Os 4 sinais de que você está PRONTO para a 2ª fase da OAB!

Sexta, 19 de janeiro de 2018

Os 4 sinais de que você está PRONTO para a 2ª fase da OAB!

Depois de amanhã será a prova: você está pronto?

O conceito de "estar pronto" pode ter dois enquadramentos:

1 - ser apenas uma sensação;

2 - ser um fato, uma realidade.

O que vai no seu coração agora? Há realmente a certeza de que se está pronto?

Não se espante com a dúvida, pois ela é comum em praticamente todos os candidatos.

Estar realmente pronto e sentir isso é um verdadeiro privilégio pois, em especial, dá segurança ao candidato, afastando o tão famoso e prejudicial nervosismo que assola a maioria dos candidatos antes da prova.

A prova não é fácil, óbvio, mas você tem tudo para enfrentá-la e ao final triunfar.

A percepção da futura dificuldade é real, e muitos sentem a pressão agora, mas é perfeitamente possível contornar a ansiedade e os temores antes da prova. Basta se convencer de algumas verdades. Ao se dar conta de que as circunstâncias estão conspirando a favor, a tranquilidade, mesmo que parcialmente, virá.

Como saber então que você está pronto para a prova? São 4 sinais, e vou mostrá-los uma a um:

1 - Em regra não é difícil identificar a peça prática

Vou fazer duas abordagens aqui. Uma estatística e outra técnica, para prova o que estou dizendo.

Primeiro a estatística: no geral, em cada edição do Exame, apenas uma disciplina tem um problema sério com a peça. Ou seja, se são 7 disciplinas, o risco da sua peça ser complicada é de 14,28%.

É um percentual baixo!

Não existe uma lógica para a complicação em uma prova. Não existe uma disciplina "marcada". Simplesmente a FGV vacila em uma ou outra disciplina, como se fosse uma "escolha" aleatória.

De toda forma, é um percentual baixo, e a probabilidade de uma "bomba" cair em sua disciplina é bem baixo.

E aqui é preciso considerar que estamos sob uma nova coordenação, e ela está muito empenhado em fazer não só uma boa prova como também assegurar uma correção com um nível técnico maior.

Agora a abordagem técnica: a solução do problema está SEMPRE no enunciado.

Sempre!!!

Vai que você vai dar azar e o problema cai exatamente na sua prova! Ainda assim, há uma lógica para respondê-la, e a solução estará ali, diante dos teus olhos. É só saber procurar!

Vou dar um exemplo claro, pronto e acabado disto: a prova de Direito Constitucional do IX Exame.

Essa prova deu um rolo danado, pois muitos candidatos apresentaram como solução a peça mandado de segurança, quando a banca queria uma ação ordinária.

Qual foi o problema?

Foi um peguinha da banca, claro! Era um caso no qual o paciente precisava de internação urgente, e essa urgência fez os candidatos projetarem em suas mente a solução mais prática e funcional para conseguir sua internação.

Só que a prova não é uma simulação do mundo real. A prova é um caso hipotético.

O erro dos candidatos: imaginar uma solução sem atentar para os detalhes do enunciado. No caso, e a banca sabia disto, os candidatos iriam imaginar um MS como solução mais adequada, mas isso seria no mundo real. No mundo da peça, havia algumas excludentes do mandato, tal como um pedido de indenização, a ausência de autoridade coatora e produção de prova pericial e testemunhal, além de várias entes públicos em um mesmo pólo passivo (Município, Estado e União).

Ou seja, não cabia MS.

Curiosamente, o MS ao fim foi aceito, e o foi porque o enunciado era muito ruim, sendo possível o ajuizamento, face ao problema, de mais um uma ação específica (que não o MS), tornando o enunciado viciado. Além disso, em conversa posterior com conselheiros da OAB, estes me disseram que realmente não cabia MS, mas, como a OAB tem uma postura institucional de aplicação ampla e abrangente do Habeas Corpus e do Mandado de Segurança, e, como era um caso de defesa da vida, não fazia sentido (politicamente) em não aceitar a peça.

Independente das razões, quem passou com MS sofreu horrores e foi beneficiado pelas circunstâncias. Quem fez a ação ordinária teve a prova corrigida de plano e ganhou nota (lembrando que os critérios para a correção posterior dos MS foram bem radicais).

Contei essa história por um motivo: por mais complicado que um problema parece, o candidato TEM de enxergar a solução DENTRO DO ENUNCIADO. Nunca fora dele.

Uma frase específica, uma circunstância qualquer é a dica deixada pela banca para mostrar aos candidatos mais atentos qual é a solução adequada. Não procurem fora do problema uma solução e, ACIMA DE TUDO, não pensem como se estivessem atuando no mundo real - vocês não estarão!!!

A peça é prática, ela deriva de um problema, e de DENTRO do problema estará a solução.

Se vocês tiverem consciência disto NÃO TERÁ ESSA DE PEÇA DIFÍCIL! Será plenamente possível identificar a peça.

Lembrem-se: a peça difícil é identificada sempre pela dúvida quanto à solução do problema. Se vocês não tiverem dúvida quanto a peça, então está tudo tranquilo. Se surgir uma dúvida, leiam atentamente o problema e procurem a deixa para a resposta correta: ela estará, com toda a certeza, lá, no enunciado.

