Os desafios para se conquistar uma vaga de estágio ou trainee

Quarta, 14 de março de 2012

Recentemente publiquei um post sobre o peso do nome da faculdade no curriculum, e a realidade no mercado da advocacia - O nome da faculdade de Direito pesa no curriculum?.

Agora segue uma matéria do G1 sobre a realidade do mercado de trabalho para as grandes empresas, e a constatação foi distinta da minha.

Em princípio tendo a acreditar que diferentes profissões têm diferentes perspectivas no mercado, até porque o meu raciocínio no post sobre o nome da faculdade é resultado de uma observação empírica de relativa consistência.

Mas a matéria mostra, ao meu ver, uma nova abordagem das empresas sobre a escolha dos futuros profissionais, e, mais do que isso, quais competências estão sendo mais valorizadas no momento. É uma visão nova e interessante.

Confiram:

Os desafios para se conquistar uma vaga de estágio ou trainee

Um dos passos preferidos para começar uma carreira é ser contratado como trainee ou estagiário de uma grande empresa -- através de um concorrido processo seletivo.

Milhares de estudantes -- até de fora do país -- estão na disputa por vagas.

Todo mundo sabe que entrar numa boa faculdade não é nada fácil. Em São Paulo, os cursos mais concorridos têm mais de 100 candidatos por vaga. Agora, mais difícil do que entrar é sair da faculdade com emprego garantido em uma grande empresa.

Todos os anos, as gigantes saem atrás de jovens profissionais. Os processos seletivos mobilizam estudantes do Brasil todo e alguns são bem concorridos.

Um programa de estágio pode chegar a ter 1.000 mil candidatos por vaga, sete vezes mais do que nos cursos mais disputado do país e para trainees, a relação é de 2.500 mil inscrições para um. O salário inicial do trainee pode ser de até R$ 6 mil. O do estagiário varia de R$ 600 a R$ 2.200 mil.

Em geral, os processos seletivos para trainees e estagiários contam com quatro etapas: a primeira é a análise do currículo depois vem prova de conhecimentos gerais. Quem passou pela peneira, chega as dinâmicas de grupo e, por fim, as entrevistas individuais com um representante da empresa.

?Existe a empresa do sonho, aquela empresa que passe a imagem de ser uma empresa sólida, uma empresa descontraída, com múltiplos projetos, que gere sentido para esse candidato?, esclarece a vice-presidente do grupo Foco, Adriano Araújo.

São eles que fazem a primeira escolha e a busca por cabeças inovadoras é cada vez mais acirrada. É comum o jovem se inscrever em mais de um programa de seleção e as empresas fazem o que podem para seduzir os talentos.

?A gente tem disputado esse jovem e as estratégias são as mais diversas, desde contato diretamente com esse jovem através das mídias sociais, então a gente tem buscado inovação a todo tempo para atrair esse jovem para organização?, explica a gerente-geral de captação de talentos da Votorantim, Patrícia Viotto.

São muitos estudantes em formação ou recém-formados, mas as companhias querem peças raras e já sabem que elas nem sempre estão nas faculdades conceituadas.

?Antigamente, não precisa ser muito tempo atrás, cinco anos, mais ou menos, a primeira solicitação que as empresas nos faziam é que queria estudantes de escolas de primeira linha, Hoje, não mais?, afirma a supervisora de processos seletivos especiais do Ciee, Noely David.

Quatro em cada dez jovens aprovados - nos mais concorridos programas de seleção - não levam a grife de nenhuma faculdade na ficha de inscrição. Habilidade de trabalhar em grupo, capacidade de planejar e de decidir sob pressão, a universidade não ensina.

Avaliar individualmente o comportamento de milhares de inscritos é inviável, caro demais, demorado demais, é por isso que na maioria dos casos, a primeira fase dos grandes processos é feita e enviada via internet para consultorias.

Isso ampliou demais o universo de busca, pessoas do Brasil todo e até de outras partes do mundo estão no páreo como Venezuela, Colômbia, Angola, Estados Unidos e até Europa.

Hora extra numa consultoria é cada vez mais comum para entrevistas com candidatos em outro fuso horário. ?O Brasil tem sido a bola da vez, bons salários, boa oportunidade de crescimento e chance de crescer a longo prazo?, fala a consultora da Cia de Talentos, Renata Magliocca.

A tecnologia tem outra função ainda mais importante. ?A geração pede, gosta do virtual, do relacionamento online, do que é rápido, do que gasta pouco tempo e pode aprender com o processo seletivo. Se não for assim, a gente não chega e não seleciona os melhores?, diz Renata.

Uma sala virtual, idêntica ao escritório da multinacional da área de higiene pessoal, é o cenário do situation room. O nome do jogo foi inspirado na sala de decisões da Casa Branca nos Estados Unidos. Depois da triagem, é o primeiro funil de um processo com 22 mil inscritos. Dez mil foram chamados para fazer o game e só 700 passaram.

Veja a reportagem completa no vídeo.