Os 9 grandes vacilos cometidos pelos candidatos na prova da 1ª fase da OAB

Terça, 8 de abril de 2014

Sabe quando você estuda muito, treina muito, mas na hora de fazer, na hora da verdade tudo dá errado?

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Ui! Deve ter doído...

E uma das causas para tudo dar errado deriva, em essência, da distração e da falta de observância de pequenos e cruciais detalhes, relevantes para a boa condução da prova.

Não basta saber, tem de estar LIGADO!

E quais são as causas preponderantes de reprovação?

1 - O examinando não estudou ou estudou o insuficiente;

2 - A banca pisa na bola;

3 - O candidato comete um vacilo e fica pelo caminho.

Não estudar o suficiente poderia até ser considerado um vacilo, e em muitos casos é. Mas também pode ser fruto do uso de técnicas equivocadas de estudo ou das próprias limitações de tempo do candidato. Há uma série causas por detrás de uma reprovação e jogar a insuficiência dos estudos no rol dos vacilos pode ser, de alguma forma, uma injustiça.

Por sua vez, em todas as edições do Exame os candidatos atribuem a culpa da reprovação na banca. Na 2ª fase, em várias oportunidades isso é uma verdade, e na 1ª, com alguns erros de gabarito, também pode ser, mas em uma escala bem menor.

E, por fim, nós temos os vacilos "strictu sensu", as comidas de mosca, bobeadas, derrapagens ou autossabotagem.

É aquele momento em que o candidato pisa na jaca e estraga todo o sério trabalho de estudo ao longo dos últimos meses.

Não basta só estudar, tem de ficar EXPERTOMuitos ficam pelo caminho por errarem, e errarem feio.

Ao término de toda prova objetiva começa a romaria de lamentações em torno das pequenas falhas que comprometem todo o trabalho. Vamos elencá-las para que vocês, jovens e sabidos, não fiquem depois chorando pelos cantos.

Vamos lá:

1 - Não conseguir transcrever as alternativas no caderno de resposta

Desde já botem em suas cabeças: a prova NÃO dura 5 horas!!

Ela dura 4 horas e 20 minutos.

Reservem, independentemente do desempenho durante a aplicação da prova, 40 minutos para transcreverem as alternativas escolhidas para a folha de resposta. Fazer isso com calma, visando exatamente evitar os erros, exige tempo.

Trata-se de uma estratégia e exige autodisciplina. Não interessa se você avançou muito ou pouco na prova, reserve 40 minutos para transcrever as respostas.

Se vocês passarem as respostas em um lapso temporal menor, ótimo, terão tempo para continuar naquilo que está faltando. Do contrário, melhor ainda, conseguiu passar para a folha o que conseguiu resolver.

Ser reprovado por não passar todas as resposta para a folha é castigo!

2 - Trocar a ordem das respostas

Existem duas formas do candidato errar aqui. A primeira ele coloca a alternativa certa na questão errada, e a segunda ele erra a alternativa na mesma questão, trocando A por B, por exemplo.

Em ambas, ele perde o ponto.

Há casos do candidato errar uma sequência inteira de questões por ter errado somente uma. Pode parecer incrível, mas acontece.

E depois de marcado, meus amigos, um abraço. Remarcar gera a anulação da questão.

Na hora da transcrição na folha de resposta prestem atenção, confiram o número da questão da prova com o número da questão da folha e marquem com convicção a alternativa correta.

Há inclusive um regramento no edital do XIII Exame sobre isso. Não deixem de conferir:

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Dica: levem duas canetas. A caneta sobressalente não só vira reserva técnica no caso da caneta titular falhar como pode perfeitamente funcionar como régua na hora da transcrição, evitando confusões.

3 - Escolher uma alternativa e depois trocar por outra

Divirto-me com essa dica!

Há muito, muito tempo mesmo, alerto os candidatos: não troquem uma escolha quando há dúvida entre duas alternativas. Fiquem sempre com a 1ª opção! Muitos candidatos, muitos mesmo, escolhem uma questão entre duas (típico caso de dúvida na prova), e depois, meditando melhor, resolveram trocar. Resultado: perderam o ponto, pois a 1ª escolha era a correta.

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E me divirto com essa dica porque ela não tem nenhuma resposta lógica para existir. Não faço a menor ideia do porquê deste fato, mas que acontece, não tenham dúvidas: a 1ª escolha é sempre a correta.

No caso de dúvida, fiquem com a 1ª escolha, sempre!

4 - Chegar atrasado no local de prova

Em umas 9 edições do Exame eu fiquei do lado de fora do local de prova após o fechamento dos portões, aqui em Brasília. Não tem erro! Sempre chegam os retardatários, e todos ficam consternados por perderem o horário.

