Quinta, 31 de janeiro de 2019
Recebi hoje mais cedo a seguinte mensagem de uma aluna, relatando uma situação que há muito é conhecida: o tratamento dispensado por familiares tóxicos.
Leiam:
Quem faz o Exame de Ordem sabe perfeitamente bem o tamanho da pressão em ser aprovado. O mantra "depois de 5 anos de faculdade você tem a obrigação de passar" é profundamente real. Seja a pressão pessoal em conseguir logo a aprovação ou a pressão de familiares ou amigos.
"Ter de passar" é uma espécie de acessório da prova, e produz, é claro, muito stress.
Nesse momento o apoio da família é fundamental para as dificuldades serem superadas.
O problema é quando é o oposto, quando a família prejudica intensamente a preparação estabelecendo cobranças que beiram o irracional.
UMA VERDADE: a pressão emocional produz um FORTE e REAL efeito no desempenho nos estudos.
Produz como?
Todo estudante precisa de foco para assimilar o conteúdo a ser estudado. Se o foco é quebrado pela ansiedade (pensamento recorrente sobre algum efvento futuro ou situação específica) a apreensão do conteúdo é prejudicada.
O impacto no desempenho tende a conduzir para mais uma experiência de reprovação, e com isso o circuito da pressão pelo sucesso é retroalimentado, com consequências funestas.
As pessoas não são movidas por pressão, mas sim por ambição. A ambição de vencer na vida. A pressão só funciona se é interna, e ainda assim, em doses racionais.
O exemplo acima é a demonstração explícita de uma relação familiar tóxica, agressiva e intolerante.
O que importa ali é tão somente o resultado, e não a pessoa.
"Ah, mas o resultado positivo seria bom para ela, daí a pressão para ela estudar!"
Temos dois problemas nessa afirmação:
1 - Cada um sabe o que é bom para si e o que fazer;
2 - As pessoas costumam projetar nos outros o sucesso que ELAS querem para você, e não o que você quer para si mesmo.
O resultado disto pode ser potenciamente desastroso para o ego e para a aprovação.
Como lidar?
Existem muitas formas, é claro, mas cada fórumla depende essencialmente do grau de DEPENDÊNCIA dos familiares, da capacidade de suportar embates e da própria resiliência.
O mais adequado é chamar os parentes mais próximos, em regra pai e mãe, os quais temos uma relação de dependência, e abrir o jogo, em uma conversa franca.
Evidentemente o "ser mais adequado" também depende muito do perfil dos pais. Podemos ter reações e reações a partir daí, e para mim tudo seria muito imprevisível.
Quanto aos parentes com os quais vocês não guardam uma relação direta de dependência, um "passa fora" não está descartado. Primos, tios é outros parentes podem tomar um toco e serem enquadrados.
Mas situações de definição como essas também precisam ser ponderadas em função da própria resiliência. Algumas pessoas suportam esse tipo de pressão, outras não.
A questão é: se a pressão atrapalha de verdade, algo precisa ser feito. E uma conversa franca é, ao meu ver, a melhor opção.
Estar 100% focado no projeto de aprovação é importante, e trabalhar em prol desse foco faz parte do jogo.