Pelos menos 31 advogados presos hoje por fazerem parte do PCC

Terça, 22 de novembro de 2016

Hoje a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo realizaram uma operação para prender advogados ligados à facção criminosa PCC. A operação, batizada de Ethos, aconteceu simultaneamente em cerca de 20 municípios. Até às 10h pelo menos 33 suspeitos já haviam sido presos, sendo a maioria advogados.

Entre eles, o vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Luiz Carlos dos Santos, está entre os alvos e já foi preso em Cotia, na região metropolitana.

Ao menos 33 advogados são presos por suspeita de ligação com PCC

A pior das acusações: os advogados estariam fazendo listas com os nomes de agentes penitenciários para fornecer ao PCC. Assim a organização tgeria mais facilidade para executar agentes quando julgasse mais conveniente.

É uma acusação assombrosa!

Por nota, a Ordem de Advogados do Brasil (OAB) afirmou que "tão logo tomou conhecimento das diligências, nas primeiras horas do dia, determinou o acompanhamento por meio de sua Comissão de Direitos e Prerrogativas Profissionais, para assegurar o respeito aos direitos dos profissionais". A entidade disse também que vai promover as apurações necessárias assim que tiver ciência das acusações contra os advogados.

Esse tipo de comportamento representa mais um calo no sapato de toda a classe. Afinal, se advogados usam de suas faculdades e prerrogativas para se imiscuir com o crime organizado, abre-se uma brecha exatamente para o legislativo tentar suprimir faculdades dos próprios advogados.

Quantas e quantas dificuldades não são criadas contra advogados no exercício da profissão (revistas, por exemplo), por conta da atuação de alguns poucos?

Todos, evidentemente, inocentes até provarem o contrário, mas o estrago na imagem é inapelável. Afinal, a opinião puública não precisa de sentenças para julgar: faz isso com toda a facilidade do mundo.

O CFOAB deveria se manifestar em prol da defesa da imagem dos advogados. A nota da OAB/SP é tecnicamente correta, mas politicamente insuficiente.