Sexta, 1 de outubro de 2010
A mensagem abaixo é igual a muitas outras que recebi nessa semana:
Ana Paula Enviado em 01/10/2010 às 9:26
Maurício estou quase louca, por favor me responda? vc verdadeiramente acha que eles anulam alguma questão? eu não sei se fiz 47 ou 48, pois tem uma questão que marquei 2 assertivas na prova e não sei qual marquei no gabarito, uma delas esta correta, mas estou sem esperanças. Estou querendo estudar para a segunda fase, mas não sei se vale a pena estudar ou voltar a estudar para primeira? o que vc acha? por favor responde!! Desde já obrigada.
Realmente é sempre complicado para quem tirou entre 45 - 49 pontos na prova projetar o futuro. Estudar para a prova da segunda fase, investir nisso ou se conformar e voltar a estudar para o próximo Exame?
Já escrevi sobre isso antes, tratando especialmente das probabilidades de anulação e como isso afeta o candidato em razão do número de questões certas - Considerações sobre o gabarito oficial e probabilidades de anulação de questões da prova da OAB/FGV 2010.2.
Que rumo seguir agora?
Neste ponto, o candidato pode fazer duas opções:
Opção 1 - Desistir da 2ª fase e voltar a estudar para a 1ª;
Opção 2 - Apostar nas anulações e estudar para a 2ª fase.
Vamos supor que o candidato faça a escolha errada. Quais seriam as consequências?
Consequência da opção 1 - As questões são anuladas, o candidato consegue a aprovação na 1ª fase mas só terá 6 dias para estudar para a 2ª fase (divulgação do resultado dos recurso será no dia 08/11 e a prova subjetiva será no dia 14/11);
Consequência da opção 2 - As questões não são anuladas e o candidato fica de fora da 2ª fase, gastando tempo e dinheiro.
Partindo dessa primeira observação, pergunta-se: O que fazer?
Primeiro há de se ter em mente que o grande prejuízo, de verdade, é não conseguir fazer a prova da 2ª fase. Aqui o prejuízo é de tempo.
Mas tirando isso, não poderíamos falar em efetivo prejuízo.
Se o candidato paga um curso de 2ª fase, estuda, e não consegue a aprovação após os recursos, fez um efetivo investimento em aprendizagem que será compensado no futuro, exatamente no próximo Exame. Qualquer investimento em educação NÃO representa prejuízo. Apenas vai mudar o momento de se utilizar o que foi aprendido.
Se o candidato já começa a estudar para o próximo Exame e negligencia a 2ª fase, pode ser "surpreendido" com a aprovação, e teria pouco tempo para se preparar de verdade. Aqui o prejuízo é do pouco tempo.
Acredito que a melhor alternativa seja criar um critério misto de estudos. Explico.
De hoje até o dia da prova subjetiva (14/11), nós temos um mês e meio. É o maior lapso de tempo até hoje entre uma prova de 1ª para uma prova de 2ª fase. Dá para estudar muito nesse intervalo.
Quem estuda para a 2ª fase já se prepara também para a próxima 1ª fase, até porque o Direito continuará o mesmo.
Além disso, o candidato que está na dúvida pode estudar para a 2ª fase e dedicar um tempo para o estudo voltado à 1ª fase. Claro que essa opção é válida para quem tem o tempo todo disponível para isso. Para essas pessoas, eu acredito que é a melhor opção.
E quem trabalha?
Nesse caso, eu aconselho a arriscar e estudar só para a 2ª fase. Aconselhar é uma tarefa ingrata, pois o conselho sempre corre o risco de não ser o melhor, mas como o estudo de 2ª fase é aproveitável na 1ª fase do Exame seguinte, é razoável arriscar na crença de que as questões necessárias para a aprovação serão anuladas.
Para mim, analisando o histórico do Exame de Ordem como um todo, é mais complicado passar na 1ª fase do que na 2ª. Ao passar na 1ª, o candidato tem a "chance da sua vida" e deve agarrá-la com unhas e dentes.
Claro que tudo gira em torno do número de questões que serão anuladas pelo Colégio de Presidentes das Comissões de Exame de Ordem.
Quantas serão anuladas? É impossível saber.
Eu acho que não serão muitas, mas eu não tenho bola de cristal.
De toda forma, agora que a banca mudou, eu espero que o Colégio de Presidentes dê uam atenção especial às questões com efetivos vícios de formulação, até para mostrar que o espírito do Exame também mudou.
Sob este aspecto, é VITAL que todos os candidatos que não lograram aprovação recorram.
Para quem não sabe, os recursos não são analisados um a um. O Colégio de Presidentes se reúne, recebe da organizadora dados estatísticos dos recursos, um extrato das fundamentações usadas pelos candidatos em cada questão, e a partir daí deliberam entre si sobre as questões que deverão ser anuladas.
Vocês podem ser perguntar se faz sentido cada candidato elaborar suas próprias razões recursais sem copiar a de um colega.
Faz sim!
O sistema flagra o que é copiado e exclui da contabilidade. Cada recurso copiado é rifado do sistema.
O prejuízo não é só do candidato...é de todos, até porque uma anulação beneficia todos os candidatos que erraram aquela questão.
Aqui, solidariedade entre os candidatos é tudo!
O prazo recursal termina às 11:59h de hoje. Não deixe de fazer a sua parte.
E, acima de tudo, NÃO DEIXE DE ESTUDAR. Não "dê um tempo", não esmoreça, não fique deprê. Se não der agora, dará na próxima. Conhecimento se adquire com o tempo e com os estudos, e estudar é uma atividade contínua.
Ninguém é melhor do que ninguém porque passa de 1ª no Exame. Todos conhecem várias histórias de alunos ótimos que não foram bem na carreira, enquanto outros, nem tão bons assim, foram longe.
É tudo uma questão de momento, de circunstâncias que mudam o tempo todo, e também de maturidade profissional. Cada pessoa tem a sua hora, e, mais do que isso, a cada um é dado o poder de fazer a sua própria hora. Trata-se de uma questão de vontade e perseverança.
Assim é a vida, e assim continuará sendo quando já não mais estivermos aqui.
De toda forma, reflitam com calma, conversem com parentes e amigos, aconselhem-se bem e bola para frente.