OAB amplia interlocução com Congresso e defende projetos da advocacia

Segunda, 1 de abril de 2013

Brasília ? A busca de uma interlocução permanente com o Congresso Nacional e a construção de uma agenda legislativa centrada nos projetos de interesse da advocacia foram os principais temas de reunião conduzida nesta quarta-feira (27) pelo presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado, com integrantes da Comissão Nacional de Legislação e da Comissão Especial de Acompanhamento Legislativo. Ele pediu total empenho no sentido de ampliar a linha de atuação da OAB na Câmara e no Senado com objetivo de agilizar e efetivar aqueles projetos em defesa da advocacia.

Para Marcus Vinicius, a interlocução que a entidade quer estabelecer com o Parlamento, com envolvimento inclusive das Seccionais, visa ao cumprimento do lema de sua gestão: ?Advogado respeitado, cidadão valorizado?. Dentro desse contexto, será estabelecido um cronograma de atuação que incluirá contatos permanentes com parlamentares (deputados e senadores) que tenham afinidade com as questões da advocacia. É objetivo da OAB apresentar e discutir com os parlamentares a lista dos projetos prioritários da advocacia atualmente em curso no Congresso Nacional.

Dessa relação constam as férias dos advogados; o projeto que estende o sistema de tributação do Simples para a advocacia; projeto de lei que institui sociedade individual do advogado; projeto que altera o artigo 21 do Código de Processo Civil, proibindo que os honorários de sucumbência sejam compensados (veda a compensação das verbas honorárias); projeto que fixa honorários de sucumbência para a advocacia trabalhista; o que combate o aviltamento dos honorários; proposta que criminaliza quem viola as prerrogativas dos advogados, dentre outros.

Da reunião participaram também o vice-presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia; o presidente da Comissão Nacional de Legislação da entidade, conselheiro federal Francisco Eduardo Torres Esgaib (MT); o presidente e vice-presidente da Comissão Especial de Acompanhamento Legislativo, advogados Eduardo Gomes Pugliesi e Bruno Calfat, respectivamente; e o vice-presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat) na Região Centro-Oeste, Eliomar Pires Martins, além da Assessoria Legislativa da OAB.

Fonte: OAB

No termo "dentre outros" está o detalhe que nos interessa: o Exame de Ordem.

Dizem que o Dr. Marcus Vinícius, por ocasião do julgamento da urgência na votação do PL contra o Exame da OAB em dezembro último, gastou o telefone naquela oportunidade, ligando para vários parlamentares em busca de apoio na votação.

O Dr. Marcus conhece bem os meandros da política, em especial por ser um bem-sucedido advogado na área do Direito Eleitoral. Natural que tal ação tenha partido por iniciativa dele.

Hoje o contexto da votação do PL contra o Exame está meio nebuloso. Os dois maiores responsáveis pelo projeto estão vivendo, respectivamente, situações peculiares na casa.

O deputado Eduardo Cunha vem sofrendo ataques de setores da mídia, tal como o publicado na revista Veja desta semana, afora o recebimento de uma denúncia pelo STF há pouco dias atrás, como mostram as duas reportagens abaixo:

MP do Rio é acusado de avisar deputado Eduardo Cunha sobre inquérito que apurava sua ligação com quadrilha de sonegadores

STF abre ação contra Eduardo Cunha por suposto uso de documento falso

Não que isso vá exatamente atrapalhar o hoje líder do PMDB na Câmara, mas o foco de Cunha em algum grau foi desviado por conta dessas pressões e do volume de trabalho resultante de sua nova posição dentro do parlamento.

Já o deputado Pastor Feliciano, relator do PL, tem aparecido com imensa frequência na mídia após assumir a presidência da Comissão De Direitos Humanos da Câmara. Resumindo: ele está na olho do furacão político e da imprensa, e não deve conseguir pensar em mais nada.

De toda forma, Eduardo Cunha tem dito nas redes sociais que está forçando a votação do PL na Comissão de Constituição e Justiça. Ao menos ele não ignora o tema completamente.

A saída do Dr. Ophir Cavalcante da presidência da OAB retirou o único alvo óbvio para todos questionarem a prova. Cunha, por exemplo, não poupava palavras para atacar o Dr. Ophir. O Dr. Marcus Vinícius não enfrenta este obstáculo.

O tema, por enquanto, está em suspenso. Não se vê nenhuma movimentação relevante no andamento do PL na CCJ, nenhuma inclusão de pauta.