O Exame de Ordem na visão da OAB

Sexta, 25 de junho de 2010

Leiam com bastante calma a notícia abaixo, publicada no site da OAB/DF. Muito pode ser lido nas entrelinhas, conforme comentarei em seguida:

NOVOS ADVOGADOS DEFENDEM O EXAME DE ORDEM

Trezentos novos advogados receberam na terça-feira (22/6) e na quarta-feira(23/6) a carteira da OAB. Nas solenidades de entrega, na sede da seção DF, os profissionais defenderam a exigência do Exame de Ordem. O novo advogado José Sanderley da Silva destacou que a prova é importante por fazer uma seleção. ?Há muitas faculdades que abrem um curso de direito visando apenas ao lucro. O Exame da OAB acaba sendo um divisor de águas para colocar no mercado só os mais bem preparados?, argumentou.

Um dos paraninfos das turmas de novos advogados, o deputado distrital Chico Leite, também ressaltou a importância da prova para o ingresso na OAB. ?Qualquer mudança no Exame deve ser para aprimorá-lo, aperfeiçoá-lo, jamais extingui-lo. É um filtro fundamental, por selecionar aqueles que querem cumprir sua missão de defender os direitos subjetivos e a ordem jurídica.?

A nova advogada Ana Carolina Coelho Araújo passou no Exame de Ordem na primeira tentativa. Segundo ela, a prova é difícil, mas para passar basta se dedicar ao curso de direito. ?Quem reclama não está capacitado, tem de estudar?, completou. O presidente da OAB/DF, Francisco Caputo, defende o grau de dificuldade do Exame. ?A magistratura também se submete a exames difíceis. Imagine um promotor que passou por uma seleção árdua de um concurso público de um lado, e do outro um advogado despreparado. Não é isso que a sociedade espera. Ela quer profissionais capacitados para lidar com a honra, a liberdade e o patrimônio,? afirmou.

Fonte: OAB/DF

Sabem o que presidente da OAB Federal, presidentes das seccionais, conselheiros e demais advogados pensam das reclamações dos bacharéis, cursos preparatórios, deste que vos escreve e de todos os demais questionadores do grau de dificuldade da prova, dos peguinhas e das questões formulados com erros explícitos?

Nada!

Eles não estão nem aí.

Por um motivo bem simples: bacharel em Direito não faz parte do eleitorado da OAB.

Por maiores que sejam as reclamações, estas são absolutamente indiferentes para o destino da OAB - Quem está fora do circuito não interfere em nada.

Afora isso, tal como a notícia acima demonstra, o bacharel que ultrapassa a fronteira do Exame passa a integrar o sistema, justifica-o, dá-lhe suporte. Uma coisa é não ter passado pelo Exame; outra, é ser advogado. A mudança de condição muda a filosofia. Claro, essa não é uma assertiva absoluta, mas ela tem uma razão de ser.

Existem mais de 1200 faculdades de Direito no Brasil, milhões de bacharéis, concorrência feroz, entre outros problemas.

No último exame apenas 16% dos inscritos foram aprovados; só na primeira fase da atual prova 90% dos inscritos foram reprovados. Alguém crê em percentuais resultantes do acaso?

Não é.

A Ordem dos Advogados do Brasil vai sim tornar o Exame uma grande barreira para o ingresso na advocacia.

Senhores e senhoras...o Exame de Ordem mudou!

Não é mais aquele de 3 provas atrás. Não dá para estudar só por dois ou três meses para serem aprovados, relembrando as matérias ao reler resumos jurídicos e respondendo provas anteriores. A OAB vai continuar reprovando em massa, reduzindo os percentuais de aprovação para a casa de um só dígito.

Ela pode, e ela irá fazer. Gostem ou não, assim será.

Então o recado que eu dou aqui é simples e direto: Acordem! O Exame de Ordem exige, desde já, preparação qualificada e um maior lapso de tempo para se estudar adequadamente. O que for diferente disso redundará na reprovação. Os últimos percentuais não me deixam mentir.

O Exame pode acabar? Será abolido? Sim, pode, é uma probabilidade. Mas quando isso ocorrerá? Daqui há um ano? Dois? Cinco? Dez? Vão esperar até quando? Ad eternum?

Acordem! Não fiquem com receios de investir pesado nos estudos. Passar no exame EXIGE investimento, porque o sistema vai reprovar quem não está bem preparado.

Acordem! Começem a estudar o quanto antes - seis meses, um ano antes da prova. Menos do que isso tem se mostrado INSUFICIENTE para a aprovação.

Pessoal, a primeira fase do Exame de Ordem 2010.1 reprovou 90% dos candidatos. De 95 mil inscritos, apenas 10 mil foram aprovados na primeira fase. 85 mil ficaram pelo caminho - um assombro!!

E como eu escrevi antes, isso não causa crise de consciência na OAB - ao contrário - é a política da Ordem para agradar o seu eleitorado, coisa que vocês ainda não são.

Conscientizem-se disso, pois não resta outro caminho senão o da entrega total aos estudos.

O Exame de Ordem deixou de ser processo seletivo para se transformar em concurso. E a mentalidade do concurseiro é diferente da mentalidade do estudante para o Exame de Ordem. Ainda é diferente, mas vai ter de deixar de ser. Do contrário, a reprovação será certa.