Segunda, 30 de maio de 2011
O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), antigo organizador do Exame de Ordem, odiado por 10 entre 10 antigos examinandos (e que hoje, segundo alguns, deixou muitas saudades), está prestes a se tornar uma espécie de "Concursobrás".
O Ministério da Educação - MEC - fez uma proposta para transformar o CESPE em empresa pública (hoje é uma fundação ligada à Universidade de Brasília - UnB), em razão de sua capacidade técnico-logística, para conseguir gerir grandes avaliações como o Enem e a Prova Brasil, além de outros processos de seleção, certificação e exames.
Na última sexta-feira o Conselho Universitário (Consuni) da UnB iria decidir o modelo de transformação da fundação, tendo em vista criar essa empresa com isenção de impostos e que repassaria 10% de seu faturamento bruto à universidade.
Entretanto, os conselheiros não chegaram a um consenso e a decisão foi postergada para próxima sexta-feira, dia 3.
Uma das razões para se mudar o CESPE está no prazo dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), até 30 de junho, para a UnB regularizar a situação trabalhista de 478 funcionários do Cespe. Muitos dos funcionários recebem uma gratificação considerada irregular pelo TCU, e a maioria dos demais trabalhadores, chamados de precarizados, não possuem vínculo empregatício com a Fundação, despidos de direitos básicos como o FGTS e o 13º salário.
O medo dos conselheiros está na possibilidade de futuras demandas trabalhistas sucateiem a fundação.
E o que essa notícia tem a ver com o atual Exame de Ordem?
Com o atual, nada, mas com o futuro...
A educação superior no Brasil está passando por um relevante processo de transformação, já abordado anteriormente pelo Blog:
A expansão projetada pelo Governo Federal nos próximos 10 anos será tão grande que provavelmente outros conselhos de classe também passarõa a aplicar seus respectivos "exames de ordem".
E aí a Concursobrás entraria em cena.
E o Exame de Ordem poderia perfeitamente ser envolvido nesse processo. Muitas vozes hoje acham que o Exame deveria ser de responsabilidade do MEC. Com uma megaempresa como a "Concursobrás" contando com o respaldo do Governo Federal, essa possibilidade certamente será seriamente considerada.
Não agora, tampouco nos próximos 5 ou 7 anos, mas vai acontecer.
O futuro dirá.