O que o Exame de Ordem reserva para vocês em 2012?

Quinta, 15 de dezembro de 2011

O que o Exame de Ordem reserva para vocês em 2012?

Perguntinha para lá de relevante essa, afinal, o Exame de Ordem pode ser tudo, menos uma constante. De toda forma, é possível fazer algumas projeções. Vamos a elas:

1 - Data definidas e possibilidade de planejamento de longo prazo

Uma ótima iniciativa do Conselho Federal foi a de divulgar todo o calendário de 2012 do Exame. Isso possibilita, acima de tudo, um planejamento de longo prazo, principalmente para os candidatos ainda estudantes e candidatos que têm dificuldades em lograr a aprovação.

Vejamos as datas:

VI Exame

Edital: 29/12/2011

Prova objetiva: 05/02/2012

Prova subjetiva: 25/03/2012

VII Exame

Edital: 25/04/2012

Prova objetiva: 27/05/2012

Prova subjetiva: 08/07/2012

VIII Exame

Edital: 01/08/2012

Prova objetiva: 09/09/2012

Prova subjetiva: 21/10/2012

IX Exame

Edital: 12/11/2012

Prova objetiva: 16/12/2012

Prova subjetiva: 24/02/2013

Com as datas o candidato pode estabelecer a pedra angular do seu planejamento: qual Exame se submeter?

O comportamento óbvio e recorrente dos candidatos é de sempre se matricularem para o próximo Exame a ser realizado, preparando-se dentro do tempo disponível.

Sobrevém a reprovação.

Inicia-se então o mesmo ciclo: a preparação para o próximo Exame a ser realizado, dentro do lapso temporal disponível.

Esse é um ciclo vicioso e ruim, condicionado pela ansiedade, necessidade, pressão e falta de planejamento.

A pergunta essencial a ser feita ANTES de iniciar o processo de preparação (pergunta necessária a todo e qualquer candidato, diga-se de passagem) é a seguinte: quanto tempo é necessário para se estudar e fixar adequadamente todo o conteúdo da prova?

Não há uma resposta genérica para essa pergunta: cada candidato tem a sua própria resposta, o seu próprio tempo.

Para uns podem ser dois meses, para outros, seis. Depende da formação adquirida na faculdade, depende da velocidade de apreensão do conteúdo, do tempo disponível para estudar, entre vários outros fatores de ordem pessoal.

De toda forma, definir o tempo, considerando suas próprias condições, é de suma importância. Candidatos que vêm de reprovações seguidas ficam presos dentro de um circuito de ansiedade e de incompreensão do processo gerador da reprovação. Além de presos, sofrem forte opressão pessoal e social, porquanto o resultado - a aprovação - nunca se concretiza.

Delimitar o prazo de tempo correto para fazer a prova retira o aspecto da ansiedade, ou ao menos o mitiga, permitindo o estudo completo e abrangente para a prova, sem atropelos impostos pela fator tempo.

E há uma vantagem a mais: o candidato pode fazer as provas que ocorrerem antes, mas sem a obrigação de obter o sucesso, pois seu planejamento não prevê exatamente aquela prova. O candidato pode fazer e, por um acaso, ser aprovado.

O ponto é: não se deixem influenciar pelos fatores necessidade (é muito difícil, mas necessário) e ansiedade (essencial). O importante é assegurar uma estrutura asseguradora da APROVAÇÃO, e o planejamento deve ser voltado exclusivamente para este foco, em detrimento de outras circunstâncias pessoais.

2 - Alterações na sistemática da prova

Vocês já devem saber que o Conselho Federal criou uma comissão visando alterar a forma como  o Exame de Ordem é estruturado. Quem for fazer a prova ano que vem deve ler os dois posts abaixo:

Considerações sobre as mudanças que ocorrerão no Exame de Ordem em 2012

As mudanças no Exame de Ordem

O centro da ideia por detrás nas mudanças está em incluir mais disciplinas do chamado eixo de fundamentos do direito, que inclui filosofia e sociologia geral e jurídica, psicologia, antropologia, economia e ética geral e profissional, e também alterações no próprio modelo do exame, porquanto 85% das questões, em média, são respondidas com memorização da lei. O objetivo seria estruturar uma avaliação que verifique mais a capacidade de pensamento, compreensão e espirito crítico.

