O problema no ENEM e a OAB: Um post para quem foi prejudicado nos últimos Exames de Ordem

Segunda, 8 de novembro de 2010

Quem está acompanhando o noticiário viu que foi dado grande destaque aos vários problemas ocorridos no ENEM:

MEC reconhece falha de impressão no Enem

Até aí nada demais. O MEC, desde que avocou para si a responsabilidade para aplicar o ENEM, não consegue conduzi-lo sem resvalar em algum tipo de problema, como fraudes, erros de organização, má-gestão, etcétera e tal.

Aliás, se o MEC fosse responsável pela aplicação do Exame de Ordem, de acordo com o desejo de alguns, teríamos sérios problemas...

Foi relatado que no domingo (07/11) alguns candidatos e até mesmo um repórter tiraram (pasmem!) fotos das provas, além usarem seus celulares para tuitar dos banheiros em algumas localidades:

Alunos mandam mensagens pelo Twitter durante prova do Enem

MEC pode processar alunos e jornalista que "tuitaram" sobre Enem

Para piorar, o MEC diz que a aplicação da prova foi um sucesso:

Enem 2010: Inep considera aplicar nova prova para candidatos prejudicados por falha no caderno amarelo

Enfim, uma beleza só!

Então a OAB resolveu manifestar sua indignação com as falhas na aplicação da prova:

OAB-SP diz que Enem pode ser anulado por folha de respostas confusa

OAB recomenda a inscritos no Enem que procurem MP: pode haver anulação

Dos dois links acima podemos tirar algumas pérolas ditas por representantes da OAB, que os bacharéis prejudicados nos últimos 3 Exames de Ordem vão "adorar" ler:

"Uma prova não pode ser considerada uma armadilha. O aluno não se preparou para esse tipo de erro. Na minha opinião, a prova deveria ser anulada" ( Quem fez o Exame de Ordem 2009.2 e 2010.1 que o diga...)

"os alunos que tiveram despesas com viagem e hotel e se sentirem prejudicados podem procurar o Ministério Público, que por sua vez pode entrar com pedido de ação coletiva para indenização em benefício de todos que realizaram o exame." (A anulação da prova da 2ª fase do Exame de Ordem 2009.3 lembra alguma coisa?)

"o MP deve investigar se o erro pode "redundar em um comprometimento do rendimento dos alunos" e, caso não seja possível aproveitar a prova já feita, o caminho é a anulação e reaplicação do exame." (Vários Exames, vários posicionamentos da banca, um sem número de não-anulações de questões manifestamente viciadas, etc, etc, etc...)

"Não se pode ter sobre o exame qualquer tipo de dúvida a respeito de sua credibilidade. A simples declaração de que vai ser feita uma correção diferente para quem foi prejudicado tem que ser tomada com certa reserva. É necessário que haja uma verificação por parte do MP de como isso vai ser feito, até porque milita contra o exame uma carga de incompetência e falta de cuidado na confecção da prova" (Exame de Ordem 2009.2 mais uma vez...)

Se estivéssemos falando sobre os últimos Exames da OAB as frases acima cairiam como uma luva!

Como uma luva de lã quente e confortável!

Magoados, os representantes do MEC resolveram lavar publicamente a roupa suja com a OAB:

Ministério da Educação diz que crítica da OAB causou ?estranheza?

Vejamos a nota do MEC, ressaltando seus pontos mais interessantes:

"O Ministério da Educação estranhou a postura do presidente do conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcanti, que considerou a aplicação do Enem 2010 "mais um desastre na área da Educação".

A estranheza se deve a proximidade entre os dois órgãos, que atuam juntos na regulamentação de cursos de direito e ao fato de que quando a prova de ingresso da OAB foi cancelada, em razão de vazamento do gabarito, o MEC ter se solidarizado com a entidade.

O Ministério da Educação também estranhou a afirmação do presidente da OAB, segundo a qual, é do conhecimento público que o MEC tenha pressionado universidades federais a adotar o Enem. A decisão das universidades de adoção do Enem foi tomada por seus colegiados superiores, que, ao contrário de alguns similares, são completamente imunes a pressões desta natureza."

Moral da história 1:

Pimenta nos olhos do outros é refresco!

Moral da história 2:

Faz o que eu mando mas não faça o que eu faço!

Moral da história 3:

Só rindo para não chorar!