O que eu falo caso eu não passe?

Segunda, 2 de janeiro de 2012

Recebi dia desses uma pergunta bem interessante que compartilho agora com vocês:

"Muitos conhecidos da minha familia passaram na OAB na primeira vez que fizeram, o que eu falo caso eu não passe?"

Não sou e provavelmente nunca serei entusiasta da auto-ajuda, apesar de volta e meia escrever posts motivacionais. Entretanto, essa pergunta guarda algo em seu "subterrâneo" que precisa ser desenterrado.

O grande questionamento ao lê-la é: você realmente vai fazer a prova já projetando eventual reprovação?

Se for, fica fácil ver o tamanho do seu medo.

Eis o elemento enterrado no espírito do autor da pergunta: medo.

Medo da reprovação, medo dos familiares, medos dos amigos...enfim, a famosa pressão social.

Não é, por certo, um temor irracional. O Exame da OAB tem uma aura meio sinistra mesmo, devidamente construída com repetidas e abundantes reprovações em massa.

Mas por pior que seja a prova, candidato algum pode pensar em fazê-la já projetando hipotética derrota.

Isso é péssimo para o emocional.

Lembro-me quando fiz a prova e lembro-me bem do MEU medo. Ter medo é absolutamente normal. Mas, apesar do medo, eu também tinha confiança em passar.

De certa forma, um sentimento contrabalanceou o outro.

Não exite fórmula, mantra, oração, esquema, artifício ou sei-lá qualquer outra coisa apta a controlar um estado de espírito. Ou o candidato está super preparado, sabe disso, e faz a prova tranquilo, ou simplesmente, em maior ou menor grau, vai sentir a pressão pelo resultado positivo.

Primeiro ponto a ser observado: ACEITE o medo. Você é feito de carne e osso e não de aço.

Ou seja: ter medo é NORMAL!

Segundo ponto: se você terminou seu curso de Direito e está estudando para a prova, você poderá, por mais inacreditável que pareça ser, ser aprovado.

Sério mesmo?

J-U-R-O!!!!

Você é candidato e, independente da fama e da tal dificuldade em ser aprovado, é possível conseguir a carteira da OAB.

Tanto para você como para qualquer outro candidato.

É difícil, mas não é impossível.

Esse é o ponto.

E se assim é, tempere o seu natural medo com um pouco de confiança em si mesmo, na sua inteligência e capacidade.

Acrescente uma pitada de esperança também!

E medo ou não, a prova é inevitável, e se é inevitável, relaxe, você terá de fazê-la.

Cedo ou tarde, se quiser advogar, terá de fazê-la.

Quanto a pressão familiar ou da sociedade (amigos), bem...seria muito fácil dizer que ninguém tem nada com a sua vida, ninguém paga as suas contas, mas a vida em sociedade não admite soluções imaturas e simplistas como esta: sempre devemos algo para alguém, em maior ou menor grau.

Se a reprovação ao fim acontecer, simplesmente diga a verdade: não se preparou bem e reprovou.

Não tem de dourar a pílula e nem culpar o sistema (pode até ser culpa do sistema, né FGV?) pelo simples fato de quem está de fora do processo do Exame de Ordem não compreender como a dupla FGv/OAB metem os pés pelas mãos.

Família e sociedade só computam o sucesso ou o fracasso. Os porquês não importam!

Logo, assuma que reprovou por não ter se preparado adequadamente. Bom ou mal, em larga medida assumir o ônus pelo fracasso de forma aberta e adulta mitiga, e muito, a pressão criada pelo próprio fracasso.

Assuma uma postura de gente adulta dona do próprio nariz. Buscar desculpinhas dá trabalho, desgasta e, principalmente, não convence.

No mais, vá para a prova crendo em sua capacidade. Ninguém é super, muito menos invulnerável. Todos nós colhemos na vida, em qualquer área dela e a qualquer momento, fracassos.

Se tombar pelo caminho apenas tome o cuidado de levantar de novo e seguir em frente.

E lembre-se! Neste ano teremos várias edições do Exame. Faça um planejamento adequado, mensure o tempo ideal de preparação prévia e escolha o momento em que o grau de preparação esteja em um patamar ao menos satisfatório.

O planejamento mitiga o medo. Pense nisso!