2 - Há tempo suficiente para entender o problema, fazer o esqueleto e a prova

Quando a FGV entrou no lugar do CESPE passei a vender a ideia, pioneiramente, da necessidade de se fazer um esqueleto para a prova.

Sim! No tempo do CESPE era possível fazer RASCUNHO da prova, assim como era possível levar livros e mais livros de doutrina. Eram tempos felizes e nós não sabíamos disto.

Hoje fazer o esqueleto é uma espécie de consenso nos cursos, e o candidato tem de saber um. O texto base, com tudo explicadinho, que eu escrevo há muito tempo, está no link abaixo:

E qual é a vantagem de se fazer o esqueleto?

Nele o candidato vai enxergar a peça como um todo (as questões também!) e vai fazer toda a pesquisa na exata hora de construi-lo. Quando for redigir tudo o trabalho intelectual, o trabalho de pesquisa e a busca pela solução correta já foi toda feita. Será a hora então do trabalho braçal, pois o intelectual está todo declinado no esqueleto.

Assim sendo, adotando uma estratégia para a prova (até sexta-feira tratarei disto aqui), fazendo um esqueleto e ESQUEMATIZANDO tudo direitinho, o tempo para fazer a prova é sim suficiente e dá para responder tudo sem se atrapalhar.

Em regra, aliás, sobra tempo ainda para a maioria dos candidatos. Somente em uma ou outra prova os examinandos terminam na conta do chá, mas, ainda assim, terminam.

Só se dá mal o candidato sem um foco, que perde tempo tentando decidir ente fazer uma ou outra coisa. O ideal, sempre, é ir com a estratégia desenhada na cabeça e ser fiel a ela: e pegar a prova e seguir o roteiro. Desta forma o tempo será generoso.

3 - Você está tecnicamente pronto!

Então...a prova será depois de amanhã! Seu curso já foi esgotado e não resta mais nada a estudar

Você está muito mais maduro para a prova comprando com o momento de início da preparação. Vem estudando há muito tempo já.

O que mais falta aprender?

Bom, seria muito legal ter mais umas duas semanas pela frente, a sintonia fina ficaria melhor ainda, mas a realidade é que o tempo acabou, e uma hora o momento de fazer a prova tinha de chegar mesmo.

E aí? Falta muito? Acho que não! Você, que estudou seriamente, está pronto, MADURO para a prova, e agora só tem a ela pela frente.

Convença-se disto!

Semana passada escrevi sobre como se revisar o conteúdo, em especial as peças mais importantes. Esse exercício agora é de extrema valia.

Que tal declinar, peça por peça e fundamento por fundamento, todas as petições trabalhadas ao longo da preparação? Ter a certeza de que sabe qual é a peça, seu fundamento e, em ESPECIAL, qual o problema MATERIAL que enseja a escolha de cada petição.

Por exemplo: você pode tentar declinar qual o fundamento para mandado de segurança, qual é a lei de regência, qual o artigo específico da lei de regência, a utilização concomitante de outro codex junto com a lei de regência (como o CPC, por exemplo), em que hipóteses cabe o mandado (ato de autoridade) tanto antes da existência de uma relação processual ou mesmo durante uma, quais são as competências, o fundamento de uma eventual liminar e como deve ser o pedido.

Conduza este exercício com o auxílio do seus códigos. Aliás, isso seria desejável, pois é um treino específico para a prova.

O objeto é estabelecer certezas! A de que você sabe quais são as peças, como estruturá-las e, acima de tudo, em quais hipóteses práticas elas devem ser utilizadas.

Prove a si mesmos o domínio das peças, convença-se de que está pronto! Isso é muito importante para dar segurança, e o reflexo da segurança e da certeza é a calma!

E aqui tratarei do último ponto.

4 - Trabalhando o emocional

Ali, na hora da verdade, você estará sozinho. O máximo de companhia será o vade mecum.

Pergunto! É nesta hora que você vai tremer?

Bora jogar aberto: não faz sentido amarelar exatamente agora.

E não faz porque você quer muito ser advogado! E advogar é ir para o confronto todo dia. Fazer sustentações orais, bater de frente com outros advogados em audiências, defender os direitos dos seus clientes e enfrentar uma série de outros problemas.

Tem que ter peito para ser advogado.

Bote isso na cabeça: na hora da prova você terão de ser topetudo, deverá partir para o confronto com a baca, e fará isto porque é e será o seu OFÍCIO. Será o dia-a-dia, o arroz-com-feijão, o pão nosso de cada dia.

Afaste, e isso por uma questão de coerência, o medo da prova. Não faz sentido nenhum.

A postura com ela é de enfrentamento, e de mostrar uma realidade - você está maduro - e isso inclui também a demonstração do estofo, da força moral e emocional. A prova não é só um teste de ordem técnica: é uma prova de ordem emocional também!

É hora de tomar consciência desta VERDADE e assumir uma postura concreta, pró-ativa, determinada e corajosa diante desta realidade.

Agora é a sua hora! A ralação para chegar até aqui foi grande, e não é o temor ou o receio que vai tomar sua capacidade de fazer uma boa prova.