Quarta, 24 de agosto de 2016
O que você quer ser quando crescer? Essa pergunta nos é feita desde quando somos crianças e nós achamos que estamos convictos da resposta quando entramos na faculdade.
Mas entre o início e o fim do curso de Direito muitas coisas acontecem, uma mudança de percepção sobre o Direito e o mercado inevitavelmente ocorre.
O que os examinandos querem quando finalmente conseguem passar na OAB? Eu sempre imaginei que aproximadamente 80% desejasse o universo dos concursos públicos, mas, para minha surpresa, essa percepção está equivocada.
A maioria dos examinandos quer, vejam só, advogar.
A FGV conduziu uma pesquisa online com os candidatos da 2ª fase do XVII Exame de Ordem, sendo que mais de 5 mil responderam esse questionário. Vejam o resultado:
Conforme é possível observar no Gráfico, 55% dos examinandos queriam exercer a advocacia, enquanto 41% almejava uma carreira pública, incluindo aí a Magistratura, Ministério Público, Procuradoria e Defensoria Pública, entre outras.
Os demais (4%) mencionaram outras perspectivas em relação à carreira, tais como:
1 - exercer a advocacia enquanto se preparam/até obterem êxito em um concurso público;
2 - trabalhar em empresa privada, lecionar e iniciar uma pós-graduação.
E entre esses 4% estão também aqueles que já exercem outras profissões e veem na advocacia uma opção para uma nova carreira, ou apenas pretendem usar o Direito como forma de agregar conhecimento à atividade desenvolvida atualmente.
Existe, evidentemente, uma distância entre a pretensão e a realidade do mercado. Uma vontade inicial pode, a depender de inúmeros fatores, transformar-se em outra em conformidade com a evolução da carreira.
No XVII a crise ainda não está tão aguda, e as dificuldades do mercado podem ter empurrado um bom contingente para o universo concurseiro. A perspectiva de um bom salário e estabilidade profissional é um grande atrativo para muitos.
De uma forma ou de outra, a opção escolhida deve ser tratada com muito, mas muito cuidado. Optar por uma profissão hoje em dia envolve, acima de tudo, planejamento.
Os concursos têm uma alta concorrência, e o mercado da advocacia – de livre iniciativa – está em franca crise.
Detalhe: agora em setembro possivelmente chegaremos a marca de 1 milhão de advogados. E esse crescimento está ocorrendo mesmo com a existência da prova da OAB. Em aproximadamente 12 anos deveremos chegar a 2 milhões de advogados, se o ritmo de crescimento se manter estável.
Planejar não é luxo: é uma questão de sobrevivência!