que queiram atuar no País, a fim de comprovar efetiva capacitação, conhecimento e boas práticas.

"Sem uma prova de nível, não temos como assegurar que essas pessoas tenham passado por boas escolas de medicina, aprendido e apreendido. Muitos dos que são encaminhados para cá são formados pela Escola Latino-Americana de Medicina, de Cuba, onde o currículo não é equiparável ao nosso?, argumenta o presidente da APM.

Aliás, Meinão descreve como fundamental uma crescente atenção aos médicos que estão sendo formados e aos que venham aqui trabalhar:

"Precisamos analisar cada novo profissional que esteja ingressando no mercado de trabalho. Estudamos para salvar vidas e cuidar das pessoas; por isso, nossas escolas devem estar preparadas para prover toda a base necessária de conhecimento prático e teórico. É essencial garantir que apenas médicos capacitados atendam a população?.

Metodologia

A pesquisa quantitativa Datafolha ouviu 4.060 pessoas acima dos 16 anos de todo o Brasil, com abordagem pessoal e via telefone a partir de questionário estruturado. As entrevistas foram realizadas entre 1 e 8 de agosto de 2015.

Ao todo, 40% dos abordados são das Regiões Metropolitanas e 60% do Interior. A distribuição da amostra é: 15% Norte/Centro-Oeste; 27% Nordeste; 43% Sudeste; e 15% Sul. A margem de erro, para o total, é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com confiança de 95%.

A amostra é composta por 52% de mulheres e 48% de homens. Quanto à escolaridade, 44% têm ensino fundamental, 42% apresentam ensino médio e 14% superior; 42% tem renda familiar mensal de até dois salários mínimos; 48% são pertencentes à classe C.

Fonte: Associação Paulista de Medicina