Terça, 4 de maio de 2010
O Dr. Marcelo Hugo da Rocha, do blog Habeas Data, publicou um post bem interessante sobre as chamadas "lendas" que envolvem o Exame da OAB. Uma das lendas me chamou a atenção, porquanto tem sido objeto de recente e intensa especulação:
LENDA = A Fundação Carlos Chagas - FCC será a nova banca do Exame de Ordem.
FATO = Além da FCC não ter experiência em concursos com realização nacional, o CESPE tem crédito junto a OAB por ter assumido sozinha os custos da realização da "3ª fase" do Exame 03/2009 depois do cancelamento da prova devido à fraude ocorrida em Osasco/SP. O que já ouvimos foi no sentido de que o vazamento da prova aconteceu dentro da OAB e não no CESPE. Portanto, a organização pelo CESPE restaria ainda inviolável, observado ainda que a empresa é maior no país quando o assunto é concurso público.
Quanto a mudança da organizadora do Exame de Ordem, não tenho dúvidas de que o Cespe é a empresa mais credenciada apesar de atormentar a vida dos bacharéis com alguns erros que sistematicamente se repetem Exame após Exame. Nenhuma outra empresa tem a logística e o know-how do Cespe para aplicar uma prova de âmbito nacional 3 vezes ao ano.
Essa opinião não é só minha. Um conselheiro regional da OAB me relatou que, durante os debates sobre o Exame de Ordem 2.2009 ocorridos nos encontros do colégio de presidentes das Comissões de Exame de Ordem das Seccionais da OAB, várias vezes se cogitou em trocar o Cespe como organizador por conta da grande confusão ocorrida na prova de Direito do Trabalho. Isso não ocorreu por um simples motivo: Quem poderia substituir o Cespe? A conclusão foi uma só: ninguém!
Afora o fato de que a simples mudança não representa um incremento na qualidade, além de se desperdiçar o know-how adquirido ao longo do tempo. Por exemplo: O espelho de prova atual é muito melhor concebido, e justo, do que os espelhos dos exames de 2007 e 2008, cheios de defeitos nos critérios de atribuição de nota e mesmo nas correções. Não que seja uma maravilha hoje, mas certamente é perceptível uma clara evolução na qualidade da correção (deixando de lado o problema ocorrido no Exame 2.2009, é claro!) Essa mudança é resultado da pressão exercida pelos bacharéis ao longo do tempo. Mudar de organizadora desperdiçaria todo um trabalho, e isso em nome de uma hipotética e incerta melhor qualidade.
E, se efetivamente o vazamento saiu de dentro da OAB, notícia esta que só pode ter sido obtida nos bastidores, a posição do Cespe como organizador do Exame estaria integralmente assegurada.
Neste ponto, a OAB poderia sair do seu tradicional hermetismo e publicar uma nota explicando à sociedade os progressos nas investigações ocorridas na prova subjetiva.
Enfim, a lógica é bem simples: ruim com o Cespe, muito pior sem ele.
Cliquem no link abaixo para verem todas as "lendas" do Exame de Ordem:
Lendas urbanas sobre o Exame de Ordem