Olhando para a 1ª fase do XIX Exame para tentar entender como será a 1ª fase do XX!

Quarta, 20 de julho de 2016

A pergunta mágica da semana que antecede a prova: como é que ela, a prova, será?

No imaginário dos examinandos nada é mais importante do que isto, afinal, a apreensão com a prova e seu grau de dificuldade caminham para o auge.

Vamos então tentar trabalhar a resposta: como será a prova do XX Exame de Ordem?

Evidentemente, é impossível antecipar EXATAMENTE como será a prova, mas temos alguns elementos para trabalhar e, a partir daí, especular sobre como poderá ser a prova.

Primeiro temos de ter em mente que a prova do XIX veio com algumas inovações interessantes que não podem ser ignoradas.

Foi a primeira vez em que foi cobrado entendimento jurisprudencial em Ética Profissional:

Nunca antes isso tinha acontecido, e foi uma forma de explorar o assunto que complicou bem os candidatos.

Tivemos também a cobrança de legislação fresquinha, também em Ética Profissional:

Aliás, mais cedo, tratei disto aqui no Blog:

Como as mudanças no Estatuto poderão ser cobradas na prova do domingo?

Outra abordagem bem diferenciada foi a cobrança de uma questão sobre a História da Constituição:

E também tivemos uma série de questões com enunciados mais elaborados, que demandam uma boa dose de atenção:

Aliás, essa foi a tônica da última prova: as questões problematizadoras foram a maioria.

Temos, essencialmente, dois tipos de questões: as problematizadoras e as conceituais. As conceituais exigem tão somente o uso da memória e, em regra, tem enunciados relativamente pequenos. Já as problematizadoras apresentam um caso hipotético e pedem para o candidatos apontar qual seria a solução correta. Ou seja, as problematizadoras exigem não só a interpretação do problema como também a escolha da solução jurídica mais adequada para o problema proposto. Logo, são questões um grau acima em termos de dificuldade em relação às questões conceituais.

Fiz uma anaálise da prova inteira e a distribuição desses dois tipos de questões ficou assim:

Sim! Choveu questões problematizadoras.

Mas tá! E daí? A prova teve esse perfil e porque ele seria repetido agora?

Simples! Essa foi a primeira prova já sob a inteira tutela da nova Coordenação Nacional do Exame de Ordem. A atual Coordenação assumiu no meio do caminho do XVIII Exame, e o XIX já teve a cara da nova coordenação. Tanto é que essas inovações e esse novo perfil surgiram, coincidentemente, agora.

Logicamente, não foi uma coincidência, mas sim uma reestruturação da forma como se elabora o Exame de Ordem. Tanto assim foi que a 2ª fase do XIX Exame foi a mais caprichada de todo o Exame Unificado (tirando a questão das correções, que foram péssimas).

Além disto, não tivemos nenhuma questão anulada, afora o baixo númeor de recursos apresentados na 1ª fase, ou seja, uma prova mais elaborada que o usual.

O aperto da nova coordenação lá dentro da FGV (e eu sei disto) foi bem grande. Aliás, está sendo grande, pois a Ordem quer acabar com as reclamações na prova.

Acredito, portanto, que poderemos ter uma reedição da última prova no próximo domingo, com questões melhor formuladas, com abordagens de temas não muito explorados e mais questões problematizadoras, tal como foi o XIX.

E isso é bom ou ruim?

Ter uma prova bem formulada é, sem sombra de dúvida, bom. Evidentemente, reduz muito a margem de sucesso para quem ficar com 38 ou 39 pontos. Se não surgir nenhuma falha escandalosa, a tendência é que não tenhamos anulações.

No XIX Exame foram aprovados 33.883 candidatos na primeira fase, um número bem próximo do de aprovados na 1ª fase do XVIII Exame, 34.792 candidatos. Foram aproximadamente 128 mil, no que deu um percentual de 26,47% de aprovação.

Não foi um percentual alto, mas foi, quantitativamente, uma aprovação razoável.

No domingo, portanto, saberemos de verdade como a banca construiu essa prova.