O fetiche das peças práticas da 2ª fase, ou, o que focar nestas alturas do campeonato!

Quinta, 23 de maio de 2013

0001 "Maurício, marcar cada tipo de peça com uma cor pode ser entendido como estruturação de peça?" A pergunta acima é uma entre muitas outras semelhantes. Muitas mesmo! Reflexo do medo do candidato em NÃO SABER os detalhes de terminada peça durante a prova da OAB. Bom...estamos a 23 dias da prova da 2ª fase e vocês já estão adiantados nos estudos. Talvez seja hora de fazer um break e avaliar a extensão do que foi apreendido, ou, ao menos, avaliar se pontos chaves do estudos foram contemplados até então e, evidentemente, se vocês estão realmente aprendendo. Isso porque não dá mais para o candidato ficar com o fetiche de querer saber se pode marcar o vade mecum de uma ou de outra forma para ter segurança sobre a estrutura de determinada peça. O negócio agora é SABER cada item de cada peça possível em suas respectivas disciplinas.

O que é realmente importante avaliar agora?

Vou partir da premissa, que precisa ser verdadeira, de que vocês estudaram bastante ao ponto de já terem avançado muito nos estudos. Vamos, ponto a ponto, apontar o melhor caminho para avaliar o atual estágio de preparação.

1 - ESTABELECER A CONVICÇÃO DE QUE SABE TODAS AS PEÇAS PRÁTICAS

Desde o VII Exame o edital vetou o uso de esquemas ou roteiros no Vade Mecum para se montar uma peça prática. Isso gerou muitas dúvidas e atrapalhou os candidatos.

Aqui fica a pergunta: vocês saberiam declinar em uma folha de papel todos os principais tipos de petições de suas respectivas áreas e as correlatas fundamentações legais para cada uma?

Seria importante saber...

Que tal declinar, peça por peça e fundamento por fundamento, todas as petições que vocês trabalharam ao longo dessas últimas semanas? Ter a certeza de que sabe qual é a peça, seu fundamento e, em ESPECIAL, qual o problema MATERIAL que enseja a escolha de cada petição.

Por exemplo:

Vocês podem tentar declinar qual o fundamento para mandado de segurança, qual é a lei de regência, qual o artigo específico da lei de regência, a utilização concomitante de outro codex junto com a lei de regência (como o CPC, por exemplo), em que hipóteses cabe o mandado (ato de autoridade) tanto antes da existência de uma relação processual ou mesmo durante uma, quais são as competências, o fundamento de uma eventual liminar e como deve ser o pedido.

Vocês, evidentemente, podem conduzir esse exercício com o auxílio do Vade. Aliás, isso seria desejável, pois é um treino específico para a prova.

Observem que não é um exercício bobinho ou simplório. O objeto é estabelecer certezas! A de que vocês sabem quais são as peças, como estruturá-las e, acima de tudo, em quais hipóteses práticas elas devem ser utilizadas.

Não tenham dúvidas: é um exercício de alto valor!

Pode ser cansativo, é claro, mas quem quer moleza não deveria sequer ter se inscrito no Exame, não é mesmo?

E ele ainda atrai uma vantagem de ordem emocional: dá confiança ao candidato, pois este demonstra para si mesmo que simplesmente sabe, e se sabe, não será surpreendido, e se não será surpreendido, não precisa ficar tenso.

O candidato TEM DE FUGIR da muleta que são as marcações no vade mecum. As marcações são auxiliares, o principal é o conhecimento real do candidato.

Provem a si mesmos o domínio de tudo. É o melhor caminho!

2 - CONFERIR O VADE MECUM

Nestas alturas do campeonato o Vade Mecum de vocês deve estar parecido com o vade abaixo:

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Fica só uma pergunta simples: está tudo devidamente anotado? Não esqueceram de nada? Está tudo INTELIGÍVEL? Na hora da verdade vocês não irão se confundir?

Aqui o ponto é mais simples: vocês são donos e senhores absolutos do Vade?

Se não são, passem a ser! O Vade Mecum, na hora da prova, é mais do que um irmão, mais do que um filho: é a própria essência do candidato. A dependência dele será imensa e se for traído, por um mínimo que seja, o preço a pagar será muito alto.

Confiram o Vade com carinho e vejam se tudo está dentro do esquema. Não deixem de ler os posts abaixo também:

As regras (simples) de treinamento para a 2ª fase da OAB

Remissões, marcações, post-its, clipes e o vade mecum na prova 2ª fase da OAB

Os elementos centrais da prova da 2ª fase do Exame de Ordem

Dominar o Vade é essencial!

3 - SABER FAZER O ESQUELETO DA PEÇA PRÁTICA

Uma coisa é saber todas as peças, outra, diferente, é saber montar um esqueleto.

O candidato tem, precisa, necessita montar o esqueleto da prova!

Preparando o esqueleto da prova subjetiva da OAB E por que precisa saber?

Simples, muito simples: no esqueleto da prova o candidato vai colocar TODO o raciocínio jurídico dele. Todo!

Fazer o esqueleto, vencer essa etapa, será, com toda a certeza, a mais difícil da prova. Mas depois, fazer a peça em si, será muito mais tranquilo, pois no esqueleto o raciocínio todo já terá sido feito.

Em uma boa comparação, o esqueleto é 10% de inspiração e a peça será 90% de transpiração.

Mais! O esqueleto impede que o candidato se perca na prova, pois ele em si mesmo funciona como uma mapa, um pequeno guia para a peça.

Façam uns 3 ou 4 esqueletos de provas anteriores para na hora da verdade vocês estarem familiarizados.

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O importante, para elidir dúvidas, é dar uma avaliada no atual estágio de preparação. Tá tudo certo? Tudo no esquema?

Se algo estiver errado, há tempo, muito tempo, para corrigir a rota.

A hora é agora.