Na boa! Os portões fecham às 13h...tem desculpa perder o horário?

Não, né?

Repito! Os portões fecharão às 13 horas! Entenderam?

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Claro, vocês que leem o Blog não vão cometer esse erro.

E depois não tem direito ao choro! Quem não lê o edital e não se liga nas dicas paga o preço.

5 - Ausência de controle emocional

"Não, eu não fico nervoso na hora da prova." 1

"Só entro em pânico!!"

Já escrevi muito sobre isso e escreverei mais, por certo. O nervosismo faz parte do Exame de Ordem e muitos candidatos, MUITOS candidatos sucumbem diante dele.

Muitos candidatos...

E isso é um vacilo.

E é porque vocês candidatos já são adultos, já passaram por sei-lá quantas provas, já passaram por uma universidade, têm curso superior e escolheram uma profissão que exige exposição e submete ao confronto.

A prova existe, tem de ser feita e ponto final. Controlem o emocional, de uma forma ou de outra, e enfrentem o desafio de frente, sem frescuras e sem fantasias.

A prova é difícil mas é plenamente superável. Aproximadamente 46% dos candidatos passam na 1ª fase. Não é assim tão difícil e vocês podem perfeitamente entrar no lado certo das estatísticas.

Eliminem os medos e vão em frente!

6 - Achar que 40 é 80

Adágio do Exame de Ordem: quem faz 40 passa do mesmo jeito de quem faz 80 pontos.

É verdade!

Mas estudar e projetar fazer apenas 40 pontos não costuma dar certo.

Estudem para tirar uma pontuação elevada dentro de suas condições de preparação. Em regra, quando um candidato faz um simulado sério (sexta-feira teremos o nosso) e consegue acertar mais de 46 pontos em todas as oportunidades, ele passa na primeira fase.

Ninguém estuda para acertar 40 pontos e acerta efetivamente os 40: o fator erro sempre está presente. Não digo para estudar tudo, ainda mais com o pouco tempo de hoje até a prova, mas estudem visando atingir 50 ou 60 pontos, no mínimo. Deem uma margem para os inevitáveis erros em suas projeções de resultado.

Nunca estude, ou trabalhe, pensando no limite, mas sim em extrapolá-lo.

7 - Prestar atenção nos outros

"Tô muito concentrado na prova!"

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"Só que não..."

Vocês estão lá, fazendo a sua prova, e de repente dão uma olhadinha para o lado: o outro candidato já está preenchendo a folha de resposta.

Vocês se desesperam, acham que algo está errado e resolvem copiá-lo.

Não façam isso...

Durante a prova só existem dois focos de atenção: a prova e o aviso de tempo no quadro.

Só isso. Nada além disso. Ignorem o que os outros candidatos estão fazendo e sigam a estratégia que vocês montaram. Aliás, leiam a dica abaixo!

8 - Não adotar uma estratégia

Ir para a prova sem uma estratégia, um roteiro, é a maior VACILO a ser cometido por um candidato.

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Há muito tempo escrevo sobre a estratégia a ser usada na prova, e tenho a mais absoluta convicção de que uma boa estratégia (seja ela qual for) potencializa as probabilidades de sucesso.

Não vou escrever agora sobre uma estratégia em específico mas já projetem em suas mentes a necessidade de uma e como implementá-la.

Uma estratégia otimiza o tempo, potencializa o desempenho e evita MUITOS dos vacilos acima descritos.

Adotem uma estratégia. Vocês vão, com certeza, precisar.

Nesta semana vou abordar isso exaustivamente! Fiquem ligados!

9 - Chutar

Até um tempo atrás dava para chutar seguindo determinada metodologia. Isso porque havia uma divisão equânime entre o número de alternativas na prova: 20 letras A, B, C e D.

A partir daí ficava fácil estabelecer um sistema de chute.

Ficava...

A FGV percebeu isto e mudou a lógica da distribuição das letras, retirando a isonomia entre elas.

Em suma, não dá para chutar.

Ademais, o Direito e seus ramos têm sempre uma lógica, e é esta lógica que o candidato deve seguir. Quem já resolveu várias questões sabe que, em regra, duas alternativas são muito improváveis, restando duas com uma maior probabilidade de serem as corretas. É avaliando estas duas alternativas, com um olho na lógica jurídica, que o candidato irá fazer sua escolha.

Vamos ser sinceros: em algum momento o chute será convocado para dar sua participação. É quase inevitável. Mas priorizem o raciocínio e a lógica que o resultado tende a ser muito mais eficiente.

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Acima de tudo mantenham a calma. A ausência dela é determinante para o cometimento de vacilos, em especial decorrentes da distração ou da não percepção dos detalhes.