Segunda, 25 de abril de 2016
A OAB/RJ protocolou, nesta segunda-feira, dia 25, requerimento na Câmara dos Deputados e ofício na Procuradoria-Geral da República, denunciando o deputado Jair Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar e apologia à tortura pela "homenagem" ao coronel Brilhante Ustra, o primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador, feita por Bolsonaro no voto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, no dia 17.
Na representação, de 24 páginas, encaminhada ao Conselho de Ética da Câmara, a entidade pede a cassação do deputado federal. ?Diante das diversas violações à Constituição brasileira, ao Regimento Interno da Câmara e do Código de Ética parlamentar, não cabe dessa Casa do Povo outra postura senão a cassação do mandato do representado, uma vez que sua presença macula e desrespeita o parlamento brasileiro?, diz o documento.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
Essa é uma garantia importantíssima para a própria existência do dissenso, raiz da democracia. Sinceramente, a OAB/RJ deveria repudiar sim a fala do parlamentar, mas não processá-lo. Não que eu simpatize com Bolsonaro - não simpatizo - mas não é porque estamos vivendo um clima de polarização política e social que devemos radicalizar nas ações. E, sejamos sinceros, se as palavras de Bolsonaro magoaram desta forma, a cusparada de Jean Willis também foi aviltante. Esse tipo de parcialidade não pode ocorrer dentro de uma seccional da OAB. Hoje uma cusparada, amanhã um tapa e depois, quem sabe, algo pior.