Quinta, 8 de janeiro de 2015
Então! O que esperar das provas subjetivas do próximo domingo?
Essa é a pergunta que certamente está esperando por uma resposta em 10 entre 10 examinandos: como é que virão as provas do próximo domingo? E, evidentemente, por detrás delas há uma ampla margem de ansiedade, afinal, ninguém quer ver o bicho pegar para o seu lado.
O que, racionalmente, podemos projetar para esta prova com base no que nós sabemos?
Para começar, tal como já escrevi antes, temos diante de nós a maior 2ª fase de todos os tempos! Somando os aprovados na 1ª fase (53.330 candidatos) com os candidatos que vieram da repescagem (17.024), nós teremos 70.354 examinandos prontos para a prova do domingo.
No X Exame de Ordem, sem a repescagem ainda, foram aprovados na 1ª fase 67.441.
Como foi o percentual de aprovação por disciplina naquela edição?

Tratei recentemente deste tema no post Do II ao XIII Exame de Ordem: o ranking geral de aprovação na 2ª fase!
O X Exame foi extremamente conturbado, o pior de todos os tempos, mas, mesmo assim, em comparação com as demais edições (tanto anteriores como posteriores), foi o que proporcionalmente mais aprovou. Podem olhar! Tirando Administrativo, nas demais disciplinas os maiores percentuais de aprovação estão nesta edição.
Esse é um indício interessante, favorável aos candidatos do XV.
Por outro lado, o X Exame também veio com uma surpresa, surpresa esta que gerou muita controvérsia: das 7 disciplinas, 6 vieram com peças até então INÉDITAS.
Vi muitos relatos, à época, de candidatos que erraram a peça pelo simples fato de não terem treinado as novidades: não sabiam simplesmente o que fazer! Alguns, por exemplo, em Direito do Trabalho, só haviam treinado o arroz-com-feijão da disciplina: reclamatória, contestação e recurso ordinário, crentes que uma dessas, sempre as cobradas, estariam entre as eleitas. Só não esperavam uma consignação em pagamento pelo caminho.
Em suma: a 2ª fase do X Exame de Ordem foi uma desgraça, não só em razão da péssima qualidade da redação das peças como também porque surpreendeu vários examinandos com o ineditismo das peças escolhidas.
Bom...
Eu não acho que a qualidade das peças vai decair na prova do domingo. A FGV aprendeu sua lição e a qualidade em si da redação das peças melhorou bastante.
Por outro lado, não podemos ignorar o fato de que a FGV pode querer apresentar peças inéditas, ou não tão cobradas assim, para pegar os candidatos com as calças curtas. O precedente existe e rigorosamente nada impede disto acontecer novamente.
Aqui eu faço o alerta! Não ignorem nenhum tipo de prova possível em suas respectivas disciplinas! Venho escrevendo sobre isto desde sempre, e volta e meia alguns candidatos pegam o preço de não atentarem para esta advertência.
Os riscos da 2ª fase podem ser descritos da seguinte forma:
1 - Correções injustas;
2 - Peças inéditas;
3 - Peças e questões difíceis;
4 - Inovações legislativas.
Tirando as correções injustas, passíveis de reparo somente no período recursal, o resto é relativamente CONTROLÁVEL pelos candidatos.
Controlável no sentido de que dá para se preparar contra essas adversidades estudando bastante. Vocês, certamente, se dedicaram muito aos estudos.
Agora, neste momento, o ideal é fazer a chamada "sintonia fina", os ajustes finais, uma olhadinha nos detalhes, no que é diferente, no que pode surpreender (em tese) na 2ª fase.
Escrevo isto imaginando que o elevado número de candidatos na 2ª fase vá exigir da FGV algum tipo de correção. Aliás, esta é uma expectativa meio que compartilhada por todos. O "excesso" de candidatos sempre gera algum tipo de reação da banca, e os percentuais finais de aprovação do Exame são as testemunhas silenciosas desse padrão de correção.
Ou alguém aqui já viu percentuais finais de 30 ou 40% dos candidatos em uma 2ª fase?
De toda forma, a dificuldade é só uma projeção: ninguém pode antecipar o que virá pela frente. Posso me enganar quanto a isto, assim como também, e disto tenho certeza, os candidatos que realmente estudaram vão fazer a prova de gato e sapato.
E estar bem preparado significa, entre outras coisas:
1 - Ter domínio da sistemática processual de sua disciplina, sabendo identificar a partir do caso em concreto a solução processual adequada;
2 - Ter o domínio e facilidade de manuseio do vade mecum, sabendo identificar todos os pontos de Direito material e processual cobrados na prova;
3 - Ter resolvido muitas peças e questões, ou seja, estar familiarizado com a natureza da sua disciplina e a forma como ela é cobrada na prova;
4 - E é, entre tudo, ter uma boa dose de AUTOCONFIANÇA.
Agora, entre tudo o que foi escrito aqui, deem uma especial prioridade no estudo das peças não muito convencionais.
Façam isso só por desencargo de consciência.
Pode fazer a diferença na hora da verdade.