"No simulado eu vou bem e na prova eu vou mal! O que eu faço?"

Quarta, 18 de fevereiro de 2015

Treino é treino e jogo é jogo, teria dito um dos maiores jogadores do futebol brasileiro, Didi, sobre as acusações de que não estaria se esforçando nos treinamentos durante a copa de 1958.

Curiosamente, apesar de Pelé e Garrincha, era Didi o cérebro da equipe, daquela que foi a melhor seleção brasileira de todos os tempos.

Didi

Mas treinar para jogar bola não é a mesma coisa que treinar para fazer a prova da OAB, assim como Didi era, simplesmente, Didi.

No treino as condições podem ser trabalhadas para se tornarem o mais próximas possíveis da prova em si, mas nunca é a mesma coisa.

E não é por conta do fator "pressão,"

Quando uma pessoa treina, ela sabe que aquilo ali não irá, de plano, definir nada: é só uma antecipação para o evento principal. Na hora da verdade, o treino e evocado para que tudo dê certo, mas o desafio é real, e as consequências também, seja ser derrotado em jogo ou ser reprovado em uma prova.

É o medo de falhar que estabelece, de fato, a diferença entre o treino e o jogo, o treino e a prova.

Talvez Didi fosse confiante demais para ter medo, o que não é improvável, apesar de não ser algo certo. Em 1958 Didi já era um jogador consagrado e tarimbado, enquanto Pelé e Garrincha ainda não.

Evidentemente, o treino serve não só para aprimorar a parte técnica como também a emocional, mas quando tratamos de Exame de Ordem, reprovar várias vezes para "amoldar" o emocional não é exatamente uma opção.

E aqui chegamos ao ponto. Muitos candidatos reprovam algumas vezes, mas a reprovação não condiz com o que eles treinaram antes. Nos simulados eles conseguem notas acima dos 40 pontos, mas na hora das provas acabam comum desempenho aquém daquilo que esperavam.

Por que isto ocorre?

Vamos pensar juntos!

Qual é o objetivo do treinamento? De fazer os simulados?

Não só entender a lógica das questões como também não ser surpreendido na hora da prova. Resolver questões é uma etapa fundamental dentro do processo de aprendizado, e fazer simulado é importante para se criar o clima da prova.

Entretanto, na hora do simulado, o medo e a consciência de que agora é "para valer" tendem a atrapalhar o cognitivo do candidato, caso este não consiga controlar o aspecto emocional. Talvez esta seja a principal causa por detrás da frustração entre fazer bons simulados e péssimas provas.

O ponto é: os simulados estão sendo efetivos no processo de construção da confiança e da segurança emocional? O candidato não estaria se contentando com pouco ao ir bem em alguns simulados?

Vamos combinar: quem sabe muito de alguma coisa, quem está bem preparado tende a não se abalar com uma avaliação.

O exército romano sabia bem o valor disto, ao ponto do historiador judeu romanizado Flávio Josefo definir a atuação das legiões romanas da seguinte forma: "Seus treinamentos eram batalhas sem derramamento de sangue e suas batalhas eram treinamentos com derramamento de sangue."

Isso que fez Roma ser o mais longevo império na história da humanidade, com 700 anos de duração.

É inevitável: se o treinamento for "mais violento" do que o teste em si, na hora da verdade o resultado tende a ser, em regra, positivo.

Os romanos treinavam como se estivessem, de fato, em uma batalha. A pergunta é: quem vai fazer a OAB treina como se fosse mesmo fazer a prova?

Em regra não, pois o aspecto emocional, evidentemente, é difícil de ser reproduzido em um simulado, mesmo que todas as condições em volta do candidato simulem a realidade. Em um treinamento militar, por exemplo, o esforço tem de ser elevado, até porque é um tipo de desafio completamente diferente. Resolver questões é algo bem mais pacífico.

Mas existe uma forma de superar essa limitação: resolver mais simulados e resolver questões com um grau de complexidade superior ao comumente usado na OAB.

É possível sim fazer com o que o desempenho na hora da prova seja igual ou mesmo superior ao desempenho nos treinamentos, desde que o nível de exigência e o volume de treinamento sejam superiores ao que será exigido na futura prova.

Este é o caminho!

Nada impede os candidatos de, a cada final de semana, de fazerem simulados ou resolverem questões um pouco mais intrincadas se comparadas com as questões da OAB. Sentir agora uma dificuldade maior do que será experimentada na hora da prova tende a ser uma boa pedida para trabalhar não só o aspecto técnico como também o lado emocional.

Na hora da prova, quando um candidato que treinou muito se deparar com as questões, ele tenderá a achá-las mais fáceis em comparação com o que vinha até então se deparando. Isto inegavelmente produz um efeito positivo no emocional, e a tendência será a de se acalmar e fazer uma boa prova.

Segue uma lista de sites que oferecem simulados online para vocês treinarem visando a próxima prova objetiva:

Jurisway

Simulados OAB

Tecnolegis

Questões de Concursos

Cliquem também nos links abaixo para quem ainda não fez os nossos simulados:

Simulados do Portal Exame de Ordem

Se o treino é mais difícil que o desafio, o desafio então tende a ser superado.