Não existe ainda um modelo pronto ou datas para a implementação das mudanças. Em conversas que tive com membros da comissão, há ao menos o consenso de que as alterações serão avisadas com bastante antecedência, de forma a evitar surpresas para os candidatos. Há também a vontade de se criar uma interdisciplinariedade nas questões.

Vejam um quadro dos conteúdos do Eixo de Formação Fundamental e do Eixo de Formação Profissional:

Quais disciplinas serão incluídas e a forma como isso ocorrerá ainda é uma incógnita. A comissão criada precisa deliberar sobre isso e tudo depende da aceitação do Conselho Federal da OAB.

Uma coisa é certa: a OAB quer mudar o ensino jurídico de fora para dentro, ou seja, ao incrementar a qualidade da prova, fugindo do atual dogmatismo, as faculdades, por pressão dos alunos, alterariam seus currículos visando uma melhor adequação a esse futuro Exame.

Essa é a ideia por detrás das mudanças.

Mas por enquanto não há nada de concreto a ser oferecido.

3 - O grau de dificuldade do Exame

Vamos partir de uma premissa simples: o Exame é uma prova difícil e sempre será.

Podemos discorrer aqui sobre ele ser uma reserva ou não de mercado, mas esse tema foi superado pelo julgamento da Constitucionalidade da prova. Qualquer argumento contra o Exame perdeu sua razão de ser.

O ponto é: a média de reprovação é de 85%. Só precisamos determinar se o corte mais pesado será na 1ª ou na 2ª fase.

No atual Exame tivemos o recorde de aprovados na 1ª fase, mais de 50 mil, e a 2ª etapa está sendo a beleza que vocês estão acompanhando. No Exame passado, a 1ª fase reprovou horrores, e as provas da 2ª etapa foram bem mais fácil do que as provas de 2ª fase de agora.

Esse é o "equilíbrio da reprovação": 1ª fase com muitos aprovados, reprovação pesada na 2ª, e vice-versa.

É possível, bem possível mesmo, a adoção pela FGV, de uma vez, do modelo de reprovar muito na 1ª e facilitar na 2ª, e isso pelo simples fato de que reprovar na 2ª fase é muito mais complicado do que na 1ª, Gera, sem sombra de dúvida, mais stress. Não podemos esquecer os Exames 2009.2, 2010.2, 2010.3 e agora o V Unificado.

Apertar na 2ª fase é um problema.

E isso, notem, não é uma ideia minha...é uma percepção dentro da própria OAB reforçada pela lambança ocorrida na última prova subjetiva.

É razoável esperar provas de 1ª fase, daqui em diante, mais complicadas para os candidatos. Eu apontaria nessa direção.

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Independente do contexto e das perspectivas, os candidatos precisam assimilar uma realidade: não se pode contar com um conhecimento limítrofe para lograr a aprovação.

Exemplo 1: cada um precisa acertar 40 pontos na prova objetiva. Ok, sem problemas! Mas se a prova vier com aquelas falhas de sempre, e seus 40 pontos virarem 39 ou 38? Acontece DI-RE-TO!

Exemplo 2: E se a banca resolve apresenta ruma errata no MEIO da prova te atrapalhando? Pode acontecer? Oh sim, tudo é possível quando o assunto é Exame. Você estaria pronto para contornar esse problema?

Quero dizer apenas uma coisa simples, mas óbvia: vocês precisam se preparar sempre para o pior e para tirar notas ACIMA do mínimo necessário para a aprovação. Por que de bundinha de neném, da cabeça de juiz e da organização do Exame ninguém sabe o que sai...

Preparação intensiva, estudo de longo prazo e planejamento! Eis os ingredientes para o sucesso no Exame de Ordem.

Acabou a época de estudar no último semestre da faculdade ou por apenas 3 meses. Hoje o Exame exigem bem mais dos candidatos.

Talvez, e podemos conjecturar com alguma margem de certeza, muitas reprovações são fruto de uma visão antiga sobre como se preparar. A prova da OAB não é um concurso, mas se encaminha para exigir dos candidatos uma dedicação parecida.

Preparem-se com antecedência, bastante antecedência!